Carol Borba, reconhecida como a principal treinadora física do Brasil e influenciadora no treinamento funcional, está experimentando a maternidade pela primeira vez após dar à luz sua filha Diana, fruto de seu relacionamento com Rafael Domingues. Com uma base de seguidores de mais de 2 milhões em seu perfil do Instagram, ela se tornou uma verdadeira fonte de inspiração para muitas mulheres que buscam uma rotina saudável e equilibrada.
Após se tornar mãe, Carol enfrentou desafios ao retomar sua rotina de exercícios. Devido a uma gestação de risco, seu corpo passou por mudanças significativas e ela precisou permanecer em repouso por um certo período. Como treinadora física com excelente condicionamento, durante esse processo de retorno, ela teve a oportunidade de vivenciar as dificuldades que suas alunas enfrentam durante os treinos. Essa experiência pessoal permitiu que ela ajustasse seus treinamentos para atender melhor às necessidades de seu público.
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De acordo com Carol, uma das principais adaptações que teve que fazer em sua rotina de treinamentos após se tornar mãe está relacionada ao tempo. Anteriormente, ela conseguia realizar diversos treinos em um único dia, incluindo yoga, musculação e treinamento funcional em casa, cada um com um propósito específico. No entanto, agora ela precisa se organizar melhor, mesmo contando com uma rede de apoio em casa. Ao mesmo tempo, ela demonstra empatia pelas mulheres que não possuem esse suporte, reconhecendo que muitas mães enfrentam o mesmo desafio. Para a influenciadora, é crucial que as mães encontrem um equilíbrio para conciliar essa importante fase da maternidade sem negligenciar os cuidados pessoais, tanto físicos quanto mentais.
Como a experiência da maternidade afetou a rotina de treinamentos de Carol Borba e como ela se adaptou a essas mudanças?
A experiência da maternidade afetou principalmente a minha rotina de treino. Antes, o treino era a minha prioridade total, mas agora não é mais. Eu me adaptei a essa mudança. Antigamente, eu acordava e ia treinar, independentemente de ter dormido bem ou não. Hoje em dia, ainda acordo e vou treinar, mas às vezes estou muito cansada e meu treino fica um pouco mais leve. Além disso, antes eu conseguia fazer modalidades diferentes, como yoga, musculação e HIIT, e no dia seguinte conseguia me dedicar mais ao aeróbico ou a outro grupo muscular, inclusive treinando em casa. Agora, escolho fazer um único treino por dia, diferente do que fazia antes. Essas mudanças impactaram bastante, e eu precisei me adaptar. No começo, sentia bastante falta do meu treino anterior, mas lembro que quando voltei à rotina de treinos, percebi que não conseguiria dar conta de tudo, é claro. Hoje em dia, não sinto mais essa falta. Quando olho para minha bebê, penso: ‘Não importa, já treinei hoje, vou passar um tempo com ela’. No entanto, em alguns momentos, sinto vontade de comer algo específico, mas como estou treinando menos, não exagero. A mudança foi bastante drástica, mas acredito que tudo tem um propósito, e tem sido muito bom poder dedicar um tempo de qualidade à minha bebê.
Quais foram os desafios enfrentados por Carol ao retomar sua rotina de exercícios após a gestação?
O maior desafio que enfrento é gerenciar meu tempo para atender às demandas da minha bebê, do trabalho, da minha casa e do meu dia a dia, ao mesmo tempo em que encaixo os treinos. Os treinos fazem parte do meu trabalho, então eles também são uma prioridade para mim. Trabalho com o meu corpo, então preciso estar bem condicionada, ter uma boa resistência e manter uma boa forma física. Portanto, preciso dar uma importância especial aos exercícios na minha vida.
Encaixar o tempo para treinar é um desafio enorme. Além disso, há outros desafios, como retomar os treinos após um longo período de inatividade, o que pode trazer cansaço. Voltar para uma alimentação mais regrada também é difícil quando ainda estou amamentando, pois a amamentação aumenta a sensação de fome, principalmente no início. São várias pequenas coisas que, juntas, formam um grande desafio e tornam ainda mais difícil essa retomada.
No entanto, vivenciar tudo isso tem sido muito positivo para mim, pois muitas mulheres passam por essa mesma situação, e agora eu entendo como é na prática. Eu compreendo agora o que é ter uma noite mal dormida e acordar no dia seguinte pensando: ‘Preciso treinar’. Sinto na pele como o cansaço afeta o desempenho nos treinos, algo que muitas mulheres também experimentam. Com base nessa experiência, consigo me organizar para incorporar isso no meu trabalho, criando programas de treinamento para mulheres que estão passando por situações semelhantes.
Como a experiência pessoal de Carol como mãe influenciou a forma como ela ajusta seus treinamentos e atende suas alunas?
Eu mencionei um pouco disso na resposta anterior, mas a minha experiência pessoal como mãe teve uma grande influência na forma como eu estruturo os treinos e como os transmito para minhas alunas. Antes, eu imaginava como seria treinar após uma noite mal dormida, imaginava que seria muito cansativo e difícil. Antes, eu podia apenas imaginar como seria treinar deixando o bebê em casa ou treinar com o bebê demandando atenção, puxando coisas ou colocando o dedo na tomada enquanto eu fazia exercícios na sala de casa. Treinar enquanto o bebê chora e pede atenção, mesmo com o pai ajudando, ainda é perturbador e dificulta a concentração nos exercícios. Eu imaginava algumas coisas, mas não imaginava todas essas situações. Eu imaginava que o desafio fosse apenas com relação ao tempo, mas existem outras coisas que fazem parte do cotidiano pessoal de cada um, e que acontecem com todo mundo.
Essa questão de sentir um pouco de culpa ao ver o bebê chorando enquanto estou ali treinando, de olhar para ele e pensar “ninguém vai tirar esse bebê da tomada, deixa eu parar meus exercícios para atendê-lo” ou sentir culpa ao sair de casa e ficar um tempo a mais fazendo atividade física, achando que estou cuidando mais de mim do que do bebê. Eu podia imaginar como seria, mas não tinha sentido na pele. Isso impactou profundamente o meu trabalho. Hoje, acredito que consigo ser mais cuidadosa e, talvez, mais simpática com as mulheres. Entendo a importância real de deixar essas preocupações de lado e se priorizar um pouco.
Quais foram as principais adaptações que Carol precisou fazer em sua rotina de treinamentos após se tornar mãe?
Eu consegui voltar para a rotina de treino bem-organizada depois que minha filha completou 6 meses, pois antes ela estava em amamentação exclusiva e eu tinha medo de que ela passasse fome. Eu queria estar presente o tempo todo, pronta para amamentá-la quando ela precisasse. Por isso, acabei me exercitando quando minha filha estava dormindo e eu sabia que teria um longo período de sono pela frente. Hoje em dia, consigo acordar de madrugada, dar uma mamadeira para ela bem cedo e tirar um cochilo ou então ir direto fazer meu exercício logo cedo, por volta das 6h30 ou 7h da manhã.
Escolhi fazer isso porque, se deixar para depois, minha filha pode chorar, querer ficar no colo ou meu marido pode precisar de mim. Às vezes, também não tenho uma babá para me ajudar, então muitas coisas podem acontecer e acabo não conseguindo treinar. Pelo menos, quando coloco minha filha no berço, sei que ela ainda tem mais algumas horas de sono, então aproveito para me exercitar. Dessa forma, estou fazendo algo por mim e colocando isso como uma prioridade.
Outra coisa que tive que adaptar é em relação ao café da manhã antes do treino. Antes, sempre comia antes de me exercitar, fazendo uma refeição pré-treino. Porém, agora não consigo mais fazer uma refeição pré-treino, pois se perder meia hora me alimentando, perderei tempo que poderia usar para me exercitar. Então, coloquei na minha cabeça que vou treinar durante uma hora por dia e não quero perder essa meia hora. Por isso, treino em jejum metabólico, tomando um café termogênico apenas para me dar um estímulo antes do exercício. Essas foram as grandes adaptações que tive que fazer na minha rotina.
Como Carol lida com a questão do tempo e a dificuldade de conciliar os cuidados com o bebê e a prática de exercícios físicos?
O tempo é um limitador bem grande, mas o que mais sinto é a parte psicológica da maternidade. A mãe fica muito focada no bebê, muito concentrada nos cuidados. Acredito que seja um instinto materno. Essa parte psicológica é a mais difícil, é quando nos questionamos: “E se meu bebê precisar de mim enquanto estou fazendo exercício? Será que meu marido cuidará bem dela na minha ausência?”. Essa foi a maior dificuldade que enfrentei em relação ao tempo. No entanto, consegui ajustar minha rotina e a forma como enxergava o exercício físico na minha vida, e tem dado certo.
Quais são os benefícios do treinamento em casa para as mães, de acordo com a perspectiva de Carol?
Difícil do treinamento em casa para mim, nesse momento, é tudo. Treinar em casa não depende do tempo ou se você tem uma rede de apoio para cuidar do seu filho enquanto você treina. É difícil lidar com essa saúde mental que tanto falamos. A mãe se anula por muito tempo, em todos os sentidos. Ela se anula como esposa, como mulher, como pessoa, e passa a viver apenas para o filho. Quando ela entende que tem uma rotina de autocuidado, que se exercitar libera hormônios que trazem bem-estar, que ajuda a aumentar sua autoestima e a se enxergar como era antes, a vida fica mais leve.
Quando o bebê nasce, muitas coisas mudam, e para muitas mães isso é muito pesado, é extenuante. Acho que para todas as mães, de certa forma, mas para muitas é algo muito difícil de lidar, toda essa mudança. Entender que você pode continuar se cuidando, que não depende de outra pessoa para poder se cuidar, que depende apenas de você, é essencial. Mesmo que você não tenha que arrumar alguém para cuidar do seu filho, você pode usar os 15 minutinhos que tem. Ligue a TV da sua casa, ligue seu celular. Ao invés de ficar trancada no banheiro mexendo no celular e rolando nas redes sociais, ganhe meia hora cuidando de você. Ah, mas eu não tenho tempo para sair de casa? Então ganhe essa meia hora em casa. É uma questão de saúde, tanto física quanto mental.
Como Carol incentiva as mães a encontrarem o equilíbrio entre a maternidade e os cuidados pessoais, tanto físicos quanto mentais?
Eu só consigo incentivar as mães falando para elas se exercitarem, falando para elas fazerem um teste e começarem a se exercitar diariamente. Não adianta se exercitar hoje, esperar quatro dias e depois mais uma semana para exercitar novamente. Experimente ter constância nos treinos e observe como o seu corpo vai responder, não só no espelho (embora isso também seja muito importante e mexa com nosso psicológico), mas principalmente na sua disposição e vontade de viver. Principalmente no sentimento que vem de dentro para fora, que é de amor-próprio. Experimente! Quando você experimentar e sentir, aí você não vai querer parar.
Qual é a importância dos cuidados pessoais para as mães e como eles podem contribuir para o bem-estar geral durante a maternidade?
Essa pergunta é sobre o bem-estar geral e, no meu ponto de vista, exercitar-se é fundamental. Ele traz benefícios em todos os aspectos da vida, seja nas relações de trabalho, no relacionamento amoroso com o marido ou esposa, na família em geral, com amigos, enfim, faz bem para a vida como um todo. Nosso corpo foi feito para se movimentar, não é apenas uma opção, mas uma necessidade. Quando vamos ao médico, a primeira coisa que ele recomenda é exercício físico. Após o nascimento de um filho, as mães muitas vezes ficam sedentárias por um longo período, mas isso pode afetar o relacionamento diário, como acordar cedo, levar a criança para a escola, preparar comida, trocar fraldas e assim por diante. Esse bem-estar geral, tanto físico quanto mental, pode ajudar nesses aspectos e tornar o dia a dia mais leve dentro de casa, com as pessoas que mais nos importamos. Às vezes, acabamos descontando nossas frustrações nas pessoas próximas e nos estressando. O exercício físico pode aliviar esse tipo de estresse.
Como Carol incentiva as mães a superarem a culpa e reservarem um tempo para cuidar de si mesmas?
Mesmo nos momentos em que sinto essa culpa, mesmo sabendo que esse é o meu trabalho e que isso é tão bom para mim, eu penso em querer que minha filha sinta orgulho de mim. Então, eu digo às mães hoje: pensem no futuro, no que sua filha ou filho dirá sobre você. Poxa, olha como minha mãe é guerreira, olha como minha mãe é determinada, olha como minha mãe é focada, olha como minha mãe é dedicada. Seu filho vai querer olhar fotos quando era bebê e ver um sorriso estampado no seu rosto. Ele vai querer te ver feliz, ele vai querer ver você com um corpo saudável, um corpo funcional que te ajuda a fazer tudo o que precisa ser feito. Um corpo que te permite viver a vida como ela merece ser vivida. Isso vai refletir na educação, na criação dos seus filhos. Portanto, pense nos seus filhos nesse momento, pense que você está feliz, plena, contente com o que vê no espelho, satisfeita com quem você é e o que representa. Pense que seu filho crescerá vendo uma mulher feliz, uma mulher lutadora. É isso que eu penso, eu quero que minha filha tenha orgulho de mim, então vou me dedicar bastante, estarei sempre disposta para ela, e terei muita saúde para acompanhá-la por muitos e muitos anos de sua vida. É pensando nela que minha culpa se dissipa.
Quais conselhos ou dicas Carol oferece às mães que desejam retomar uma rotina saudável de exercícios físicos após a maternidade?
O conselho que sempre dou a todos, e agora também às mães que estão retomando uma rotina saudável de exercícios pós-maternidade, é começar. Começar e ter constância. Coloque isso como um compromisso para você mesma: vou começar e manter uma rotina por um mês e ver o que acontece. Tenho certeza de que você vai gostar dos resultados e isso será o seu incentivo para continuar. O que acontece serão mais disposição, melhor qualidade de vida, mais saúde, autoestima e amor-próprio. Isso fará com que você não queira parar.
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