Não é mais novidade para ninguém que o racismo está na raiz da sociedade brasileira desde a nossa formação enquanto país. E isso também está atrelado a uma série de aspectos, incluindo o religioso. Nesta semana, após ter uma crise de choro ao lembrar do episódio de racismo religioso que sofreu de Key, Gustavo e Cristian no BBB 23, Fred Nicácio, que está com os ex-participantes na repescagem do reality show, confrontou o trio e afirmou que eles responderão pelo episódio judicialmente.
Acontece que, antes de serem eliminados, os brothers disseram que ficaram com medo do médico ao vê-lo praticando sua fé e chegaram a rezar para repreender. Quando o assunto voltou à tona nos últimos dias, a jogadora de vôlei tentou se defender, dizendo que não era racista porque tinha “sangue de negro” por conta de sua família. A fala dela logo foi repreendida por Tina, que disparou: “Esse é o primeiro discurso de toda e qualquer pessoa racista”.
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Os crimes em razão da religião aumentaram em 45% no Brasil, segundo dados do Jornal Hoje. E o foco dos ataques violentos seguem sendo as religiões que provém de matrizes africanas. Em 2022, diariamente foram registradas três queixas desse tipo de intolerância no país, de acordo com levantamento do “Disque 100,” o serviço para denunciar violações de direitos do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Para a especialista em diversidade, equidade e inclusão na Condurú Consultoria, Jeniver Zveiter, mesmo que o ditado popular diga que futebol, política e religião são temas que não se discutem, é necessário debater esses temas. “Na verdade o diálogo sobre essas e outras pautas devem começar na educação básica mais do que necessário pensar e debater sobre diversidade e inclusão dentro destes três cenários – e até mesmo como se relacionam, especialmente em um dos programas de maior audiência do país,” diz.
Embora o trio tenha negado ter sido racista, o próprio Senado federal enquadrou o caso como exemplo de racismo religioso. “Trata-se do ataque a pessoas negras pelo simples fato de seguirem a umbanda, o culto de Ifá ou qualquer outra religião afro-brasileira”, diz o texto.