Raissa Leme, uma modelo nascida em Sorocaba/SP, enfrentou diversos desafios em sua jornada para se tornar uma modelo reconhecida internacionalmente. Apesar das dificuldades, ela persistiu em seu sonho de desfilar nas passarelas desde a infância. Aos 16 anos, embarcou em seu primeiro voo rumo à Europa, dando início à sua carreira. Atualmente, reside em Nova York, nos Estados Unidos.
Apesar das dificuldades iniciais, Raissa não desistiu, e seu talento artístico abriu portas para trabalhar com marcas de renome internacional, como Louis Vuitton e Calvin Klein. Um dos momentos mais marcantes de sua carreira foi a participação em uma campanha internacional da Melissa. Além de seu sucesso na indústria da moda, Raissa é uma ativista engajada em diversas causas importantes. Ela é defensora da sustentabilidade, do movimento negro, da comunidade LGBTQIAP+ e do empoderamento feminino. A modelo também apoia ONGs e organizações do terceiro setor, dedicando-se a ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
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Em resumo, Raissa Leme é uma modelo brasileira de destaque internacional que conquistou seu espaço na indústria da moda, mesmo diante de desafios. Além disso, ela é uma ativista comprometida em causas significativas, utilizando sua plataforma para promover mudanças no mundo. Aos 27 anos, Raissa é uma inspiração para muitos. Sua carreira bem-sucedida, que inclui trabalhos com marcas renomadas e uma sólida base de seguidores nas redes sociais, destaca-se pela perseverança e determinação. A modelo aproveita sua visibilidade para encorajar as pessoas a não desistirem de seus sonhos, independentemente das dificuldades que possam enfrentar ao longo do caminho. Para Raissa, é possível superar obstáculos e alcançar grandes objetivos por meio de foco, dedicação e confiança em si mesma.
Como você lidou com a falta de referências de mulheres pretas bem-sucedidas na televisão e na moda durante a sua infância?
Quando criança, eu não conseguia entender o quanto isso me afetava. Só fui entender depois o quão desafiador foi lidar com a falta de referências de mulheres pretas na televisão e na moda. Sempre foi muito difícil para mim não me enxergar nos lugares que eu queria estar. No entanto, busquei me concentrar nas histórias de sucesso de mulheres pretas também fora do âmbito da mídia tradicional. Olhei para minha avó e minha mãe como exemplos de força e determinação, e elas se tornaram minhas maiores fontes de inspiração. A falta de representatividade naquela época me motivou a trabalhar arduamente para ocupar esses espaços e ser uma voz que inspire outras mulheres pretas.
Como foi a sua transição capilar e o que ela representou para você?
Foi um processo desafiador e significativo para mim. Durante anos, eu alisava meu cabelo para se adequar aos padrões de beleza impostos pela sociedade. Foi árduo pegar meus traumas, todas as piadas e comentários sobre o meu cabelo e transformá-los em gasolina para a decisão de fazer a transição. Depois da decisão, eu tentei várias formas de usar meu cabelo até me reencontrar nas tranças. Foi só quando comecei a usar as tranças durante a transição que minha autoestima realmente começou a voltar. Fazia anos que eu não usava tranças (porque também faziam piadas das minhas tranças na escola). E depois disso, eu senti que tinha me reencontrado, então até que a química saísse do meu cabelo, foi muito mais fácil, foi menos doloroso com as tranças.
Quais foram as principais dificuldades que você enfrentou no início da carreira de modelo e como conseguiu superá-las?
Uma das minhas maiores dificuldades foi encontrar alguém de confiança para trabalhar e me ajudar no direcionamento da carreira. No início, você acaba acreditando em tudo que falam, porque quer muito realizar seus sonhos. As consequências são muitas: viagens mal organizadas, trabalhos sem compensação financeira adequada, falta de comunicação, coisas que, somadas, acabam prejudicando tanto a carreira quanto a autoestima. Através da indicação de amigas que já eram modelos, acabei conhecendo meus atuais agentes e as coisas passaram a fluir como eu esperava.
Como a sua experiência na China mudou a sua visão sobre a indústria da moda e a sua carreira como modelo?
Ir para a China como minha primeira viagem, na minha opinião, não é o parâmetro certo do que é o mundo da moda, ao menos no tempo que estive lá. A maneira como a agência te trata, a rotina e os trabalhos não são nada comparáveis às experiências que tive depois em outros mercados. Se fosse depender da experiência na China para decidir se continuaria sendo modelo ou não, eu teria desistido.
Como a pandemia de COVID-19 afetou a sua carreira como modelo e o que você precisou fazer para se adaptar?
Quando a pandemia chegou, fazia duas semanas que eu tinha acabado de chegar em Nova York. Foi um momento muito difícil para mim, até mesmo decidir se ficaria na cidade dos meus sonhos ou voltaria ao Brasil. Acabei ficando em Nova York com muito medo, mas muito confiante do que estava por vir, e com essa decisão, acabei ficando quase 2 anos sem ver minha família. Foi difícil no princípio me adaptar a uma vida que ninguém sabia como viver. NY estava vazia, todas aquelas novas regras, e todo mundo vivendo com muito medo. Eu precisei encontrar um porto seguro dentro de mim. Minha prioridade era estar bem mentalmente para poder me adaptar a qualquer coisa.
Qual é a sua opinião sobre a representatividade e a inclusão na indústria da moda, especialmente para modelos negras?
A indústria da moda enfrenta um problema persistente de racismo e falta de representatividade, tanto em frente como atrás das câmeras, principalmente nos bastidores. Eu vejo muitas marcas usando o corpo preto como uma “token” visual de fachada. Não posso deixar de lado as mudanças que já foram feitas e a evolução da inclusão, mas ainda há um longo caminho a percorrer.
Como você acredita que a nova geração de modelos pretas pode contribuir para a mudança na indústria da moda?
A nova geração já vem mudando muito a indústria da moda. Eu acredito que a mudança está na existência e persistência de todos nós, enfrentando nossa luta diária para conquistar mudanças no mercado. Quem tem que contribuir para a mudança não são apenas as modelos pretas, mas sim todas as pessoas envolvidas dentro dessa bolha.
Como foi assinar um contrato de exclusividade com a IMG Models e como você se sentiu quando a pandemia interrompeu a sua carreira naquele momento?
Foi incrível, fiquei muito feliz. Eu amo o trabalho que a IMG e a Endeavor fazem com as carreiras que eles cuidam. Eu tive muito apoio deles durante a pandemia. Eu estava com muito medo quando a pandemia chegou, mas também estava em modo sobrevivência, tentando entender se o mundo estava acabando ou não. Quando entendi que não, que o mundo não estava acabando, pude começar a pensar mais na minha carreira e em outros movimentos.
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