Brasil é o país da América Latina com mais casos de depressão

Publicado em 31/08/2024
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A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) diz que 300 milhões de pessoas no mundo sofrem da doença

A cantora Paula Fernandes e o padre Marcelo Rossi são duas personalidades famosas que já declararam publicamente terem enfrentado a depressão. Conforme o relatório “Depressão e outros transtornos mentais”, da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com a maior prevalência da doença na América Latina. Dados do último mapeamento realizado pela entidade mostram que 5,8% da população brasileira sofre com o transtorno, o equivalente a 11,7 milhões de brasileiros. Segundo a médica Fernanda Rizzo (CRM-ES 15.099), a depressão pode distorcer a visão da pessoa sobre si e o mundo porque aparecem pensamentos automáticos e negativos, que reforçam o sentimento de desesperança. Quando alguém está deprimido, o cérebro parece focar em coisas ruins. O indivíduo acredita que não é bom o suficiente, nada vai melhorar, o futuro é sempre sombrio e ruim.

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A médica comenta que os sintomas mais comuns incluem sentimento de tristeza, vazio que não passa de jeito nenhum, desinteresse nas atividades, cansaço constante, insônia ou dormir demais, alterações no apetite, dificuldade de concentração, sentimento de culpa sem motivo e casos mais graves, como pensamentos de morte ou suicídio.

Diferença entre depressão e tristeza

Rizzo pontua que a depressão não precisa de motivo específico para aparecer, além de ser mais intensa. Ela esclarece que a pessoa fica com a sensação de vazio e desesperança persistente, interferindo no cotidiano e na qualidade de vida, podendo durar semanas, meses e até anos. Já a tristeza faz parte da vida, geralmente por algo que aconteceu, como uma perda, decepção amorosa.

Tratamento

Conforme a médica, as opções de tratamento para a depressão dependem muito de cada caso, mas geralmente envolvem terapia cognitivo-comportamental (TCC). Já os antidepressivos são as medicações utilizadas para equilibrar os neurotransmissores. “Juntamos a questão da terapia e medicação com o sistema neuro-hormonal da pessoa para tentar regular novamente o organismo que está em sofrimento. A atividade física é essencial em qualquer caso de saúde mental. Precisa estar associada também”, destaca.

Mulheres

De acordo com Rizzo, a depressão afeta mais o sexo feminino e pode estar relacionada às questões hormonais, como o ciclo menstrual e a menopausa. “As mulheres muitas vezes têm que lidar com múltiplas responsabilidades em casa. Isso aumenta o estresse e a possibilidade de ela acabar gerando esse quadro depressivo”, explica.

Dra. Fernanda Rizzo – Foto divulgação

No entanto, a médica ressalta que os homens também sofrem com a doença, mas ainda existe a dificuldade de buscar ajuda. Fernanda cita a questão de eles terem aquela pressão social de serem sempre fortes, além do estigma de fraqueza que erradamente a depressão é alçada.

O papel da família

A médica lembra que é essencial o apoio familiar, principalmente no incentivo para que se busque ajuda profissional, sem julgar o indivíduo. Rizzo reforça a importância de se demonstrar paciência, mostrando à pessoa que ela não está sozinha, pois é necessário entender que a recuperação é um processo lento.

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