Já imaginou acordar todas as manhãs e ter a sensação de reviver todos os dias o mesmo dia, exatamente idêntico ao dia interior, em formato de looping ou mais conhecido como déjà vu? Esse sinal pode ser indicativo de uma doença extremamente rara, conhecida como déjà vécu.
O déjà vécu é considerado uma complicação da doença de Alzheimer, sendo uma impressão persistente de que cada novo encontro é apenas uma repetição de experiências anteriores. Descrita pela primeira vez em 1896, é uma “forma patológica de déjà vu”. Porém, ao contrário deste último, que dá a impressão de já ter visto algo acontecer, o déjà vécu é a sensação persistente de reviver continuamente cada acontecimento da vida.
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Atualmente, os cientistas não sabem ao certo o que causa o déjà vécu, mas alguns acreditam que tem a ver com uma disfunção do hipocampo, a parte do cérebro que ajuda a converter memórias de curto prazo em memórias de longo prazo. As pessoas que sofrem com a condição muitas vezes não entendem o que está acontecendo com elas e podem desenvolver falsas crenças semelhantes a ilusões para justificar suas percepções.
Esta patologia é por vezes encontrada em doenças neurodegenerativas como o Alzheimer e de fato testes realizados em pacientes com a condição mostraram sinais de Alzheimer no cérebro, como um nível reduzido da proteína beta-42 amiloide, mas níveis elevados da proteína tau, ambos indicativos da doença.
Como a ciência explica o déjà vu?
O déjà vu é um mistério para a ciência. Giordano, professor de Neurologia da Universidade de Georgetown, em Washington D.C, nos EUA, sugere que o fenômeno tenha a ver com uma região que fica no meio do cérebro chamada tálamo. Todas as informações, como audição, paladar, tato, etc., passam pelo tálamo para chegar ao córtex cerebral (a camada mais externa do cérebro). Essas informações são, posteriormente, processadas.
O córtex cerebral é a camada do cérebro conhecida popularmente como “massa cinzenta” e é responsável pelos pensamentos, movimentos voluntários, julgamento, linguagem e percepção. “Se a velocidade dessas interações for um pouco diferente, é como se nos lembrássemos do presente. Então, o que nosso cérebro faz é, literalmente, confundir o presente com o passado”, Giordano explica.
Roderick Spears, professor associado de pesquisa em enxaqueca e ciências clínicas na Brown University em Providence, Rhode Island, concorda que não há uma explicação sólida de por que e como o déjà vu acontece.
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