Jessica Grecco, conhecida como Jeska Grecco, é uma talentosa paulistana que atua como publicitária, escritora, apresentadora e podcaster brasileira. Desde cedo, demonstrou seu interesse pela comunicação, revelando sua aptidão por essa área por meio de brincadeiras criativas durante sua infância e adolescência.
Antecipando-se ao seu tempo, Jeska enxergou o potencial do universo digital para compartilhar uma brincadeira entre amigos. Em 2012, juntamente com sua sócia Ariane Freitas, iniciou o projeto “Indiretas do Bem” como uma página no Facebook, que estava em ascensão na época. No primeiro dia, uma das publicações se tornou viral e, três anos depois, as criadoras lançaram uma série de livros de grande sucesso: “Livro do bem” (2014), “Livro do amor” (2015), “Livro do Sossego” (2015), “Livro do bem 2” (2016), “Recados do bem” (2017) e “Livro do bem 3” (2018). Atualmente, a página acumula mais de 7 milhões de seguidores no Facebook e mais de 200 mil no Instagram, permitindo que o público desfrute e relembre seus valiosos conteúdos.
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Após esse período de ascensão, tornou-se evidente que a comunidade cultivada ultrapassou as fronteiras das redes sociais. Livros, contato direto com as pessoas nas ruas e eventos proporcionaram um novo impulso ao projeto. Em determinado momento, Grecco decidiu retornar à carreira de publicitária, o que foi um movimento crucial para mantê-la atualizada no mercado e possibilitar a identificação de novas oportunidades de negócios para seus projetos.
Junto com Carol Rocha, Grecco criou o podcast “Imagina Juntas” em novembro de 2017, que foi um dos primeiros a serem introduzidos no Spotify. O podcast aborda temas do cotidiano e obteve uma repercussão intensa. Em 2019, as criadoras foram indicadas ao prêmio de melhor podcast no MTV Miaw. Atualmente, o podcast conta com uma nova temporada em que todas as participantes são mulheres e apresenta um formato de videocast, alcançando um enorme sucesso. Com um olhar sensível para as questões femininas, Grecco também é a criadora da hashtag #DateComigoMesma, que é utilizada até hoje por mulheres que se sentem empoderadas ao compartilhar seus compromissos pessoais consigo mesmas.
Em 2020, com o início da pandemia da Covid-19, Grecco e seu marido, Leandro Neko, decidiram criar o podcast “Diário de Bordo”. Inicialmente, acreditavam que o projeto duraria apenas quinze dias de isolamento social. No entanto, o que começou de forma despretensiosa continuou por um ano, com um total de 365 episódios inéditos abordando assuntos como o Big Brother Brasil e a cultura pop. Após ganhar grande repercussão, o podcast foi incorporado ao catálogo do Gshow da Rede Globo e continua sendo lançado semanalmente.
Pioneira dos podcasts no país, Jeska Grecco é apresentadora do “BBB Tá On”, disponível nas plataformas de áudio, junto com a comunicadora Patrícia Ramos, com episódios inéditos todas as segundas-feiras, onde repercutem a formação do paredão, quartas em conversa com o eliminado e sextas em versão mesacast ao vivo, ao meio-dia, disponível no Gshow e Globoplay.
Você ficou nacionalmente conhecida pelo “Indiretas do Bem”, na época, como vocês perceberam que ele estava se tornando um sucesso?
A gente sentiu que estava se tornando um sucesso quando percebemos que não parava de entrar gente comentando. As pessoas começaram a achar que era alguma ação de marca, alguma coisa que não era verdade porque estava indo muito bem tão rápido, e ninguém sabia quem eram as autoras, então achavam que era uma ação para alguma marca. Isso quer dizer que a gente estava fazendo um trabalho tão bom que as pessoas achavam que tinha uma mente por trás, e no fim era só a gente fazendo uma página que estava dando certo.
Além das redes sociais, vocês expandiram o projeto para o formato de livros. Como foi essa transição e qual foi a recepção do público em uma época em que o digital era o que estava em alta?
Foi uma época um pouco pré boom de livros de youtubers, então a editora ia conversar com a gente para fazer um projeto, mas ao mesmo tempo tinha uma vontade nossa de fazer algo diferente e pensar no projeto realmente como uma plataforma de conteúdo e de trabalho. Foi um pensamento empresarial de, realmente, como a gente pode ser empreendedora do nosso negócio, e que não fique só no online, podendo gerar receita de outras formas. E o livro além da nossa paixão por ler e escrever, teve esse lado de negócio de transformar em algo rentável que não dependesse só do online.
Depois de um período de grande sucesso com o projeto, você decidiu voltar para a carreira de publicitária. Como essa experiência contribuiu para o desenvolvimento de novos projetos?
Na verdade, não foi uma volta, foi uma continuação porque eu já fazia publicidade no Indiretas do Bem, foi só um formato dentro de empresa. Eu senti que muita coisa tinha mudado, tanto em novas redes sociais, quanto formatos de mídia que as pessoas trabalhavam, e como isso poderia ser monetizado também para criadores de conteúdo. E eu senti que precisava olhar para dentro de novo de como essa roda estava girando em termos de tendências, formatos que as marcas faziam, coisas que estavam acontecendo e que muitas vezes você só tem acesso se trabalhar numa agência de publicidade, podendo receber arquivos de pesquisas gringas, essas coisas; então eu precisava ser alimentada de novo com essas tendências e inspirações pra poder pensar em novos projetos e continuar inspirada.
O podcast “Imagina Juntas” foi um marco na sua carreira, abordando temas do cotidiano de forma descontraída. Como você enxerga a importância desse podcast na discussão de questões femininas?
O Imagina foi um divisor de águas na minha carreira! Acho que porque foi quando eu comecei a trabalhar com podcast de fato, e no início a gente nasceu até um pouco antes de ter mesmo um boom de podcasts. A gente foi um dos primeiros podcasts a ser publicado no Spotify, então isso ajudou muito o público a chegar até nós; muita gente começou a ouvir podcast por causa do Imagina (o que é muito legal e importante), e muitos começaram a entender algumas pautas e situações que elas ou pessoas próximas viviam. Tem um caso que marcou muito a gente que foi um filho que viu a mãe viver uma relação abusiva com o pai, e ele passou a colocar o Imagina para eles ouvirem juntos no carro, e ela começou a perceber algumas coisas que aconteciam com ela e que ela não percebia antes de ouvir a gente. Ela acabou terminando essa relação, voltou para a cidade dela para estudar e muito grata pelo que o filho pôde trazer através da gente nessa história. Então para a gente esse tipo de coisa é muito importante, acho que é um caminho muito rico dentro do Imagina.
Além do podcast, você é conhecida pela hashtag #DateComigoMesma. Poderia falar um pouco mais sobre essa iniciativa e como ela impacta outras mulheres?
O DateComigoMesma nasceu dentro do Imagina Juntas mesmo como um assunto que eu trouxe, e muita gente começou a fazer e me marcar, e falar sobre como principalmente para a mulher é muito difícil ter o ímpeto de sair sozinha. Eu tenho poucas amigas que se sentem bem de sair sozinhas, que fazem muitas coisas sozinhas, como viagens e tal, e elas sempre são vistas como “meu deus, você faz tudo sozinha!”, tem aquele olhar de muita coragem. E eu sinto que para muita gente falta isso. E quando eu percebi isso em mim foi uma grande mudança na minha vida. Eu sinto que esse assunto impacta a vida de muitas mulheres que têm esse receio de sair sozinhas, que não pensam muito em fazer algo por si, mas que o DateComigoMesma ajuda a criar esses momentos, seja em casa, seja indo num restaurante sozinha, indo numa festa sozinha ou indo no cinema sozinha, que são coisas que às vezes muitas mulheres acabam sendo julgadas por fazer.
Em 2020, você e seu marido criaram o podcast “Diário de Bordo”, que se tornou um sucesso com episódios diários durante um ano. Como foi essa experiência e como vocês mantiveram a criatividade e a motivação para produzir tantos episódios?
No Diário de Bordo a gente encontrava motivação para fazer coisas diferentes ainda mais dentro de casa durante o lockdown da pandemia. Era um momento que a gente podia pensar em outras coisas, dar risada de outras coisas e fingir que nada estava acontecendo por meia hora, podendo se divertir. Eu sinto que isso também foi uma forma de abrigo e acolhimento para muita gente que estava também com essa mesma sensação de que a gente vivia ali da pandemia, que era muito difícil e dolorosa, com muitas pessoas que perdemos. Então era um momento de a gente poder manter a alegria para as outras pessoas e pra nós mesmos de alguma maneira; foi muito importante esse momento.
Agora, como apresentadora do “BBB Tá On”, como foi essa experiência e como você enxerga o papel dos podcasts na cobertura de programas de TV?
Apresentar o BBB Tá On é uma experiência incrível, que eu jamais imaginei na minha vida e que eu amo, sou muito grata! Eu sinto que os podcasts dentro de cobertura de TV são uma outra forma de você consumir aquele programa, parece que você entra mais nele e consegue esmiuçar, ser mais denso. O Twitter é a segunda tela enquanto você está assistindo; o podcast é o aprofundamento daquela história, e eu acho isso muito legal. E o BBB Tá On faz muito isso trazendo os eliminados, trazendo convidados, às vezes alguém que é próximo de quem está na casa pra contar mais sobre aquela pessoa, e tudo isso dentro de um veículo oficial, o que é sempre muito importante. Então eu sou muito feliz de fazer parte disso.
Quais são seus planos futuros na área da comunicação e do entretenimento? Tem algum projeto ou colaboração que gostaria de compartilhar conosco?
Eu estou sempre criando coisas! Acho que o formato do conteúdo surge para mim de várias formas diferentes, mas podcast é uma coisa que eu amo fazer e quero fazer cada vez mais! E trabalhar os próprios conteúdos que eu já faço com mais profundidade e densidade, como o próprio DateComigoMesma, que é uma coisa que eu falo muito e levo muito para a frente, querendo continuar falando e fazendo cada vez mais no formato que for. Acho que têm muitas coisas legais, e outras que não está muito certo ainda, e eu sou a favor de só falar mesmo quando a coisa der certo real e oficial pra depois a gente não se frustrar. Mas saibam que tem muita coisa legal rolando e os meus conteúdos vão sempre continuar acontecendo, sempre pensando em coisas maiores e atingir novas pessoas. É isso que eu quero para o futuro com certeza!
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