Nesta sexta-feira, 09, Ingrid Oliveira, atleta de saltos ornamentais, utilizou seu perfil no Instagram para fazer um desabafo sobre sua saúde mental. Por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais, ela falou sobre o assunto.
No vídeo, ela afirma: “O meio esportivo é assim. Não que a gente não possa se expressar, mas isso pode soar como fraqueza. Não pelo que as pessoas acham, mas o que a gente mesmo acha da gente. Quando a saúde mental não está bem, não é sobre os outros, é sobre a gente. A gente se sente fraco de não conseguir lidar, e tem tanta gente que consegue lidar tão bem com as coisas. Pelo menos é como eu me sinto.”
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Ela continua: “Só eu sei das minhas batalhas e dores, e consegui passar. Talvez não da forma ideal, porque hoje em dia eu estou assim. Na época, parecia a coisa certa e que eu tinha superado. Se você não lida da forma correta, uma hora a conta chega. Há vários anos não me sinto bem psicologicamente, emocionalmente, e fisicamente, com lesões”, lamentou.
Em seguida, Ingrid relembra a morte de sua mãe. “Quando minha mãe morreu, em 2013, no dia seguinte eu já estava treinando. Eu tinha uma coisa muito certa na minha cabeça, que era me classificar para os Jogos Olímpicos de 2016 porque era o sonho da minha mãe me ver lá”, relatou a atleta.
A atleta também mencionou a polêmica envolvendo seu nome nos Jogos do Rio. Ingrid e Pepê Gonçalves, atleta de canoagem slalom, passaram uma noite juntos no quarto que ela dividia com sua então parceira Giovanna Pedroso, o que foi considerado um incidente grave de indisciplina. Ingrid compartilhou que ainda lida com as consequências desse episódio: “A maioria das pessoas ficou com raiva de mim, e eu só tinha 19 anos, e não sabia lidar com muita coisa. Tanto que demorei anos para contar o que realmente aconteceu. Tinha muita gente dando pitaco em coisas que não sabiam. Não estou me isentando da responsabilidade, mas sei o que fui fazer na Olimpíada, e não foi aquilo”, explicou.
Falando sobre os anos que seguiram, com vitórias e lesões, Ingrid contou sobre a classificação para Tóquio 2020 e um relacionamento abusivo que viveu. “Eu vivia um relacionamento extremamente tóxico, onde eu era constantemente invalidada e abusada do meu psicológico, do que restou dele. Foi o ano que realmente achei que fosse morrer, e de fato eu queria. Eu tentei. Eu tentei acabar [com a própria vida] três vezes. Tive muita pressão do meu ex para não externar isso”, confessou.
Posteriormente, ela foi encorajada a terminar o relacionamento, mas admite que criou “uma dependência emocional”. Ingrid revelou: “Foram tantas coisas que vivi. Abuso emocional, físico, agressão… na parte esportiva, comecei a ter lesões porque meu corpo começou a reagir. Foi um ano e meio vivendo isso”, contou ela, relatando que a relação chegou ao fim após levar um tapa na cara durante sua festa de aniversário de 2022, na frente dos convidados.
Por fim, Ingrid falou sobre seu diagnóstico de depressão, que veio após não conseguir sentir satisfação com suas vitórias desde o término do relacionamento.
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