Sucesso de Amigos

Bandolim Trio fala sobre sucesso do álbum “Ludicamente”

Daniel Migliavacca, Tiago Santos e Vitor Casagrande apresentaram repertório inédito no Instituto Brincante

Publicado em 14/04/2023
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O Bandolim Trio é formado pelos músicos Daniel Migliavacca, Tiago Santos e Vitor Casagrande e, neste álbum, apresentam dez faixas inéditas que exploram uma variedade de ritmos e influências sonoras, incluindo choro, samba, baião, valsa, tango, maxixe e fox-trot. O nome do álbum, “Ludicamente”, também é o nome de uma peça inédita assinada pelo bandolinista e Prof. Dr. da UFRJ, Paulo Sá, que foi composta especialmente para o trio.

A ideia de formar o trio surgiu em 2018, enquanto Daniel, Tiago e Vitor estudavam juntos no programa de mestrado em música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Com uma formação única, contando com dois bandolins tradicionais de 8 cordas e um bandolim de 10 cordas com um par de cordas mais graves, os arranjos buscam mesclar a sonoridade camerística da música de concerto com as características sonoras do bandolim brasileiro, influenciados por mestres como Jacob do Bandolim e Luperce Miranda.

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Daniel Migliavacca, natural de São Paulo e radicado em Curitiba, é um músico com oito discos lançados e já conquistou prêmios como instrumentista e compositor em todo o Brasil. Ele é bacharel em Música Popular pela UNESPAR (2011) e mestre em Música pela UFRJ (2019). O artista está preparando o lançamento de mais dois álbuns para este ano: um com seu quarteto dedicado ao trombonista Raul de Souza, com participação do flautista e saxofonista Eduardo Neves, e outro dedicado ao bandolim solo.

Vitor Casagrande é integrante dos grupos Água de Vintém e Batuqueiros e sua gente, com os quais gravou quatro CDs. Seu trabalho mais recente é o disco em parceria com o cavaquinista Lucas Arantes. Além de ser professor de bandolim na Escola de Choro de São Paulo, Vitor já ministrou workshops sobre música brasileira em países como Bélgica e Alemanha e estudou um ano na Universidade de Lund (Suécia). Ele também é autor do ebook “Caderno brasileiro para bandolim: o estudo da palhetada”.

Por sua vez, Tiago Santos já lançou quatro álbuns: “Chorobosssambando” (2013), “Nosso Tempo” (2017), “O Bandolim Polifônico de 10 cordas” (2019) e “Afinidades” (2021). Ele tem realizado concertos, aulas e workshops em festivais nacionais e internacionais em 14 países e atualmente está em turnê pelo interior do estado de São Paulo com o concerto “Afinidades”, em parceria com o saxofonista Jorge Nascimento e o violonista Marco Papa. Confira a entrevista!

Reunindo talentos da música instrumental, vocês estão promovendo o álbum de estreia “Ludicamente”, que contará com shows em São Paulo e Ribeirão Preto. Como estão as expectativas para que o projeto chegue até o público?

Estamos muito felizes com o resultado do trabalho e ansiosos pra mostrar pra todo mundo o álbum finalizado. Gostamos muito do resultado dos arranjos, que foram divididos entre nós, e o som do álbum também que está impecável. Esperamos que o público curta as composições e a sonoridade do trio.

As músicas desse projeto exploram diversos ritmos e influências, como o choro, samba, baião, valsa, tango, maxixe e fox-trot. Poderiam falar um pouco mais sobre o processo criativo que levaram vocês à criação do álbum?

Desde o início a ideia era abranger vários ritmos e ter um repertório camerístico trabalhando com arranjos escritos. Partindo daí a gente  decidiu fazer um primeiro álbum com composições próprias e fomos dividindo entre nós os ritmos que seriam explorados por cada um nas composições e arranjos.

Bandolim Trio (Foto: Ricardo Cassis)

Falando um pouco mais sobre a trajetória de vocês, o grupo se formou enquanto estudavam juntos na Universidade Federal do Rio de Janeiro, no curso de mestrado em música. Como se deu o encontro de vocês três e como a música chegou na vida de cada um?

Já nos conhecíamos de festivais de música, mas não éramos muito próximos ainda. Na UFRJ nos reencontramos no dia da prova do mestrado e já ficou combinado naquele dia que se os três passassem montaríamos o trio. Acabou dando certo e aproveitamos os encontros no RJ pra ir ensaiando e montando o repertório.

Contando com uma grande variedade instrumental, os arranjos das músicas buscam mesclar uma sonoridade camerística da música de concerto com as sonoras do bandolim brasileiro, tendo como influências Jacob do Bandolim e Luperce Miranda. Quais foram os caminhos que os levaram a buscar inspirações nesses dois artistas?

Jacob e Luperce são as maiores referências do bandolim no Brasil. Sempre serão inspiração para quem estuda o bandolim e o Choro. Por mais que buscamos fazer um trabalho eclético ritmicamente, optamos em deixar claro essas influências enfatizando a beleza do bandolim brasileiro e suas nuances que são únicas.

Bandolim Trio (Foto: Ricardo Cassis)

Qual é a principal mensagem que vocês estão querendo passar ao público com esse lançamento?

Quando a gente lança um álbum a gente fica esperando que as pessoas se emocionem com aquele som assim como nós nos emocionamos quando estamos compondo, gravando e produzindo. Mas a arte é algo subjetivo e tão especial que permite que cada pessoa tenha sua própria impressão. Na nossa vida como instrumentistas tentamos equilibrar a técnica com o sentimento, o virtuosismo com a reflexão, e é isso que tentamos transmitir.

Na história de vocês, fica muito claro que a música tem uma participação enorme no dia a dia do grupo, tanto é que tem ela como profissão, porém, já pensaram em como seriam os seus caminhos se não tivessem encontrado essa arte?

DANIEL MIGLIAVACCA: Comecei aos 12 anos com o cavaquinho e tocando muito samba. Aos 18 anos descobri o bandolim e aí passei a escutar mais choro e todo tipo de música. E foi com o bandolim que comecei a querer me profissionalizar como músico. Antes da música trabalhei como técnico em informática e estava me preparando para um curso de estatística ou matemática. Hoje, se não fosse a música, acho que estudaria nutrição.

TIAGO SANTOS: Tive influência dos meus pais e desde cedo, por volta dos 6 anos, e comecei a tocar cavaquinho, depois bandolim e violão. E aos poucos o bandolim se tornou meu instrumento principal. Hoje me dedico ao bandolim de 10 cordas. Se tivesse que trabalhar com outra coisa, provavelmente estaria ligado a administração, trabalho em equipe e produção.

VITOR CASAGRANDE: Meu interesse pela música começou aos 12 anos, quando conheci o som do grupo Fundo de Quintal, e comecei a tocar cavaquinho. Depois de uns 4 anos passei pro bandolim e comecei a me dedicar mais ao choro.  Se não fosse músico talvez fosse cozinheiro. Adoro cozinhar!

Acompanhe no Instagram: Daniel Migliavacca / Tiago Santos / Vitor Casagrande

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