Cultura Funk

Tília celebra o retorno do funk ao topo das paradas e ressalta sua importância na cultura brasileira

Cantora destaca a autenticidade do gênero e a influência internacional do ritmo contagiante em sua trajetória artística

Publicado em 26/07/2023 22:11
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A cantora Tília, conhecida como uma das promessas da música atual, reforça a relevância do funk como um dos grandes gêneros da cultura brasileira. Em meio ao sucesso do single “Ta Ok”, parceria de Kevin O Chris e Dennis, que alcançou o 1° lugar no Spotify, a artista ressalta a importância pessoal do funk em sua trajetória artística e enfatiza a necessidade de valorizar o ritmo como uma forma única de expressão musical genuinamente brasileira.

Para Tília, é fundamental que o público brasileiro reconheça o poder e a autenticidade do funk, que se tornou uma marca registrada do país e é reconhecido internacionalmente por sua sonoridade contagiante. A cantora destaca momentos em que artistas globais incorporaram elementos do funk brasileiro em suas apresentações, mostrando que o ritmo ultrapassou fronteiras e ganhou espaço no cenário musical internacional.

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Nesse contexto, Tília enaltece figuras como Anitta, que tem contribuído para a disseminação do funk pelo mundo, e celebra o retorno triunfal do gênero ao topo das paradas musicais. Para a cantora, ver o funk novamente em posições de destaque nas paradas do Brasil e em outros países é motivo de grande orgulho, e ela afirma que o ritmo está voltando ao lugar de onde nunca deveria ter saído.

Como você enxerga a importância do funk como expressão cultural brasileira?

Eu acho muito importante não só eu, como todo mundo enxergar, que o funk faz parte da nossa cultura. A gente tem que se orgulhar quando o funk vai chegando em diferentes lugares, até fora do nosso país. É algo pra gente comemorar, porque saiu daqui e as pessoas estão curtindo muito. Nós brasileiros somos os responsáveis, o funk do Brasil, o funk carioca, e de todos os estados, é importantíssimo e faz parte da nossa cultura.

Qual é a relevância pessoal do funk em sua trajetória artística?

Eu gosto muito de funk, não sei se é por envolvimento dos meus pais ou por nascer, literalmente, nesse meio, mas é um gênero que me envolve muito e mistura com minha carreira. A batida é muito gostosa, é algo que começa a tocar e alguma parte do meu corpo começa a se mexer automaticamente. É um gênero que eu amo, que eu canto e que eu tenho uma conexão muito verdadeira.

Tília (Foto: Divulgação)

Como você acha que o público brasileiro pode reconhecer mais a potência e autenticidade do funk?

Eu acredito que o principal passo é abrir cada vez mais espaço para o gênero em todas as esferas da cultura musical, porque apesar do funk ter chegado ao TOP 1 em uma das principais plataformas de música, ainda há muitos lugares para serem conquistados. É muito importante promover e valorizar os artistas do funk e dar visibilidade e oportunidades para que suas vozes sejam ouvidas. Além disso, é necessário combater os estereótipos e preconceitos associados ao funk, para que as pessoas possam ouvir o gênero e o reconhecer como a expressão artística que é.

Quais são os momentos em que artistas internacionais incorporaram elementos do funk brasileiro e como você vê isso como um enaltecimento da cultura brasileira?

Já aconteceram algumas vezes e eu fico muito feliz em ver que agora isso está se tornando cada vez mais presente. São artistas internacionais gravando funk com pessoas do Brasil ou gravando sua própria música em funk. Recentemente, The Weeknd lançou um feat com Travis Scott e o Bad Bunny, que tem uma base completamente de funk e sem nenhum brasileiro, então é muito legal ver isso acontecendo. Agora também tem “Tá OK”, que é uma música feita pelo Dennis e Kevin O Chris, que vai receber um remix com Maluma e Karol G, ou seja, ultrapassou barreiras e chegou lá fora. Ver eles cantando funk em espanhol ou ver o The Weeknd cantando funk em inglês é muito legal. Isso só comprova que a gente realmente tem que sentir muito orgulho da nossa cultura.

Qual é o papel de Anitta na disseminação do funk pelo mundo e como isso impacta a imagem do gênero?

A Anitta tem um grande papel, porque ela é a pessoa que colocou a cara lá fora para defender o funk, que quis fazer a carreira internacional e que vem trabalhado com todas as forças para levar esse gênero, que é tão nosso pra lá. É muito legal ver ela lançando um álbum em outros idiomas como o inglês e o espanhol, mas trazendo muitas referências de funk. Ela é uma figura importantíssima, não só ela, como várias outras pessoas que também estão fazendo com que as músicas que chegam lá fora. O Kevin O Chris, por exemplo, fez uma música e depois o Drake mandou mensagem querendo entrar no single e eles fizeram um remix. Agora, junto com o Dennis, vai se unir com o Maluma e a Karol G. Essas pecinhas, esses brasileiros ajudam muito a gente aparecer lá fora. A Anitta, sem dúvidas nenhuma, é uma pessoa que coopera muito e é uma das pioneiras em fazer isso.

Tília (Foto: Divulgação)

Como você se sente ao ver o single “Tá Ok” alcançando o topo das paradas e o ressurgimento do funk no cenário musical?

Eu fico muito feliz! Não podemos dizer que o funk estava esquecido ou não tocava, porque de fato ele nunca morreu, mas quando a gente falava de tops, paradas, ele não era um gênero que estava muito presente porque tinham outros se sobressaindo mais. Hoje, ver o funk voltando com tudo, tendo três músicas no Top 5, deixa meu coração quentinho, porque é uma motivação para mim também. Eu vou lançar um álbum de funk agora e ver a galera está consumindo é muito importante. ‘Tá Ok’ ficou no Top 1 quase dois meses e está sendo muito legal acompanhar tudo isso.

Quais são as expectativas para o futuro do funk no Brasil e em outros países?

As expectativas é que o funk continue crescendo! Acredito que vão surgir cada vez mais filmes e documentários para a galera entender mais sobre o gênero e a cultura do funk. Eu estou super ansiosa para assistir o filme de Claudinho e Buchecha, o do Dennis, que é o meu pai, que eu sei que está sendo feito, e muitos outros que estão sendo lançados. Aqui no Brasil, nossa função agora é estudar, entender que uma coisa tão nossa está explodida no mundo e que muitas pessoas ajudaram a fazer parte disso. Já nos outros países, as minhas expectativas é que fure bolhas, que rolem muitas parcerias, e que possa ser um gênero muito ouvido em todo o mundo.

Como você define a sonoridade única e contagiante do funk brasileiro?

Acredito que a sonoridade do funk brasileiro é marcada por suas batidas e por esse ritmo tão envolvente. Ele traz uma energia única e contagiante, que faz todo mundo dançar e ficar alegre. O funk tá sempre se reinventando, tá sempre trazendo novidades. Tem aquele 150BPM que não deixa ninguém parado, tem o melody que é aquela pegada mais romântica, e até o tamborzão raiz tá voltando com tudo. Isso é o que torna o funk tão autêntico.

Quais são os desafios que o funk enfrenta atualmente e como superá-los?

Um dos maiores desafios que o funk enfrenta é o preconceito e a falta de reconhecimento como uma expressão cultural. Ainda hoje, mesmo com o funk bombando nas plataformas, a luta dos artistas contra a discriminação é diária. A gente precisa continuar trabalhando para quebrar essas barreiras e esse estigma que ainda envolve o funk, o que muitas vezes leva a um tratamento desigual em comparação com outros estilos musicais. Acho que para superar isso é preciso mostrar para as pessoas a verdadeira essência e a riqueza artística do funk.

Como você acredita que o funk pode contribuir para a diversidade e representatividade na música brasileira?

O funk tem tudo a ver com diversidade e representatividade na música brasileira, porque além do lado mais dançante, ele também traz a realidade das comunidades e mostra as vivências de muitas pessoas. É o som que fala sobre o que a galera tá passando, os sonhos, as lutas e os amores, tudo isso com uma batida contagiante. É um gênero que abre as portas para quem muitas vezes não tinha espaço no cenário musical. Tem artistas de todos os cantos, de todas as histórias! A galera se identifica, se sente representada, porque é a nossa cultura, é a nossa gente ali, brilhando no palco. Além disso, o funk mostra que a música brasileira não é só um estilo só, não é só uma coisa. É uma mistura de influências, de ritmos, de histórias, e com certeza o funk é uma parte importante disso tudo.

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