
Kaê Guajajara, rapper de origem indígena, sacodiu a cena com um premiado e elogiado disco Kwarahy Tazyr, no ano passado. Agora, a artista repensou a própria obra e está lançando a versão visual do álbum, com clipes para todas as músicas.
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Kaê não se limitou apenas ao trabalho musical, e assinou todos os clipes como roteirista, em parceria com Kandu Puri, diretor do projeto. “A construção da narrativa do álbum visual está sob o realismo do que significa ser indígena no Brasil de 2022, particularmente no campo de invisibilidade e apagamento, onde ser um corpo indígena na favela ou em contexto urbano parece não ser possível, sendo esta distinção historicamente articulada pela colonização para romper forças coletivas”, disse Kaê,
A artista ainda completa: “A colonização invade corpos, espíritos e pensamentos de todos que estão no Brasil, independente de etnia ou território, sendo indígena ou não. Aonde estão hoje e como vivem os povos indígenas perseguidos, expulsos, ou que reivindicam aos legisladores 1 centímetro de terra demarcada?”
Kaê é nascida Mirinzal, no Estado do Maranhão, e se mudou para o complexo de favelas da Maré (RJ) ainda criança. Ela é uma das militantes da Música Popular Originária (MPO) e traz uma mensagem de resistência contra o racismo e a supressão dos povos originários perpetuada desde a chegada dos colonizadores ao Brasil.
O nome do disco, Kwarahy Tazyr, significa Filha do Sol em zeeg’ete, língua do povo Guajajara. A narrativa do álbum gira em torno das reflexões e vivências de quem se originou nesta terra, mas há centenas de anos precisa se readequar às imposições de seus colonizadores.