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Processo contra Júlio Cocielo: MPF busca justiça por “racismo recreativo” nas redes sociais

Ação do Ministério Público Federal solicita condenação do influenciador por publicações discriminatórias no Twitter, abrindo caminho para julgamento público

Publicado em 04/01/2024
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O Ministério Público Federal solicitou a condenação do influenciador Júlio Cocielo por crime de racismo, referente a postagens feitas em seu perfil no Twitter entre 2011 e 2018, agora renomeado como X.

O processo, anteriormente em sigilo desde dezembro, agora avança para um julgamento público, onde Cocielo enfrenta a possibilidade de até cinco anos de prisão por cada postagem analisada.

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O MPF alega que nove postagens foram avaliadas, nas quais Cocielo teria praticado “racismo recreativo”. O procurador da República João Paulo Lordelo, responsável pela ação, destacou que, apesar do humorista ser conhecido por suas piadas, as mensagens carecem de tom cômico, crítica social ou ironia, sendo claras quanto ao desprezo do influenciador pela população negra.

O caso teve início durante a Copa do Mundo de 2018, quando Cocielo publicou um comentário discriminatório sobre o jogador francês Killian Mbappé. O influenciador apagou a postagem após a repercussão, mas o MPF interpretou seu pedido de desculpas como evidência da intenção deliberada de praticar os crimes.

Outros dois tweets foram citados no processo, incluindo declarações como “o Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas”.

Em 2021, o Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou a acusação, mas em 2022, o caso foi repassado à competência nacional do MPF. A ação, agora tornada pública em 15 de dezembro, alega que Cocielo responde à Lei do Racismo (7.716/89), com potencial de pena de até cinco anos de prisão por cada postagem, considerando o agravante de terem sido vinculadas em uma rede social. A defesa de Cocielo ainda não se pronunciou.

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