Lançamento

Kelton retorna com o poderoso álbum “Esperar Aquela Dança” celebrando 40 anos de vida e 10 de carreira solo

O cantor brasiliense apresenta um rock alternativo envolvente e surpreendente, repleto de vivências pessoais e participações especiais, consolidando sua trajetória musical

Publicado em 18/07/2023
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O cantor e compositor brasiliense Kelton está de volta com o lançamento do seu aguardado quarto álbum, “Esperar Aquela Dança”. Celebrando seus 40 anos de vida e 10 de carreira solo, o artista presenteia os fãs com um rock alternativo cativante e surpreendente. O disco, que levou cinco anos para ser concluído, traz as vivências e experiências de Kelton, conectando-se de forma íntima com a vida dos ouvintes.

Em “Esperar Aquela Dança”, Kelton mergulha em influências sonoras dos anos 70 e 80, que fizeram parte de sua formação artística, buscando uma identidade madura e distante de seu álbum anterior. Com composições que refletem questões universais de forma pessoal, o trabalho revela uma nova fase do artista, repleta de contentamento e felicidade. O álbum conta ainda com participações especiais de Adriah e Ian Fonseca, do Supercolisor.

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Com uma carreira consolidada, Kelton já lançou dois EPs e três álbuns, recebendo reconhecimento da crítica e prêmios, como o do 3º Festival de Cinema Curta Brasília, onde o videoclipe de sua música “Sem Concerto” foi premiado. Além de sua carreira solo, Kelton também é renomado como produtor musical, assinando trabalhos elogiados de artistas como Joe Silhueta, Beto Mejía e Profissão de Urubu. “Esperar Aquela Dança” promete ser mais um marco na trajetória deste talentoso artista.

Como foi o processo de criação e composição do álbum “Esperar Aquela Dança”? Quais foram suas principais inspirações?

O processo desse disco começou em 2018 e foi parecido com os meus trabalhos anteriores: geralmente eu tenho um certo número de composições na gaveta e quando chega a hora de um novo disco eu dou uma olhada nesses arquivos para ver o que dá vontade de gravar. No EAD foi assim, mas dessa vez eu quis reunir um conjunto de canções que me permitisse explorar sonoridades que eu não vinha colocando muito nos discos anteriores – daí essa profusão de guitarras, sintetizadores e tudo mais que deu vontade de gravar ao longo desses cinco anos de maturação.

O novo álbum reflete suas vivências pessoais dos últimos anos. Como você busca conectar suas experiências com a vida dos ouvintes?

Não há da minha parte um desejo específico de me comunicar com a vida de quem me ouve. Pelo contrário: cada vez mais acredito que preciso me escutar melhor para entender o que quero expressar artisticamente. Por outro lado, também acredito que me escutar e respeitar o meu sentimento, o meu “drive”, é o melhor caminho para me conectar com outras pessoas. A empatia depende de uma postura de honestidade emocional muito grande.

Em comparação com seus trabalhos anteriores, como você descreveria a sonoridade e a abordagem lírica de “Esperar Aquela Dança”?

Passei um tempo sem saber como descrever esse disco, talvez por ter levado muito tempo gravando-o. Mas hoje, passado o lançamento e vendo as percepções de outras pessoas sobre ele, sinto que é o EAD é um disco de observação. Um disco visual, imagético, que te convida a parar a observar – a vida, o mundo, sua casa, sua família, seus amores, seus sentimentos… É um disco que aponta caminhos mas deixa você decidir onde quer ir. Liricamente, acho que é um disco diferente dos anteriores por ser menos romântico, em muitos níveis. Hoje sinto que é um desafio novo para eu falar de amor e de relações sem me ancorar num certo ideal de amor romântico que não me parece fazer bem para ninguém.

O disco apresenta influências dos anos 70 e 80. Como você busca trazer essas referências para criar uma identidade musical madura?

Acho que essas influências vêm amadurecidas como consequência da minha própria trajetória como músico. São mais de vinte anos intrigado com a musa, buscando entender e sentir alguma coisa tocando um instrumento, cantando. Hoje, um pouquinho mais experiente, vejo com bons olhos as coisas que me levaram até aqui, então me sinto livre para colocar pitadas de tudo que vi e escutei nesse caminho, rock progressivo, MPB, new wave, coisas mais experimentais etc. De certa forma, o EAD é um disco de síntese desses meus anos de música.

O videoclipe de “Sem Concerto” foi premiado no Festival de Cinema Curta Brasília. Como foi a experiência de produzir esse clipe e como você acha que ele complementa a música?

O Sem Concerto foi um grande presente para mim. Obra da cabeça do meu amigo e diretor desse clipe, David Murad, que realizou esse trabalho com uma equipe maravilhosa de amigues que abraçaram esse projeto lindamente. É um clipe que tem quase 10 anos de idade, mas até hoje as pessoas comentam sobre ele envelheceu bem.

Kelton (Foto: Marcus Bonham)

Além de suas próprias composições, “Esperar Aquela Dança” conta com participações especiais de Adriah e Ian Fonseca. Como foi trabalhar com esses artistas e como eles contribuíram para o álbum?

Adriah é uma amiga querida e musicista talentosíssima daqui de Brasília. Somos parceiros há muito tempo. Senti que precisava de uma voz especial para colorir o final de “Flores” e na hora pensei na Adriah, que canta feito um anjo. Ficou perfeito. Já o Ian eu conheci em 2017, eu estava organizando uma coletânea em homenagem aos dez anos do lançamento do In Rainbows, meu disco favorito do Radiohead. Chamei o Ian e a banda dele, a Supercolisor, para participarem da coletânea e a partir daí nos tornamos amigos. Quando começamos a produzir a música “Distante”, eu percebi que queria um dueto e senti que uma voz grave como a do Ian daria um tempero especial e intimista para faixa. Para mim, funcionou bastante!

Você mencionou que esse é o primeiro disco seu que não é triste e que você está feliz com suas escolhas. Como esse sentimento de contentamento se reflete nas músicas e nas mensagens transmitidas pelo álbum?

Acho que tem uma coisa de desenvolver um olhar menos romântico para a vida – e acho que isso deixa tudo mais leve. É um disco mais feliz por serem canções que propõem outras formas de se relacionar, consigo e com o mundo. A espera é um momento em que a gente visualiza as coisas, um momento de sentir, de estar consigo e com as coisas. Nesse agora, estou vivendo um período particularmente feliz da minha vida. Talvez o EAD seja o final de uma fase da vida que durou dez anos – começou lá no meu primeiro EP, de 2013. Agora que já começo a olhar de novo para a frente, pensando em novos trabalhos, sinto que o meu desejo e a minha felicidade já apontam outros caminhos, outras formas de fazer música, outros desafios. Sinto que o próximo disco vai bem diferente dos anteriores e isso me deixa muito feliz também.

Como você enxerga o papel da música em tempos difíceis, como os que vivemos recentemente, e como você espera que “Esperar Aquela Dança” possa impactar os ouvintes nesse contexto?

Tenho dito para as pessoas tirarem um tempo pra escutar esse disco com calma, de cabo a rabo. Rola uma sensação muito específica de ouvir ele inteirinho assim, acho que é a melhor forma de experimentá-lo nesses dias de correria e pouca atenção.

Além de músico e compositor, você também é produtor musical. Como essa experiência influenciou seu processo de criação para o novo álbum?

A minha experiência como produtor deixa o processo de gravação muito mais fácil e rico, pois há uma certa intencionalidade no trabalho do produtor que muitas vezes o artista não tem – e isso por vezes prejudica o resultado da gravação como um todo. No EAD eu trabalhei em parceria com o Diego Marx, amigo e produtor musical, temos uma dinâmica de trabalho muito produtiva e essa troca também acaba contribuindo pra um resultado final mais sólido do ponto de vista musical e técnico.

Com “Esperar Aquela Dança”, você completa 10 anos de carreira solo. Quais são seus planos e expectativas para o futuro e como você vê sua evolução como artista ao longo desses anos?

Como disse antes, acho que o EAD fecha esse ciclo de dez anos me descobrindo como artista e intérprete das minhas canções. Sinto que os próximos trabalhos serão muito diferentes de tudo que já fiz. Tenho pensado em coisas aleatórias: já pensei em fazer um disco de música eletrônica, pisadinha, música com orquestra e sopro, disco de covers… pensei até em compor um musical! O que pode sair desse caldeirão de ideias nem eu sei, mas estou curioso para descobrir.

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