Caso de influenciadoras que entregaram bananas para crianças negras ganha desfecho

Nesta terça-feira (30), foi divulgada para a mídia a notícia de que as influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves se tornaram réus pelo crime de injúria racial. As criadoras de conteúdo costumavam se gravar presenteando crianças negras com bananas e um macaco de pelúcia e publicarem em suas redes sociais. A decisão foi tomada pela juíza Simone de Faria Ferraz, titular da 1ª Vara de São Gonçalo, no último dia 22 deste mês.

A denúncia aceita pela juíza foi feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), após as influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves, que são mãe e filha, terem sido indiciadas pela Polícia Civil do estado pelo crime de racismo. “A suposta prática criminosa envolve crianças, que foram atacadas em sua dignidade humana, pela cor da sua pele, mediante atitudes supostamente racistas. Tais atitudes, por si só, já representariam uma ofensa grave aos direitos constitucionais das crianças envolvidas”, disse a juíza responsável pelo caso.

A magistrada Simone Faria Ferraz ainda apontou um agravante no caso, que foi o fato de menores de idade terem sido filmados. “Entretanto, além de terem sido oferecidos brinquedos e frutas que poderiam ser utilizados com cunho racista, em detrimento das crianças, os atos das denunciadas ainda foram filmados e postados na internet, sem a autorização expressa dos responsáveis pelas crianças, que se encontravam nas ruas, em situação de vulnerabilidade”. Outro agravante, de acordo com ela, foi o fato da gravação ter sido publicada nas redes sociais porque Kérollen Cunha e a mãe estavam buscando por aprovação social e pessoal. Desta forma, as influenciadoras foram proibidas de fazerem qualquer publicação que mencione o processo que corre na justiça.

A história veio a tona em maio de 2023, depois que a advogada Fayda Belo, que é especialista em direito antidiscriminatório, descobriu os vídeos produzidos pela influenciadoras e denunciou mãe e filha pela prática descrita por ela como “racismo recreativo”. Kérollen e Nancy foram indiciadas por racismo pela Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) em novembro do último ano e o MPRJ apresentou a denúncia à justiça no último dia 20 de janeiro, tendo sido aceita apenas dois dias depois.

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