Primeira brasileira a protagonizar uma série da Disney internacional, a atriz, cantora e compositora Isabela Souza definitivamente não está na caminhada artística a passeio e, agora, se prepara para uma fase mais adulta em sua carreira.
Responsável por interpretar as versões latinas da música “Speechless” (Callar/Ninguém Me Cala), trilha original de maior sucesso do live-action Aladdin (composta por Benj Pasek e Justin Paul, vencedores do Oscar por La La Land), Isabela canta a canção que marca o momento de empoderamento da Princesa Jasmine, personagem de Naomi Scott. Os dois clipes, em espanhol e português, contabilizam quase 20 milhões de visualizações no Youtube.
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Fluente em inglês e espanhol, Isa toca piano e violão, e é a estrela do fenômeno “Bia”, série argentina do Disney Channel exibida em mais de 40 países, incluindo toda América Latina e Europa. Como fruto do sucesso da obra, a mineira, nascida em 1998, se tornou um nome de grande notoriedade entre o público jovem e venceu prêmios individuais como ‘Melhor Atriz de TV’, no Kids Choice Awards México, e ‘Atriz do Ano’, nos Prêmios Lo Más, ambos por seu papel na série em que interpreta a personagem que dá nome à trama. A cantora também contabiliza mais de 325.000 ouvintes mensais no Spotify e soma mais de 24 milhões de reproduções nas músicas cantadas por ela.
Sua estreia profissional aconteceu na série ‘Juacas’, em 2017, produção indicada ao Emmy em que interpretou a personagem Brida. Já em 2018, graças também ao seu talento musical, deu voz à primeira princesa latino-americana da empresa de Mickey Mouse, interpretando Elena na música “Minha Vez”, da série Elena de Avalor. No momento, ela se prepara para estrear na série “Uma Garota Comum”, interpretando sua primeira vilã. Confira a entrevista!
Desde o lançamento de “Bia”, você se tornou a primeira brasileira a protagonizar uma séria de produção internacional da Disney. Como foi levar essa responsabilidade e lidar com as transformações que essa oportunidade trouxe na sua vida?
Foi um sonho realizado. Eu sempre tive consciência do tamanho da responsabilidade que iria carregar mas no fundo sabia que estaria preparada, sabe? Claro que às vezes batia um nervosismo, uma ansiedade… mas foi um processo de crescimento intenso e muita felicidade! Sinto muita saudade da Argentina e de tudo que vivi ali, os aprendizados que carrego me fizeram crescer em todos os sentidos, como pessoa e artista.
Como uma referência internacional em entretenimento, a The Walt Disney Company é presente no mundo inteiro. Como é ser uma brasileira integrando esse casting e qual significado que esse investimento em produção pode gerar de benefício não só para a dramaturgia, como para a cultura brasileira em si?
É uma honra fazer parte do casting da Disney. Quando fiz Juacas em 2016 ganhei uma nova família, e desde então nunca mais nos afastamos! Por exemplo, a Ju Vonlanten, que me dirigiu em Juacas, também me dirigiu em Uma Garota Comum, ambos projetos da Disney. O Eike Duarte, que também é meu amigo desde Juacas, está no elenco de UGC (Uma Garota Comum) e acabou se tornando um irmão pra mim. Sempre nos lembramos de todas as histórias vividas desde o nosso início na Disney e é super emocionante.
Acho lindo ver o Brasil emplacando produções tão maravilhosas na Disney. Não só Uma Garota Comum, mas também várias outras que já estão no ar e algumas que estreiam este ano. “O Coro”, por exemplo, é uma série linda protagonizada por dois amigos que fizeram Bia comigo, a Gabi e o Rhener. E eu amo ver brasileiros tão talentosos brilhando nas telas da Disney!
Além de atriz, outro projeto bastante significante onde trabalhou na versão brasileira e latina, foi na dublagem da música “Ninguém Me Cala” ou “Callar” na versão latina. Essa música, além de mostrar a força que a Jasmine carregava em Aladdin (2019), também era carregada de empoderamento. Como foi dar voz a uma música tão forte?
Me emocionei muito desde o momento que me contaram que eu interpretaria essas músicas! Sempre foi um sonho estar na trilha sonora de uma produção dessa magnitude e dar voz às versões brasileira e latina de Speechless foi um marco para mim. Lembro de estar no set de Bia, antes da música ser lançada, e alguns colegas de elenco virem me contar que já a haviam escutado no estúdio e se emocionaram muito. Foi algo inesquecível!
No momento, além do português, você fala fluentemente inglês e espanhol, e além de atuar, canta e toca piano e violão. Como foi o nascimento da arte em você e como se enxerga hoje?
Desde pequena eu sonhava em ser modelo, amava fotografar, posar, desfilar… aos 11 anos comecei meu primeiro curso de modelo e continuei estudando até me aprofundar mais nas técnicas de atuação. Foi onde me apaixonei pela profissão! Tenho muita vontade de continuar mergulhando nos estudos de dramaturgia e música. Mas confesso que não existe melhor professor que o set de filmagem! Com cada personagem pude aprender muito, e meu maior desejo é continuar dando vida a novas histórias e colecionar cada vez mais bagagens de cada uma delas.
Além de interpretar os personagens, ainda mais na geração das redes sociais e da globalização, sabemos que a repercussão que geram é gigantesca, além de uma velocidade incrível que a popularidade atinge. Tais papéis (e seu talento, óbvio) já te proporcionaram prêmios como o de “Melhor Atriz de TV” no KCA México e nos Prêmios Los Más. No início, imaginava que a arte poderia dar tudo que você tem hoje? Em qual momento tomou conhecimento do que estava acontecendo?
Sempre sonhei muito alto, sim, mas confesso que no momento que ganhei os primeiros prêmios foi inacreditável. Desde muito pequena acompanho os KCA e estar ali, concorrendo e vencer, foi emocionante demais! Mas os momentos mais fortes para mim, quando realmente me dava conta do que estava acontecendo, era quando saía dos estúdios na Argentina e encontrava dezenas de fãs da série nos esperando, muitas vezes com cartas e presentes feitos por eles mesmos para nós. Ter esse contato e carinho de quem nos acompanha era tudo!
O seu sucesso também se expande na música, onde suas reproduções já chegam a um total de 24 milhões. Na sua vida, a música sempre andou lado a lado com a dramaturgia? O que veio primeiro e qual a importância de se desenvolver um leque tão grande de talentos?
A atuação veio primeiro! Comecei a trabalhar com música já na série Bia, quando tive meu primeiro coach vocal, o Ezequiel Fernanz, que me ajudou a evoluir super rápido para começar a gravar as músicas em espanhol. Desde o início das gravações me apaixonei por estar em um estúdio de música. Quero continuar desenvolvendo meu lado musical e quem sabe lançar minha própria música um dia!
É extremamente importante desenvolver várias áreas das artes. Cantar, dançar, tocar, atuar, dublar… hoje em dia as oportunidades são muitas e as produções estão cada vez mais completas, cheias de música e outras formas de expressão! Uma inspiração e motivação para nós artistas.
Antes de estrear na televisão, você passou alguns anos no teatro. Sente falta de estar mais presente nos palcos?
Fiz alguns anos de curso de teatro mas somente uma peça. Foi uma ótima experiência mas confesso que meu lugar é no set de filmagem, haha! Sou fascinada por tudo que se pode criar com as câmeras, cortes, efeitos especiais, enfim… quando entro no set sinto que estou no meu lugar. Mas claro que se surgir uma oportunidade bacana e um papel que me interesse adoraria voltar aos palcos.
Em 2022 pude fazer muitos amigos que trabalham com teatro musical e é impressionante a habilidade de expressão corporal que o teatro nos dá. Tenho muita vontade de estudar mais sobre isso, mas minha maior paixão continua sendo a televisão e o cinema.
O Disney Channel é um dos canais mais vistos pelo público infantojuvenil. Como considera ser a sua relação com esse público e o quais mais aprendeu com essa relação? Lidar com a galera adulta traz bastante diferença na atuação e na imagem pública?
Eu AMO esse público! Sempre amei crianças e me lembro de quando Bia estreou… Muitas crianças amaram a série e sempre vinham falar com a gente quando nos encontravam. É a melhor parte do trabalho! Ver os pequenos se inspirando nos personagens, aprendendo o que os personagens faziam (por exemplo: minha personagem Bia amava desenhar e eu sempre ganhava desenhos lindos de presente das crianças) é maravilhoso! Lidar com a galera adulta também é uma ótima experiência. Hoje em dia os roteiros estão abordando cada vez mais abertamente os temas atuais, e isso é ótimo!
Além de “Bia”, você esteve na série “Juacas” em 2017, que acabou sendo indicada ao Emmy. Na ocasião que interpretou Brida, como era o clima nos bastidores e você já havia tido contato com algo no mundo do surf?
Era um sonho! Todos tínhamos acabado de sair do colégio, eu inclusive completei 18 anos no dia que nos mudamos para Floripa para iniciarmos as preparações! Fomos morar na casa do Teco Padaratz e ficamos alguns meses imersos no universo do surf. Sinto muita saudade daquela época, foi inesquecível e até hoje levo comigo as amizades que construí.
Antes de Juacas, eu tinha feito algumas aulas de surf, mas me aprofundei em Florianópolis com o nosso professor Guga Arruda, que nos preparou perfeitamente para as cenas no mar.
A respeito da representatividade, no ano de 2018, você deu voz a primeira princesa latino-americana da Disney, a Elena de Avalor. Como enxerga a importância dessa diversidade, principalmente quando se trata de princesas que exercem tantos laços na infância das crianças?
É lindo ver como as crianças se inspiram nos personagens que amam. E é uma honra poder fazer parte de projetos que farão sempre parte da memória de quem assiste, sabe? Isso me emociona e me motiva muito a fazer um trabalho cada vez melhor e com todo o meu amor, trazendo inclusão e respeito em tudo que eu fizer. Como disse anteriormente, fazer parte da vida de crianças e jovens que nos assistem é a melhor parte!
Apesar de muitos detalhes ainda estarem sob sigilo, já soubemos que seu novo projeto te trará como antagonista. Como estão as expectativas para vivenciar a experiência do novo tipo de personagem e a Isabela em si deverá ser vista com um perfil inédito pelo público?
Estou super animada para o lançamento de Uma Garota Comum. Minha preparadora para a Victoria foi a Marina Medeiros, que também me preparou para Juacas, então podemos fazer um trabalho super profundo e especial. Foi lindo viver minha primeira antagonista e a Vic é uma personagem diferente de tudo que já fiz antes! Super popular, focada, obstinada e pronta para defender seus sonhos. Apesar de cometer muitos erros durante a história, a Vic amadurece muito no decorrer da trama e essa é uma das minhas partes favoritas na trajetória dela. Espero poder contar mais detalhes em breve, rs!
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