Sonhos que Realizam!

Isabela Souza e a arte de inspirar pessoas através da atuação

Fluente em inglês e espanhol, Isa toca piano e violão e é a estrela da série argentina do Disney Channel, "Bia", exibida em mais de 40 países, incluindo toda a América Latina e Europa

Publicado em 20/04/2023
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A atriz, cantora e compositora Isabela Souza, primeira brasileira a protagonizar uma série da Disney internacional, não está na caminhada artística apenas para passear.

Nascida em 13 de janeiro de 1998, Isabela começou sua carreira aos 14 anos, quando fez seu primeiro curso de teatro, concluindo-o e formando-se aos 16 anos. Após quatro anos dedicados aos palcos, ela estreou no Disney Channel, um dos maiores canais de entretenimento juvenil do mundo, conhecido por lançar grandes estrelas no mercado, como Ryan Gosling, Selena Gomez, Justin Timberlake, Zendaya, Christina Aguilera e Demi Lovato.

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Em 2017, ela teve sua estreia profissional na série “Juacas”, produção indicada ao Emmy, interpretando a personagem Brida. Em 2018, graças também ao seu talento musical, Isabela deu voz à primeira princesa latino-americana da empresa de Mickey Mouse, interpretando Elena na música “Minha Vez”, da série Elena de Avalor.

Isabela é responsável por interpretar as versões latinas da música “Speechless” (Callar/Ninguém Me Cala), trilha original de maior sucesso do live-action Aladdin, composta por Benj Pasek e Justin Paul, vencedores do Oscar por La La Land. Ela canta a canção que marca o momento de empoderamento da Princesa Jasmine, personagem de Naomi Scott. Os dois clipes, em espanhol e português, contabilizam milhões de visualizações no YouTube.

Isabela Souza (Foto: Jeff Porto)

Fluente em inglês e espanhol, Isa toca piano e violão e é a estrela da série argentina do Disney Channel, “Bia”, exibida em mais de 40 países, incluindo toda a América Latina e Europa. Por seu papel na série em que interpreta a personagem que dá nome à trama, ela venceu prêmios individuais como ‘Melhor Atriz de TV’, no Kids Choice Awards México, e ‘Atriz do Ano’, nos Prêmios Lo Más. A cantora também tem mais de 325.000 ouvintes mensais no Spotify e mais de 24 milhões de reproduções nas músicas cantadas por ela.

“Disney Bia” também recebeu indicações coletivas pela produção: ‘Show Favorito’, no Meus Prêmios Nick, e ‘Melhor Álbum de Trilha Sonora de Cinema/Televisão’ nos Prêmios Gardel, a maior premiação da indústria fonográfica argentina.

Apaixonada por moda e esportes, Isabela, que também já trabalhou como modelo, agora se prepara para dar um novo passo, vivendo sua primeira antagonista em “Uma Garota Comum”, nova série do Disney+. Isabella destaca que seu novo trabalho traz personagens bastante humanizados e foge do maniqueísmo do bom ou mau. Diferente de seu trabalho anterior na companhia, a trama aborda assuntos espinhosos e que precisam ser falados com o público jovem.

Isabela enxerga o audiovisual como uma ferramenta poderosa de informação, inclusive para futuras gerações, e tem sido mais uma brasileira a espalhar a arte dos nossos conterrâneos pelo mundo. Confira a entrevista!

Considerada a primeira brasileira a protagonizar uma série da Disney Internacional, você conseguiu viver a dramaturgia tanto brasileira como internacional na sua carreira. Quais foram as principais diferenças culturais que sentiu ao trabalhar em outro país?

Na verdade, senti poucas diferenças. Ambos são povos divertidos, apaixonados por futebol e muito calorosos. A comida, sim, é bem diferente (tirando o churrasco!). Na Argentina são muito comuns as “media lunas”, salgados que estão sempre à mesa dos argentinos assim como o pão de queijo está na nossa. Também era super raro encontrar feijão e frutas tropicais nos mercados e restaurantes, por exemplo, coisas que aqui também são corriqueiras. Mas o que mais me chamou a atenção foi o contraste climático! Em Buenos Aires as estações são muito marcadas, no outono eu via literalmente as folhas alaranjadas nas ruas e no inverno eu sentia um frio que não estava acostumada! Rs. Já no Brasil, principalmente no Rio (onde eu moro), é quase sempre verão. Essa foi a principal diferença que notei e gostei muito de viver essa experiência.

Natural da cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, naturalmente, depois do início na Disney, você precisou sair do país, e foi trabalhar na Argentina. Como foi passar por essa mudança e do que mais sentiu falta no Brasil?

Foi uma mistura de ansiedade por aprender espanhol o mais rápido possível (quando fui aprovada no teste não sabia falar quase nada) e a emoção de estar realizando um dos meus maiores sonhos. A verdade é que eu me adaptei super bem ao novo país, estava rodeada de uma equipe maravilhosa e tão feliz que nem podia explicar! Após alguns meses de aulas diárias de espanhol e muito estudo, o idioma já não era mais problema. Senti muita falta da comida brasileira e das praias do Rio! Como me mudei de Minas aos 10 anos, me acostumei a estar sempre perto do mar, tomando água de côco e suco de melancia, haha.

Além de ser uma potência enorme no entretenimento juvenil, a Disney também foi responsável pelo lançamento global de diversos artistas, tais como Selena Gomez, Zendaya, Bella Thorne, entre outros, e com você aparentemente não tem sido diferente. Como foi conseguir se adaptar ao reconhecimento depois de passar por “Bia” e “Juacas”?

Foi um sonho realizado e eu sempre digo que é a melhor parte de todo o trabalho de um artista. Sempre que um fã da série vinha falar comigo eu ganhava meu dia! É muito especial receber tanto carinho de quem nos acompanha principalmente se tratando de um projeto tão especial para a Disney. Desde Juacas me apaixonei pela companhia e construí amizades que quero levar para sempre comigo!

Isabela Souza (Foto: Jeff Porto)

Para encarar os personagens que fez dentro do estúdio, o seu talento musical se tornou um grande aliado, seja interpretando a própria música de abertura da novela “Así Yo Soy”, a versão da música “Ninguém Me Cala” do live action de Aladdin e a primeira princesa latino-americana da Disney, Elena. Sendo assim, como avalia a participação do canto na sua vida?

Minha relação com o canto começou profissionalmente em 2018, quando comecei a me preparar para gravar o primeiro álbum de Bia. Desde então, me apaixonei pelos momentos no estúdio e comecei a sonhar com meus próprios álbuns. Sempre amei escrever e tenho muita vontade de transformar isso em música, mas ainda estou buscando a equipe ideal para realizar esse sonho!

A Disney, justamente por ser uma empresa que transmite tanta representatividade entre os jovens, acaba por seguir vários exemplos, tais como os seus personagens tendo várias origens ou no empoderamento feminino, como foi o caso da franquia “Disney Princesas” e da campanha “Sou Princesa, Sou Real”. Por ter conquistado esse posto de ser a primeira brasileira a protagonizar uma produção internacional deles, você sente que também possa ser exemplo para outros que tenham esse sonho?

Esse é meu desejo! Eu me sinto muito honrada em ter sido a primeira atriz brasileira a protagonizar uma série da Disney Internacional e quero muito poder inspirar outras pessoas a correrem atrás dos seus sonhos e não desistirem. A Disney é uma empresa que cada vez mais valoriza a representatividade e a diversidade, e eu acredito que esses valores são muito importantes para as novas gerações, espero que cada vez mais vejamos todas as etnias e nacionalidades retratadas em obras diversas. Espero que meu trabalho possa contribuir para a construção de uma narrativa mais inclusiva e representativa para os jovens, e que, quem sabe, eu possa ser uma referência para outros atores e atrizes que desejam seguir uma carreira internacional. Conquistar esse posto de protagonista foi fruto de muito trabalho e dedicação, mas persistência é muito importante. Então, sim, eu espero ser uma fonte de motivação para outros que tenham esse sonho!

Essa não é a primeira vez que o canal tem investido em produções latino americanas, sendo que além do enorme sucesso de “Bia”, o canal já fez outras novelas como “Sou Luna” e “Violetta”. Em sua opinião, o que explica o sucesso que essas produções tem feito e principalmente o movimento que elas promovem com o público infantojuvenil?

Acredito que essas produções têm feito tanto sucesso com o público infanto-juvenil porque abordam temas que são muito relevantes para essa faixa etária, como o primeiro amor, a busca pela identidade e o enfrentamento de desafios na escola e na vida social. Além disso, as séries apresentam um viés musical, com personagens que são talentosos cantores e dançarinos, o que torna a experiência ainda mais envolvente e emocionante para os espectadores. Mas o que eu acho mais lindo é que produções assim podem ser uma fonte de referência e inspiração para os jovens, que podem se identificar com personagens que enfrentam os mesmos desafios e dilemas que eles, e aprender com as lições que são transmitidas através das histórias. As novelas também podem influenciar na formação do gosto musical e artístico dos jovens, incentivando-os a explorar novas formas de expressão e a ampliar seus horizontes culturais. Para mim é inspirador fazer parte disso!

Como consequência do grande talento que demonstrou nas telas, você já venceu dois prêmios de melhor atriz pelo Kids Choice Awards México e no Prêmio Lo Más, ambos por “Bia”. Como foi receber esse reconhecimento do público e o que acha que a Bia representa na sua vida hoje?

Ganhar como atriz favorita foi algo extremamente emocionante para mim. Cresci assistindo os KCA, e me ver naquele lugar foi inexplicável. Só posso sentir gratidão e amor por cada fã da série! Para mim, “Bia” representa um momento muito especial na minha vida e na minha carreira. Foi um trabalho muito desafiador e significativo, no qual aprendi muito sobre mim mesma e sobre o meu ofício. Foi um verdadeiro privilégio!

Espero que esse projeto represente no futuro um marco na minha trajetória profissional, e que eu possa continuar desafiando a mim mesma e explorando novas possibilidades na minha carreira. A série e o carinho dos espectadores me motivam cada vez mais a buscar novos desafios e a sempre evoluir como atriz e pessoa.

Mais recentemente, você acabou ganhando o papel de fazer sua primeira antagonista na série “Uma Garota Comum” do Disney Plus. Como foi fazer essa passagem de protagonista mocinha para a vilã?

Foi super gratificante poder experimentar uma nova camada de atuação e passar para um papel completamente diferente do que eu tinha feito antes. Tive como preparadora a maravilhosa Marina Medeiros, que me ajudou a encontrar a personalidade e a profundidade da minha personagem como uma antagonista realista e, muitas vezes, persuasiva. Foi muito legal explorar um lado diferente de mim mesma como atriz, abraçando cada desafio que veio com a construção da Vic.

Além disso, durante meus estudos sobre a Victoria, achei muito interessante observar como cada pessoa tem motivos diferentes para agir do jeito que age. Isso me ajudou a entender um pouco melhor o ser humano enquanto ser complexo e multifacetado, e principalmente a refletir sobre nossas motivações mais profundas.

Realmente diferente da novela, essa série traz algo mais humanizado, abordando assuntos mais sérios, porém que ainda se encaixam com o público jovem. Quais são as principais mensagens que acredita que “Uma Garota Comum” possa transmitir para o público?

A série traz muitas mensagens que me emocionam muito, mas a principal é o amor pela família e pela nossa própria essência. Não posso dar spoiler, mas é uma história que nos inspira a não termos medo de voltar às nossas raízes sempre que necessário e nos encontrarmos novamente com nosso propósito.

Além disso, é uma história que fala muito sobre perdão e segundas chances: não só dentro dos relacionamentos, mas também com a gente mesmo Amo acompanhar o processo de crescimento da minha personagem durante a trama e estou super ansiosa para compartilhar tudo com o público!

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