A gigante farmacêutica AstraZeneca, que no Brasil produziu vacinas contra a Covid-19 numa parceria com a FioCruz, admitiu pela primeira vez que o imunizante pode causar um “efeito colateral raro”. A empresa reconheceu a condição à justiça em uma ação movida por pessoas que desenvolveram trombose após a vacinação na Inglaterra.
A AstraZeneca admitiu que a vacina contra a Covid-19 pode, em casos muito raros, “causar síndrome de trombose com trombocitopenia (TTS)”. Essa doença é caracterizada pela formação de coágulos de sangue, o que aumenta os riscos de entupimento de veias e artérias.
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Na Inglaterra, 51 famílias entraram com uma ação coletiva contra a empresa e pedem uma indenização de até R$ 700 milhões. As informações foram publicadas pelo jornal britânico Daily Mail, ganharam o mundo e causaram preocupação. No Brasil, a vacina da AstraZeneca foi aplicada em cerca de 153 milhões de pessoas entre 2021 e 2022.
O reconhecimento dos efeitos colaterais da vacina, no entanto, foram amenizados pelo Ministério da Saúde brasileiro. De acordo com a pasta, a vacinação salvou milhares de vidas e a não imunização contra a Covid-19 seria o pior caminho a ser seguido.
“A vacina fabricada pela empresa AstraZeneca/Oxford, desenvolvida no início da pandemia, e produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi extremamente importante para o controle dos casos e a redução de óbitos por Covid-19 no país e no mundo, salvando milhares de vidas”, disse, em nota emitida no ano passado. “O atual cenário da Covid-19 no país, com redução de casos graves e óbitos pela doença, é resultado da população vacinada”, reforçou.
O Ministério da Saúde informou, ainda, que efeitos colaterais são “inerentes a qualquer medicamento”. “Os eventos adversos, inerentes a qualquer medicamento ou imunizante, são raros e ocorrem, em média, um a cada 100 mil doses aplicadas, apresentando risco significantemente inferior ao de complicações causadas pela infecção da Covid-19”, completou.
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