O ex-apresentador e ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, foi considerado culpado por um tribunal de Nova Iorque de ter abusado sexualmente e difamado a colunista e escritora E. Jean Carroll. O antigo presidente, que é também candidato às eleições do próximo ano, deverá pagar à vítima cinco milhões de dólares (quase 25 milhões de reais) como indenização.
O júri, composto por três homens e três mulheres, demorou apenas duas horas e 45 minutos a chegar a um veredito. Carroll acusou Trump de a ter violado num provador de uma loja de departamentos em 1995 ou 1996, embora a própria queixosa não se lembrasse da data exata. Tratando-se de um processo civil, não havia risco de prisão para o acusado e o requisito de culpa era menor, pois bastava que o júri considerasse que a probabilidade de o crime ter sido cometido fosse maior do que a probabilidade de não ter ocorrido.
A decisão parece encerrar um processo de quatro anos, desde que Carroll apresentou o que começou por ser um processo por difamação contra Trump, que mais tarde foi aumentado para agressão sexual. A defesa – tanto quando Trump estava na Casa Branca como depois de ter perdido as eleições de 2020 – centrou-se no fato de o litígio ser juridicamente infundado e politicamente motivado.
Agora, do ponto de vista eleitoral, é possível que esta condenação ajude as aspirações políticas do antigo presidente para 2024, tal como aconteceu com a sua acusação num processo criminal em Nova Iorque no mês passado. O fato de Carroll não se lembrar exatamente da data da agressão, o fato de o julgamento ter decorrido em Nova Iorque – uma cidade democrata – e o fato de a violação ter ocorrido depois de ela e Trump terem flertado podem ser elementos que os apoiantes do antigo presidente vão aproveitar para o ilibar de qualquer culpa.