Tabagismo, obesidade e diabetes estão entre os fatores de risco
O jornalista Marcelo Rezende, já falecido, e o ator Jackson Antunes são duas personalidades famosas que enfrentaram a luta contra o câncer de pâncreas. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que a doença no Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 10.980 casos, correspondendo ao risco de 5,07 casos por 100 mil habitantes, sendo 5.290 em homens e 5.690 em mulheres. No país, a entidade afirma que é o 14º tipo de câncer mais frequente (sem considerar os tumores de pele não melanoma).
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O oncologista Juliano Cé Coelho (CRM-RS 34.989 e RQE 29.213) diz que a neoplasia tem como característica a agressividade, o rápido crescimento e se espalha de forma precoce. “Pela localização do órgão, o câncer demora a dar sintomas. A gente começa a pensar a partir do momento que se tenha sintomas. Isso costuma ser tardio com a doença mais avançada”, aponta.
O médico comenta que a detecção do problema vem da suspeita clínica a partir de sintomas, como dor abdominal (é como se a barriga fosse apertada por um cinto), emagrecimento sem causa aparente, amarelão da pele (icterícia), urina mais escura (como se fosse Coca-Cola), alteração da coloração das fezes (tom branco). Juliano diz que o tumor pode começar a produzir líquido ao se espalhar para o peritônio. Ele explica também que há o crescimento da barriga pelo acúmulo desse líquido (emagrecimento do volume abdominal por conta de água, chamado ascite).
O oncologista alerta que se o sintoma for persistente ou não melhorar com o uso das medicações corriqueiras, deve-se procurar ajuda médica para fazer uma avaliação. “Obviamente, a maioria dos casos terá situações benignas, mas alguns deles podemos ter algo importante, precisando investigar mais a fundo”, reforça.
Tratamento
Segundo o médico, o tratamento sempre vai variar, porém, nesses casos de doenças localizadas, é feita a cirurgia. Depois é avaliada se haverá necessidade de entrar com a quimioterapia, visando diminuir a chance de a doença voltar. Por outro lado, como pontua Juliano, o câncer pode estar avançado — com metástases em outros locais do organismo, ou uma doença muito volumosa propriamente no pâncreas que impeça a cirurgia. Esses casos são tratados com quimioterapia.