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Carolla Parmejano relembra vida difícil e celebra sucesso de “O Faixa Preta”

Atriz que ficou conhecida pela dublagem da personagem Delia na série “La Casa De Las Flores” na Netflix está presente no elenco de filme que conta história do lutador Fernando Tererê, disponível pela HBO Max

Publicado em 12/04/2023
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A dubladora Carolla Parmejano está ganhando cada vez mais destaque na atuação, tornando-se um ícone em ambos os campos. Parmejano é conhecida como a voz de Delia na série da Netflix “La Casa De Las Flores”, Dra. Cho na animação “Dead Space – After Math”, e Professora Pavlova na novela colombiana “Chica Vampiro” exibida no canal Gloob, entre muitos outros personagens pelos quais foi indicada a importantes premiações.

Agora, Parmejano interpretará Linda Lopez em “O Faixa Preta”, filme sobre o lutador Fernando Tererê que estreou no dia 17 de março no HBO Max. Ela interpreta a advogada de Tererê no filme dirigido por Caco Souza. Parmejano descreveu a história como “magnífica, inspiradora, sofrida e verdadeira” e mencionou que foi uma honra fazer parte do filme sobre um dos super-heróis do Brasil.

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Para interpretar a personalidade forte de Linda Lopez, Parmejano passou por muitos ensaios e pesquisas. Ela se concentrou em estudar a postura, caminhada e olhares da personagem, bem como sua história de vida. Parmejano também se inspirou em Viola Davis da série “How To Get Away With Murder” para o papel.

Parmejano também está envolvida em dois outros projetos atuais, incluindo “Doggy Bank”, uma minissérie de comédia dirigida por Thales Corrêa e inspirada no clássico “Quincas Borba” de Machado de Assis, e @LoveForUpcycling, um projeto desenvolvido por Parmejano e José Alexzander que visa conscientizar e educar o público sobre a importância da reciclagem.

Embora more nos Estados Unidos e tenha uma carreira internacional consolidada, Parmejano está voltando suas atenções novamente para o Brasil. Ela tem feito alguns testes para trabalhos futuros, e seu foco é levar a mensagem de um planeta mais saudável e consciente através do projeto @LoveForUpcycling para um público cada vez maior.

Parmejano é uma inspiração para muitos, tendo superado a obesidade e o bullying. Além de atriz, é dubladora, modelo e dublê, tendo sido indicada a importantes premiações por seu trabalho em dublagem. Ela também esteve em vários filmes, incluindo “Onde está Elisa?”, “Alguém olha para você”, “Aurora”, “A casa ao lado”, “Solteira Quase Surtando”, e é apresentadora do “Próxima Parada”. Confira a entrevista!

Apesar de já ter feito várias dublagens, hoje você está ganhando cada vez mais destaque através da atuação na frente das câmeras. Inicialmente, como foi passar por essa transição do microfone para as lentes das câmeras?

Eu amo fazer os dois (Incluindo Teatro). Essa transição já acontece há um tempo, e não deixa de ser uma atuação, só que com diferentes técnicas é claro. É constante, e cada dia é um desafio diferente. E eu adoro.

Você dublou muitos personagens de animação, entre eles a Dra. Cho de “Dead Space – After Math” e a Professora Pavlova na novela “Chica Vampiro”. Qual é a maior diferença em atuar em um filme em live-action em comparação com dublar um personagem animado?

No live-action você tem a possibilidade e a obrigação de ser o seu personagem com todos os instrumentos do seu corpo. Tom de voz, olhar, caminhada, postura, tipo de respiração.. e etc, já na dublagem, usamos tudo isso, mas estamos limitados, e na minha opinião – é um processo um pouco mais difícil, porque tudo isso, incluindo sentimentos e pensamentos são refletidos em um único instrumento : A Voz.

Carolla Parmejano (Foto: Paulo Lima)

Carolla, um lado que apesar de muito sofrido, é relevante de ser falado sobre sua história de vida, é que você passou por momentos que acredito que poucos de nós leitores já passamos ou vamos saber o que é passar – como dormir alguns dias na rua. No fundo do coração, eu queria ouvir de você como é passar por essa experiência e como enxerga a forma que as pessoas tratam esse assunto – seja no Brasil ou no exterior?

Horrível. Mas foi necessária a “Young” Carolla naquele momento da vida dela. Aprendi muito, chorei muito também – mas é uma escola que apesar de tudo você aprende a valorizar o mundo que vive. Não desejo para ninguém um momento como esse. Mas fez a mulher que sou hoje, e depois dessa fase – eu cresci e sei dar melhor valor por absolutamente tudo o que eu conquisto hoje em dia.

Ainda sobre a vida nos Estados Unidos, você já mora lá há 15 anos e dubla tanto em inglês como em espanhol. Gostaria de saber um pouco mais sobre sua visão em relação à esse mercado da produção audiovisual americano em relação ao que você conhece no Brasil? Qual a principal diferença que sentiu ao experimentar pela primeira vez?

Sempre dublei nos Estados Unidos, e acabo de fazer o curso da Mabel César – Nossa querida e rainha dubladora. São maneiras diferentes, gestos diferentes e umas técnicas diferentes também. Não conheço muito do Brasil porque ainda não tive a oportunidade de dublar em território, mas conheço alguns estúdios, e muitas coisas são iguais, tenho certeza que cada estúdio tem a sua maneira, mas todos querem uma única meta que é fazer com qualidade e entregar o melhor para o cliente.

Carolla Parmejano (Foto: Paulo Lima)

Você está envolvida em projetos que buscam conscientizar as pessoas sobre a importância da reciclagem e do consumo consciente. Como surgiu essa iniciativa e qual é o objetivo final? Pode nos contar mais sobre o projeto @LoveForUpcycling?

Um projeto lindo que faz parte da minha existência. Sempre fui apaixonada em salvar nosso planeta, e com mínimas ações – como não comprar fast fashion, ou respeitar a reciclagem diariamente, sei que de pouco em pouco faz a diferença. LoveForUpcycling nasceu dentro de uma conversa com meu melhor amigo na Flórida, e colocamos em prática. Ainda estamos em pós-produção com tudo, mas tenho certeza que vai fazer um impacto gigantesco na sociedade. Website, um show de 10 episodio, fashion shows, tudo isso está sendo planejado com cuidado e amor e jaja o mundo vai conhecer esse lindo projeto.

 A grande meta é trazer consciência às pessoas que não sabem que este mundo existe. É um tema global, e além da comunidade ser enorme, muita gente não tem ideia que isso existe ou pode vir a existir. Trazer consciência seria a grande meta para um mundo melhor e mais saudável.

Um seriado mexicano que tem feito bastante sucesso na Netflix é o “La Casa de Las Flores”, que além de ser uma comédia de humor ácido, ela também aborda questões sociais importantes como a bissexualidade e a transexualidade. Sobre abordar esses temas sérios com comédias mais ácidas, quais a sua opinião em relação aos cuidados que devemos ter em trazer essas situações através da comédia?

Muito cuidado! A brincadeira pode se tornar ofensiva mesmo quando não se tem a intenção. A gente nunca sabe o que o outro está passando. Embora a comédia seja um gênero mundial e atraia um público muito exigente, precisamos entender e saber como interpretar/atuar sem precisar machucar o outro. Cada tema tem suas complexidades, e todos somos diferentes. Acredito que é possível fazer comédia com assuntos sérios de forma a trazer visibilidade para eles, ao invés de ódio. Cuidados que podemos tomar incluem buscar informação sobre o tema, conversar com pessoas de caminhos diferentes, nos rodeamos mais de diversidade a fim de alcançar um lugar em que a nossa fala possa ser mais claramente percebida. E não menos importante, sempre ter a humildade de se desculpar quando errar.

Carolla Parmejano (Foto: Paulo Lima)

No mês passado, a HBO Max te apresentou como a personagem Linda Lopez no filme “O Faixa Preta”, cinebiografia do lutador Fernando Tererê, bicampeão mundial da faixa-preta (2000 e 2003). Como foi a experiência de participar dessa produção? Como se deu a preparação para essa personagem?

Uma experiência dos sonhos! Muito maior e melhor do que eu imaginava – Fazer parte da história dele, um grandioso atleta brasileiro que conquistou o mundo é muito gratificante. Choro até hoje quando me mandam vídeo e fotos do filme. Preparação do personagem – assistir muitos advogados, entender a essência da advogada Linda e muitos detalhes e trocas com o escritor: Rangel Neto. Um filme que veio pra ficar na História Brasileira e ajudar não só jovens, mas muitos que estão passando por muitos momentos difíceis, cogitando desistir dos próprios sonhos.

De acordo com o que sabemos, como parte do processo de produção, você teve uma longa conversa via telefone com o lutador. Como foi conversar com ele e quais foram às primeiras impressões? Como foi a troca com Raphael Logam, ator que interpretou o lutador?

Não acreditava que era ele. Estava tremenda, a conversa foi rápida, ele foi direto e disse exatamente o que eu precisava ouvir. Logan é um profissional exemplar… pedi a ele momentos antes para passar o texto e ele entrou no personagem na hora. Tenho até um vídeo com ele. Foi lindo.

Carolla Parmejano (Foto: Paulo Lima)

Como você define o upcycling e qual é a sua abordagem criativa para este processo e você poderia contar um pouco sobre seu processo criativo ao transformar peças antigas em algo novo e moderno? (@loveforupcycling)

O Upcycling não tem sua definição única, você pode fazer essa “ação” de vários jeitos. Quantas vezes você não já levou um sapato para consertar? Ou uma bolsa? Ou um cinto? Com essa simples ação você já é parte dessa comunidade. Ao invés de comprar outro você está re-usando uma peça. Isso economiza inúmeros fatores orgânicos naturais como laborais, e isso é um upcycling. Eu, além de pensar e repensar várias vezes em comprar algo novo, vejo se realmente preciso daquela peça, com móveis do mesmo jeito. E assim ajudando com um grãozinho a não criar mais trabalho e poluição no mundo.

Além de toda a história que contamos aqui, você também resistiu a várias outras situações, tais como a obesidade, o bullying, e acabou sendo apontada como exemplo para superação e versatilidade. Somada a todas as adversidades que a vida te pôs à prova, como acha que tudo isso contribuiu para quem é a Carolla Parmejano que estamos conhecendo hoje?

Sim! Sem essas etapas e desafios na minha vida eu não seria quem sou hoje, todos os valores, naturalidades, ações referente a um problema, resolver e continuar a minha vida seria totalmente e até mais difícil se eu não tivesse vivido cada fase. Essa Carolla é fruto e continuidade da Carolla mais novinha, e eu somos orgulhosas de todas essas fases.

Acompanhe Carolla Parmejano no Instagram

*Com Regina Soares

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