Você já ouviu falar alguma vez na vida que o café estimula a vontade de ir ao banheiro? Se sim, esse boato popular não passa de um fato. Na verdade, há uma razão científica por trás dessa reação causada pelo café e se chama cafeína. A molécula que nos desperta de manhã, não afeta apenas a cabeça, mas também o intestino.
No ano de 1990, pesquisadores descobriram em um estudo que 29% dos entrevistados relataram vontade de evacuar depois de tomarem café e que a vontade pode chegar muito rapidamente, mesmo em apenas quatro minutos. Outros estudos demonstraram que o café normal estimula a atividade motora do cólon, 60% mais que a água e 23% mais que o café descafeinado.
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O café, de fato, estimula as contrações do cólon (o chamado peristaltismo), cujos músculos se contraem para movimentar as fezes para chegar à saída. O café também contém ácidos que aumentam os níveis do hormônio gastrina, que por sua vez estimula essas contrações musculares involuntárias no estômago que “movem” os intestinos.
Há também evidências de que o café aumenta a liberação de colecistoquinina, outro hormônio que desempenha papel fundamental no processo digestivo. Além de toda essa movimentação causada pelo café, é importante dizer que nosso trato intestinal fica mais sensível e propenso a movimentos nas primeiras horas do dia.
Portanto, beber uma xícara de café quente atua diretamente no reflexo gastrocólico e facilita o tempo de trânsito. Existem pessoas que são mais sensíveis a medicamentos, alimentos e até água. Essas pessoas provavelmente também são mais propensas a ter reações gastrointestinais ao café.
Quais os malefícios da cafeína?
O uso da cafeína é considerado seguro na dose recomendada de até 6mg/kg ao dia. Em dose mais elevada, pode ocasionar problemas na saúde do coração, como arritmias cardíacas, fibrilação atrial, aumento da pressão arterial, nervosismo, tremores e agitação; insônia, desconfortos gastrointestinais, como refluxo esofágico e aumento do trânsito intestinal, elevação da diurese, dentre outras. O consumo em doses maiores pode, inclusive, ocasionar óbito.
É importante salientar que os possíveis efeitos colaterais associados à cafeína podem surgir em doses diferentes (menores ou maiores) a depender de particularidades individuais, como metabolização da substância, e do hábito de consumo, devido a tolerância/adaptação que pode ocorrer com o uso frequente.
Dessa forma, é importante estar atento também à ingestão de outros alimentos que contém cafeína, como o famoso chá verde. O somatório da dose ao longo do dia pode ultrapassar o limite individual e/ou o recomendado.
Faz mal tomar café todos os dias?
O consumo diário de café costuma ser seguro. No entanto, pode ser deletério diante da sua ingestão em excesso. Essa avaliação deve sempre ser individualizada devido, dentre outros fatores, a diferentes características genéticas que podem potencializar ou não a ação da cafeína ingerida.
Como saber se o café está me fazendo mal?
Diante de quadros de insônia, ansiedade e inquietude, dificuldade de concentração e palpitações, é importante avaliar se o consumo de cafeína não está sendo exagerado, estando atento que a substância está presente em diversos produtos alimentícios como os refrigerantes a base de cola, chás gelados e suplementos esportivos. No caso dessa suspeição, é fundamental reduzir o consumo ou até mesmo suspender, a depender de cada caso.
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