OPINIÃO

4 motivos que fazem de Renaissance um disco acima da média para Beyoncé

Novo álbum da Beyoncé é complexo, denso e sem medo de ser extremamente explícito, configurando o trabalho mais ousado da carreira da cantora

Publicado em 30/07/2022
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Estamos oficialmente na era do renascimento de Beyoncé, desde que a cantora lançou seu mais novo disco, Renaissance, na madrugada desta sexta-feira (29/07). Com 16 músicas, transições de altíssima qualidade e um aceno para uma nova era da música pop, o disco é um dos trabalhos mais interessantes da carreira da artista.

Desde o seu ‘drop’, Renaissance não sai dos assuntos mais comentados da internet em todo o mundo. Os motivos são vários: a crise de abstinência por novas músicas de Queen B que assolava o público, o capricho na produção do disco e seu acabamento, a expectativa por novas surpresas, entre outros.

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Mas o que faz esse disco ser considerado tão fora da curva? Também existem inúmeras razões que podem ser citadas, a música é algo muito subjetivo. Este colunista que vos fala resolveu listar 4 motivos que fazem de Renaissance uma obra prima de Beyoncé.

Um disco caprichado e ‘à moda antiga’

Uma das grandes vantagens de ser uma figura gigantesca como Beyoncé, é a oportunidade de olhar para as tendências que não lhe agradam e dizer um ‘f0da-se’ bem grande. No auge da era dos Tik Toks, dos singles, das músicas curtas, dos discos econômicos de 6, 7 faixas, Bey se deu o direito de produzir 16 faixas, quase todas com mais de 3 minutos, 7 delas com mais de 4 minutos, uma com mais de 6 minutos de duração. Ao todo, são 1 hora e 2 minutos de Renaissance. A cantora só não usou os tradicionais fade outs, muito usados para terminar músicas ‘inacabáveis’ antigamente.

Outra grande vantagem de ser uma artista realizada de maneira geral, e muito aproveitada por Beyoncé, é a chance de trabalhar com o tempo da melhor maneira possível. Isso se reflete no produto final de Renaissance.

Bey começou a produzir o álbum antes mesmo da pandemia, em 2019, e com a chegada do isolamento social causado pelo avanço da COVID-19, mergulhou na obra de maneira intensa e cuidou dos mínimos detalhes. No fim, vemos um disco em que nenhuma faixa foi ‘queimada’, ou seja, entrou no tracklist apenas para ocupar espaço. Tudo está ali porque tem que estar. E o disco se desenvolve sem pressa, de maneira sutil e envolvente.

Um disco em plano-sequência

Sabe quando você está vendo um filme e se depara com uma longa cena sem cortes? A coisa vai fluindo, tudo muito bem pensado e ensaiado, sem cortes, tudo de primeira, de uma vez só. Isso se chama plano-sequência.

A sensação ao ouvir Renaissance é de que estamos ouvindo um disco sem cortes. As transições entre as músicas fazem com que o ouvinte nem se dê conta de que o disco está passando. Este colunista que vos fala, quando ouviu o álbum na íntegra pela primeira vez, pensou que a faixa 1, I’M THAT GIRL, não acabaria nunca. Quando me dei conta, já estávamos em COZY, segunda música do disco. A sensação se repete por quase todo álbum, onde são raros os momentos em que as músicas acabam, de fato, para que outra comece.

Novos caminhos para a música pop e uma visão à frente do tempo

Quando paramos para ouvir o álbum, o nome Renaissance fica bastante compreensível. A visão de pop proposta por Beyoncé é algo sólido. Como falamos anteriormente, o disco não tem ‘faixa queimada’ e todas elas servem ao conceito pensado pela artista, de um pop dançante, com fortes influências do house music, eletropop e outras vertentes da música eletrônica dos anos 80 e 90.

Recentemente, vimos outros artistas trazerem ao mercado coisas parecidas, como Drake, que lançou há pouco o disco Honestly, Nevermind, que segue a mesma toada. O assustador é pensar que Beyoncé anteviu essa ‘onda’ há 3 anos atrás, enquanto o mesmo Drake colhia os frutos do sucesso do seu então disco mais recente, Scorpion, e o smash God’s Plan.

Sem medo de ser explícito

Um breve passeio pelas letras de Renaissance comprovam uma coisa simples: Beyoncé fez o disco mais ‘tesudo’ da sua carreira. Explícito, não tem duplo sentido ou metáfora. O papo é reto e não faz curva. Em CUFF IT, ela canta explicitamente: “Nós vamos f*der a noite, luzes negras; Naves espaciais voam, sem remorso quando transamos até a noite, transamos até a noite”.

Já em THIQUE, ela diz, já no primeiro verso: “Ele pensou que estava me amando bem, eu disse a ele: ‘vá com mais força’. Ela pensou que estava mandando ver, eu disse a ela: ‘vá com mais força’”. Uma Beyoncé sem medo de se expressar, segura do que quer e, para usar um termo em alta, ‘hablando mesmo’.

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