Provavelmente você já comprou uma caixa suculenta de morangos e, quando chegou em casa, encontrou algumas peças mofadas, geralmente no fundo do recipiente. Ou então, já encontrou aquela maçã na fruteira com um bolor quando pensou em devorá-lá. Mas qual seria a forma correta de agir nessas situações sem prejudicar a saúde?
Quando nos deparamos com essas situações, geralmente nos perguntamos se descartamos a caixa de fruta fora ou podemos aproveitar a parte boa, que não foi atingida pelo mofo aparente. Ou até mesmo, cortar a parte da maçã estragada e consumir o resto. No entanto, especialistas da área da saúde não indicam essas opções.
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Carina Oliveira, que atua na área nutricional de produção UAN (Unidade de Alimentação e Nutrição), explica que o mofo é um tipo de fungo filamentoso que costuma se alimentar de matéria orgânica, ajudando em sua decomposição. Ela também diz que alguns micro-organismos responsáveis pelo bolor produzem micotoxinas que podem causar infecções alimentares. Em alguns casos, esse “veneno” se espalha por toda a fruta.
“Na nutrição, não é indicado retirar a parte mofada e comer a região que não foi atingida. O bolor (que geralmente tem um aspecto aveludado e pode ser esverdeado, azulado ou esbranquiçado) é apenas a parte que conseguimos ver a olho nu. Dentro do alimento, as toxinas fúngicas estão agindo. Consumir esse produto intoxicado pode causar vômitos, alergias, diarreia, dores abdominais e intoxicação alimentar, podendo levar até a casos mais graves e internação”, alerta Carina.
Descarto toda caixa de frutas?
Benjamin Chapman, professor e especialista em segurança alimentar da Universidade Estadual da Carolina do Norte, afirma que, no caso da caixa de morangos citada no início do texto (ou de qualquer outra fruta), a melhor coisa é observar bem cada unidade contida no recipiente para decidir sobre o provável descarte.
“Se a embalagem estiver manchada por uma ou duas frutas mofadas, ‘não jogue tudo fora’”, disse Chapman. Em vez disso, ele recomenda descartar as mofadas e examinar cuidadosamente as vizinhas (da caixa, é claro) em busca de bolor, que, no caso do morango, por exemplo, geralmente aparece em torno de uma contusão ou no local de fixação do caule.
As demais frutas da caixa é aconselhável comer logo, segundo o especialista, porque esporos de mofo remanescentes podem se espalhar e desenvolver bolor em um ou dois dias. A dica, então, é comer as delícias “sobreviventes” o mais rápido possível.
Em entrevista ao G1, Uelinton Pinto, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), reitera o pensamento de Benjamin Chapman. Segundo Uelinton, quando algumas frutas estão emboloradas na caixa, nem sempre todas iniciaram o processo de deterioração simultaneamente.
“O amolecimento do morango, por exemplo, é decorrente da produção de enzimas pectinolíticas pelos fungos, que acabam liberando água e tornando o aspecto da fruta desagradável. Neste caso, toda fruta amolecida deve ser descartada”, conclui.
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