Parceria de Sucesso

Ícones do funk melody Bob Rum e o americano Stevie B se encontram em ‘A Nossa Bandeira’

Trazendo de volta a essência da batida que bombou nos anos 80 e 90, o autor do “Rap Do Silva” declara: “Entendemos a necessidade de dar um norte ao ritmo que vem perdendo a sua bandeira, que é a inclusão, a realidade e a resistência”

Publicado em 19/06/2023
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Não há quem tenha vivido os bailes da época de 80 e 90 e não se lembre de “Spring Love” ou “Because I Love You”, ou que até hoje não vibre quando começa o “Rap do Silva”. A boa notícia é que o funk das antigas está mais vivo que nunca e dessa vez, com um feat que resgata a essência do ritmo que embalou as melhores festas do país. Bob Rum e Stevie B se encontram em “A Nossa Bandeira”, ainda sem data oficial de lançamento, mas que já vem bombando nas rádios.

Com mais de 35 anos de carreira, Stevie B é uma referência para o mundo todo quando o assunto é funk melody. Mas no Brasil, o estrelato do artista rompeu barreiras e fez com que o país ganhasse destaque para Stevie. O astro de “Spring Love”, que já passa longas temporadas em terras tupiniquins, declara inclusive que pensa em criar raízes por aqui.

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Como você se sente lançando sua primeira música em português em parceria com o Bob Rum? Pretende fazer mais trabalhos no nosso idioma?

Realmente foi um grande desafio e uma grande honra. Não é nada fácil cantar em outro idioma e pegar o sentimento de uma forma que as pessoas entendam. Sentir da mesma forma, como se eu falasse o idioma.

Você viveu um sucesso estrondoso no brasil, principalmente nos anos 90. Pode contar um pouco sobre a sua relação com o país?

Minha relação com o Brasil foi um caso de amor imediato. Com os fãs que me abraçaram como uma superestrela desde o dia em que aterrissei. No mesmo dia em que desembarquei, conheci minha esposa brasileira e estamos juntos há mais de 30 anos desde aquele dia. Então agora eu chamo o Brasil de minha primeira casa, já que moramos no Rio. É literalmente onde eu quero passar o resto da minha vida. O universo fez o Brasil me amar e me fez amar o Brasil!

Para você, qual é a principal diferença do funk americano para o brasileiro? Como você sente a visão de cada país sobre isso?

Sim, eu acho que o Brasil consegue se reinventar. Onde nos E.U.A. há pouco movimento em novos artistas assumindo a herança do gênero, o Brasil passou por várias fases nos últimos 25 anos, e deu à luz a uma nova geração de artistas e fãs.  Anitta, Ludmilla, DJ Dennis e muito mais. E agora você tem Bob e eu, as primeiras gerações do funk melody tentando se reinventar, e temos algo muito especial para oferecer. Acho que vai mostrar as variações do que o funk pode fazer e o que pode ser. Ele pode durar para sempre com este tipo de paixão do artista e dos fãs, velho e novo.

Bob Run e Stevie B (Foto: Eduardo Toledo)

Para Bob Rum, a relação com Stevie vem desde cedo, e revela que se tornou MC após conhecer o trabalho do americano. Alguns anos depois, Bob foi convidado para participar da turnê de Stevie no Brasil, “O Baile dos Sonhos”. Mesmo sem o lançamento oficial, “A Nossa Bandeira” já está bombando nas principais rádios do país.

Ainda sobre o impacto do single e da busca pela essência do funk, Bob afirma que o melody está eternizado e a nova música vem para fomentar isso. Com a carreira consolidada, o funkeiro diz que apesar do crescente sucesso da canção, não está preocupado com o resultado.

Como surgiu a ideia de convidar Stevie B para “A Nossa Bandeira”?

A ideia amadureceu em meu coração, em forma de gratidão e para homenagear o meu maior inspirador e ídolo musical (Stevie B), que para minha surpresa, aceitou o convite imediatamente.

Você mencionou que suas primeiras influências no funk foram as músicas de Stevie B. Como foi participar da turnê “O Baile dos Sonhos” e ter essa proximidade com um artista que te inspirou?

No primeiro convite para o evento, nem dormi direito de tanta felicidade, pois teria a oportunidade de conhecer de perto o meu grande inspirador.

“A Nossa Bandeira” já está sendo bem recebida nas rádios e tem conquistado um grande público. Qual é a mensagem por trás dessa música e qual impacto vocês esperam alcançar com ela?

Essa música é tão profunda, que desde o primeiro momento que mostrei a familiares e amigos próximos, antes mesmo do feedback eu já percebia as lágrimas nos olhos. Ela mexe com os sentimentos e desperta a memória afetiva das pessoas, que se sentem representadas na canção, e por mais que a árvore cresça e seus galhos se inclinem para direções diferentes, as raizes sempre estarão ali. Esperamos tocar a alma das pessoas.

O funk das antigas tem uma legião de fãs e continua sendo muito popular. Como vocês veem o ressurgimento desse estilo musical nos dias de hoje?

Os clássicos do funk, sempre esteve presente entre nós, não há uma festinha de família, um festão, um cerimonial ou até mesmo os grandiosos shows, que não cantem a plenos pulmões, as músicas que marcaram suas jornadas. As festas, os bailes, sempre levaram multidões aos encontros, só faltava, os holofotes saírem da mesmice, e perceber novamente, que ali ainda existe um público consumidor imenso.

O funk melody é um estilo musical que possui um público fiel e apaixonado. Como você vê o futuro desse gênero no cenário musical brasileiro?

Não sou muito preso a rótulos, mas nunca na história passada, presente ou futura, uma música que fale de amor, que desperte emoção e que mexa com os sentimentos, deixará de fazer sucesso, independente do artista ou gênero. Isso é o funk melody (Funk com melodia). É indelével!

Além de ser um cantor de sucesso, você também é conhecido pelos seus bailes, como o “Baile do Silva”. Qual é a importância desses eventos para manter a cultura do funk vivo e fortalecer a conexão com os fãs?

Quando me formei em administração de empresas e fiz vários cursos específicos das áreas de mkt digital e eventos, tive a ideia de fazer a festa, com um olhar mais empreendedor, me baseado nas experiências que os amantes do ritmo necessitavam, conforto, organização, para uma experiência prazerosa que fosse além de um simples show. Essa festa itinerante, percorre o Brasil e exterior, é uma prova, assim como outros, que bem-organizado, o funk é imparável.

Com uma carreira consolidada e tantos sucessos, qual é o seu próximo passo? Quais são os seus planos futuros na música?

Minha meta, depois da consolidação do projeto com o Stevie, é abrir espaço e descobrir novos talentos nas comunidades, a fim de ajudá-los a realizarem seus sonhos e a darem uma vida melhor para suas famílias e seus entes queridos.

O funk é um gênero musical que sempre gerou controvérsias e críticas. Como você lida com essas questões e qual é a mensagem que você gostaria de transmitir através da sua música?

Nunca foi problema para mim, defender um ideal que transformou a minha vida e de vários jovens periféricos, pelo simples fato de se reunirem para escrever música. Quanto mais jovens se interessarem pela arte e cultura, menos delinquentes haverá no mundo. Entendo que nem tudo que se diz funk é bom, mas nem tudo que é funk mau. E minha mensagem, minha bandeira … sempre será: “O funk não é modismo, é uma necessidade, pra calar os gemidos que existem nessa cidade”.

Acompanhe Stevie B e MC Bob Rum no Instagram

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