A Anima Mea, banda mineira formada em 2017, presenteia os fãs com uma releitura emocionante da música “Ritual”, uma das joias da discografia de Cazuza. A canção, que faz parte do álbum “Só se for a dois”, traz uma perspectiva poética e esperançosa para o mundo, e marca a retomada da parceria entre Cazuza e Frejat. Inspirados pela mensagem poderosa da música, os integrantes da banda decidiram regravá-la como uma sincera homenagem ao saudoso compositor.
A história da Anima Mea remonta aos anos 90, quando os membros fundadores, Daniel Valadão e Sidney Braga, eram vizinhos e colegas de escola em Divinópolis (MG). Com interesses musicais em comum, os dois compartilhavam o sonho de formar uma banda. No entanto, eles perderam contato por quase 20 anos, até que um reencontro fortuito em 2017 reacendeu a amizade e o desejo de criar um projeto musical.
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A banda, que também conta com Ronilsinho Moreno, um talentoso músico local, como integrante, possui uma abordagem artística baseada no conceito do realismo esperançoso preconizado por Ariano Suassuna. Esse estilo se reflete nas letras de suas músicas, incluindo a releitura de “Ritual”. Através dessa perspectiva, eles exploram os momentos difíceis da vida, transmitindo uma mensagem de positividade e questionamento das adversidades.
Com um histórico impressionante, que inclui o álbum de estreia “Pecado Austral” em 2018 e o lançamento de “Versatile” em 2019, a Anima Mea conquistou reconhecimento e uma base de fãs fiel. Recentemente, a banda viralizou com a música “Feliz Aniversário”, que se tornou um dos principais hinos de celebração nas redes sociais, acumulando quase 40 milhões de reproduções em todas as plataformas de streaming.
Agora, a Anima Mea embarca em uma nova fase de sua história com a versão de “Ritual” de Cazuza, disponível para audição em todas as principais plataformas de streaming. Essa releitura emocionante é uma prova do talento e da sensibilidade artística da banda, que continua a cativar os ouvintes com suas interpretações únicas e mensagens poderosas.
O que inspirou a escolha de “Ritual” como a música para regravar e homenagear Cazuza?
“Ritual” foi escolhida porque é uma das obras mais fascinantes de Cazuza e Frejat. A começar pelo título, que faz referência aos rituais levíticos em que se buscava o perdão dos pecados por meio do sacrifício de animais (ou “de mil virgens”, como diz a letra). Cazuza sabia muito bem que não é esse o “sacrifício” que Deus quer da gente. Nessa linha, a letra de “Ritual” é uma crítica sutil e elegante ao pensamento reacionário, baseado na literalidade das Escrituras Sagradas. Para o Poeta, o “Paraíso” não deve ser encarado como algo a ser usufruído no além túmulo.
Como vocês abordaram a releitura de “Ritual” e qual foi o processo criativo por trás disso?
Nós abordamos essa releitura com humildade. A versão original é excelente! Sabíamos que seria difícil manter o mesmo nível de qualidade, mas o objetivo não era competir com a versão original, mas fazer uma homenagem ao Cazuza. Então, fizemos o simples: uma versão com elementos do folk rock que estão presentes em muitas das nossas músicas.
O que essa música representa para vocês como banda e como artistas?
Essa canção representa a liberdade e a visão de mundo que está na base de muitas das letras do Anima Mea. “Paraíso” é o bem estar, é a prosperidade terrena e é também o ser feliz agindo de acordo com as regras morais as quais você próprio estabelece pra si.
Qual mensagem ou sentimento vocês esperam transmitir aos ouvintes com essa nova versão de “Ritual”?
Queremos, na verdade, transmitir o mesmo sentimento que a versão original transmite. Essa letra é profunda e forte.
Como a poesia e a perspectiva esperançosa de Cazuza se conectam com a proposta musical e lírica do Anima Mea?
A conexão de “Ritual” com a obra do Anima Mea é muito grande. Também temos canções que criticam o moralismo, a patologia da moral. Mas para além desse aspecto, encontramos na letra de “Ritual” também elementos do “realismo esperançoso” de Ariano Suassuna, elementos esses que estão presentes nas músicas do Anima Mea.
Como foi a recepção do público em relação à versão de “Ritual” até agora?
Essa canção tem ido bem nos aplicativos de música. Inclusive, ele já entrou em várias playlists de forma orgânica. Isso é um bom sinal.
Vocês têm planos de lançar um videoclipe ou algum outro material visual para acompanhar a música?
Lançamos um lyric vídeo com imagens e elementos típicos dos anos 80. Ficou bacana.
Como o Anima Mea aborda a combinação entre otimismo e realismo em suas composições?
O Suassuna tem uma assertiva de que gostamos muito: “O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso.” Basicamente, o Anima Mea tenta não ser chato nem tolo.
Além de “Ritual”, quais outros projetos ou lançamentos podemos esperar do Anima Mea no futuro?
Queremos montar um espetáculo. Cada integrante da banda mora em um local diferente, isso dificulta fazermos shows com a formação original da banda. Mas é possível que façamos o espetáculo com uma banda de apoio.
Como vocês enxergam o papel da música e da arte em momentos desafiadores, como os que vivemos atualmente?
Essa pergunta é filosófica e de difícil resposta. A música deve assumir o papel que o seu autor idealizou. No caso do Anima Mea, queremos fazer músicas que despertem boas emoções nas pessoas, só isso.
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