Com raízes na música negra americana, o funk ganhou um toque especial do Brasil, tornando-se assim não apenas um ritmo, mas uma cultura do país. Com batidas envolventes, o estilo faz parte da diversão dos jovens de todas as classes sociais, desde os bailes de favela às boates da zona sul.
Segundo o Ladim, da Ladim Produções, empresa responsável pelas atrações funkeiras que se apresentam nas badaladas casas noturnas de Minas Gerais, o funk é atitude e compromisso, mostrando ao mundo verdades que outros ritmos talvez não dêem tanta abertura de expor, principalmente para aqueles que moram na periferia.
Carregando...
Não foi possível carregar anúncio
Essa crescente cultural do estilo se deu graças aos representantes das vertentes do funk e trap, que ocupam os primeiros lugares no mercado brasileiro de shows. Sabe-se que não apenas o Brasil, mas o mundo tem aderido ao estilo envolvente. Um exemplo é a mistura de estilos como o pagofunk ou os feat internacionais onde se une o funk, pop, entre outros tipos de ritmos em uma só canção.
Sob uma vertente motivacional, o funk já provou que salva vidas, retirando crianças das mãos do crime, dando um caminho profissional aos jovens. Além disso, o ex-radialista e ex-DJ com mais de 20 anos de noite, afirma que a música dá liberdade e reconhecimento a causas importantes como o empoderamento feminino, questões que no passado não tinha tanta visibilidade como hoje.
Ladim afirma que ao começar a trabalhar com o funk, o mesmo era marginalizado, o que tornava tudo mais complicado. “No começo, havia muito preconceito por parte dos contratantes e também exagero do lado dos artistas – nas letras das músicas, que incluíam palavrões e apologia a armas e drogas”, lembra.
Anterior a isso, ele trabalhou em um programa sobre forró pé-de-serra (gênero em alta na época) na rádio Alternativa FM (BH) e começou a se envolver na produção de eventos organizados pela emissora. “Trabalhávamos somente com bandas de forró, mas depois passei a fazer outras produções, envolvendo artistas de vários gêneros, até chegar aos funkeiros”, conta o artista que guarda lembranças pouco agradáveis do primeiro show de funk que produziu.
“Deu tudo errado. Eu fechei o estacionamento de um shopping para um show do MC Colibri, então estourado. Três mil pessoas foram pra lá. Acontece que choveu e a energia caiu. Eu, inexperiente, não havia contratado gerador. Resultado: o show foi interrompido na metade e o público, irritado, começou a saquear os bares montados. Tomei prejuízo e pensei em desistir”, explica.
Depois dos funkeiros daquela época – além de Colibri, MC Frank e Menor da Chapa, Sapão –, o escritório de Ladim passou a comercializar e a produzir shows com os representantes do gênero que até hoje destacam-se no cenário – como Buchecha, Marlboro, Marcinho, Valesca Popozuda.
As facilidades que passaram a se criadas com o tempo, fizeram com que o profissional passasse a negociar também com clientes do exterior. Ele já levou Marlboro para três tours nos Estados Unidos, país onde também esteve com Mulher Melancia. Levou o funk brasileiro para a Europa – esteve com MC Biju, MC k9, MC Jaja e DJ Faby Mendes em shows em Portugal, Espanha, França, Itália e Inglaterra.
Aproveitando seu relacionamento no mercado, o empresário decidiu apostar no talento da jovem DJ Faby Mendes, representante do funk melody, lançando-a com exclusividade. A DJ é intérprete de hits como Desafio do Infinito, Tibum e Treme Treme, faixa incluída na coletânea Raggafunk, produzida por Marlboro.
Quer acompanhar mais as novidades da coluna? Siga Luca Moreira no Instagram e no Twitter!