Nas últimas semanas, precisamente no dia 14 de dezembro, faleceu o ator Betito Tavares, conhecido por ter interpretado Cardosinho na novela Coração de Estudante (2002), novela que está em reprise no Canal Viva. Aos 42 anos, o artista já estava afastado há bastante tempo das telinhas, após um diagnóstico de esquizofrenia. Há mais de uma década enfrentando o transtorno, Betito precisava lidar com alucinações e delírios, causados pela doença, o que o afastou da carreira.
Em uma entrevista a UOL, a irmã do ator, Milena Tavares, abriu o jogo e deu detalhes sobre como foram os últimos anos de vida de Betito, além de revelar a causa da morte. Além disso, Milena Tavares lamentou todo o estigma que existem em cima da doença sob a qual o irmão padeceu por tantos anos da sua vida. No bate-papo, a familiar abriu o coração.
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“Foi difícil cair a ficha de que havia um problema psiquiátrico. Quando a gente percebeu, foi difícil fazer ele entender que tinha. Ele não aceitava o problema… Quando a gente conseguiu fazer algo, já estava um pouco avançado. Passamos uns oito anos tentando, mas era bicho solto, cavalo selvagem que não dava para prender. Não queria o tratamento”, confessou.
Quando estava no auge da sua carreira, repleto de papéis na TV e no teatro, os problemas decorrentes da esquizofrenia começaram a aparecer para que o ator lidasse. Com o trabalho sendo afetado pelos mesmos, Betito Tavares começou a se sentir dozinho e desprezado, segundo sua irmã, que também é atriz, conta.
“Ele estava controlado, tomando remédio, fazendo o tratamento, mas, infelizmente, não aguentou o tratamento, não aguentou a tristeza, não aguentou a vida que ia para um caminho que ele não queria. E tirou a própria vida…”, desabafou Milena. Recentemente, em 2021, Betito Tavares ainda enfrentou meses de internação. Contudo, com a reprise de Coração de Estudante, algo piorou ainda mais o estado do artista.
Um produtor da Globo acabou procurando Betito, propondo que ele atualizasse o cadastro de ator na emissora, devido a volta da novela. A notícia apenas afundou ainda mais o homem na tristeza, uma vez que, com a doença, ele não conseguia mais decorar textos. “Isso fez com que ele ficasse triste, ainda mais. A esquizofrenia provoca depressão… É muito difícil ver um transtorno tirar o brilho tão grande da pessoa. Há muito preconceito e ele ficou sozinho. Tinha fama, visibilidade e, de repente, a doença tirou tudo”, concluiu a irmã.