Rubens Sabino da Silva ficou famoso por interpretar o personagem Neguinho em uma das cenas mais emblemáticas do cinema brasileiro em “Cidade de Deus“. Foi ele quem ouviu a famosa frase de Leandro Firmino, que diz: “Dadinho é o c*, meu nome agora é Zé Pequeno, p*”. No entanto, a fama não trouxe benefícios financeiros para Rubens, que continua vivendo em situação de rua no Rio de Janeiro, assim como há 20 anos, quando o filme foi lançado.
Em entrevista ao jornal Extra, o ator relembrou: “Esse diálogo virou música e tudo. E o filme é um dos mais vendidos até hoje, foi indicado quatro vezes ao Oscar. Eu virei um morador de rua famoso, mas não rico, enquanto Cidade de Deus arrecadou milhões. Na época, ganhei um cachê de R$ 5 mil. Com a nota do contador, passou pra R$ 4,5 mil”.
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Quando gravou suas cenas para o filme “Cidade de Deus”, Rubens Sabino da Silva já era um jovem de 18 anos que vivia em situação de rua. Posteriormente, em 2003, ele foi detido por ter roubado a bolsa de uma mulher enquanto estava em um ônibus.
“Cometi um crime e me arrependo muito. Eu era muito moleque, fiz essa idiotice. Depois que eu fui preso, a produção de Cidade de Deus me embarcou para Belém do Pará e fiquei três anos internado num centro de recuperação. Como é que um ator assiste à premiação do Oscar de um filme de que ele é um dos principais dentro de uma clínica de reabilitação? Eu vi pela TV a festa acontecendo num hotel aqui do Rio, todos reunidos, e eu afastado. Era pra ser o auge da minha vida. Eu me fechei pra tudo, não tenho contato com mais ninguém do elenco”, declarou.
Desde então, Rubens segue mendigando pelas ruas. “Eu ando por várias cidades do Rio, São Paulo, Minas, Sul do país. Vou pedindo esmola e que me paguem passagens. Às vezes, vou para lugares distantes, achando que ninguém vai me reconhecer. Eu não tenho casa, minha morada é o mundo”, concluiu.
*com colaboração de Savanna Machado