Respeito

Ghabi ressalta a importância do posicionamento de Dua Lipa e Shakira: “É angustiante ver o retrocesso”

Com a chegada da Copa do Mundo, Ghabi acredita que pode ser um bom começo para que a luta das minorias no Oriente

Publicado em 18/11/2022
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Com ancestralidade de Magreb, cuja etnia predominante é a árabe, a cantora Ghabi se posicionou diante desse histórico de discriminações e violações de direitos humanos que acontecem nos países como o Catar, que é a sede da Copa do Mundo de 2022. Apesar de o assunto só ganhar visibilidade agora por conta desse grande evento mundial, a luta das mulheres árabes por liberdade já vem há muitos anos.

“É muito complicado quando se mistura religião com política, em qualquer lugar. Eu tenho muito orgulho de ser de etnia árabe, mas o que muitas pessoas ignoram é que mesmo dentro de países árabes existem pessoas de religiões diversas. Minha família libanesa era católica, por exemplo, mas desde que grupos fundamentalistas religiosos tomaram o poder, muitos direitos infelizmente passaram a ser suprimidos, e quem não é da religião que está no comando acaba sendo perseguido”, diz Ghabi.

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A cantora entende que ainda há uma grande luta para que as pessoas passem a enxergar que essas leis conservadoras não são culturais, mas que de fato ferem os direitos humanos básicos e que grande parte da população que vivem diante desse regime não concordam com a legislação, vide tantos atos de resistência que vêm acontecendo. Assim, apoia diariamente esse movimento das mulheres árabes, ainda que não fisicamente, mas lutando para dar voz a elas.

“São mulheres que vivem silenciadas por gerações e gerações, acompanhando um mundo globalizado onde tantas outras mulheres se sustentam e vivem livremente fazendo suas próprias escolhas. É angustiante ver o retrocesso no Afeganistão e no Irã, mulheres impedidas de estudar, de trabalhar, de ter uma vida além do serviço de casa. Vemos

meninas sendo violentadas, forçadas ao casamento ainda muito crianças, analfabetas, passando por tantas necessidades que meus olhos chegam a se encher de lágrimas. Tento então usar minha voz e meu espaço na internet pra tornar essa luta pública e que ganhe força internacional, como estou fazendo agora. Não é possível ter paz num mundo com tanto sofrimento”, diz a cantora emocionada.

Neste momento, com a Copa do Mundo, Ghabi acredita que pode ser um bom começo para que a luta das minorias no Oriente, ainda que por vias tortas, ganhem mais visibilidade. Além disso, ressalta a importância de artistas como Dua Lipa e Shakira se posicionarem contra as injustiças que o povo árabe vive. “Elas estão sendo coerentes com o público delas, que é composto majoritariamente por mulheres e pelo público LGBTQIA+. Pra mim, seria inaceitável celebrar em um lugar que não tem qualquer pudor em criminalizar e matar pessoas que consomem e apoiam as carreiras delas. Eu faria o mesmo”, garante.

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