Triste, mas real. Renata Silveira, narradora esportiva da Globo, voltou a ser atacada nas redes sociais durante as transmissões das Olimpíadas de Paris. São comentários e ofensas vazias, totalmente desnecessárias e misóginas. Sim! É propagação de ódio contra uma mulher.
Digo isso porque a maioria dos haters se refere a ela como “aquela mulher” ou “essa mulher”, sem ao menos identificar se é realmente Renata quem está narrando. Não é raro encontrar vídeos no TikTok e no Twitter atribuindo críticas a transmissões em que ela sequer estava narrando. Trata-se, portanto, de perseguição.
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Renata é ouro na narração, é ouro nas Olimpíadas. Narra de forma espontânea, muito autêntica, sem gritarias tão desnecessárias e comuns no meio esportivo. Traz emoção na medida certa. E mais: é técnica quando precisa, é equilibrada. Informa e detalha cada lance, cada imagem e cada ponto conquistado. Sabe ouvir os comentaristas e interagir com o público.
A realidade é que os brasileiros (ainda) não estão acostumados com uma voz feminina no esporte, principalmente no futebol. É cultural. Mas isso não abre brecha para desrespeito, discriminação e até humilhação, sobretudo na internet. De verdade, Renata Silveira não merece ser massacrada, criticada e atacada de forma tão cruel e covarde.
Por outro lado, ela deve se orgulhar de causar todo esse ‘movimento’. Afinal, Renata é uma das pioneiras, está abrindo caminho para outras vozes, e só está no alvo dos ‘machões’ por se destacar, fazer sucesso e ter potencial de verdade. A ela, força para seguir inspirando outras mulheres.
É fato que outros já passaram por isso, incluindo narradores homens. Mas não com essa intensidade. É desleal! No passado, por exemplo, Galvão Bueno teve que lidar com duras críticas na Copa do Mundo. Enfrentou a campanha ‘fora Galvão’ nos estádios, foi ridicularizado na web e mostrou que é muito maior do que qualquer onda de ódio.
Que Renata tenha a mesma força para seguir adiante, sem desanimar, brilhando ainda mais diante das câmeras e dos microfones. A Globo está convencida do seu talento. E nós também. O tempo dirá.