Muitos têm apontado Ana Castela como “a nova Marília Mendonça“, uma comparação que, na verdade, se revela mais como um erro do que uma semelhança real, afirmou o jornalista Odair Braz do Portal R7 nesta sexta-feira (12). Sim, ambas são mulheres e cantam sertanejo, mas a similaridade termina por aí.
A situação lembra quando alguns tentaram rotular Ludmilla como a nova Anitta. Simplesmente não é uma comparação válida. Ana Castela, que vem chamando a atenção do mundo sertanejo e da mídia, é jovem e talentosa, e essas são as únicas semelhanças genéricas que podem ser traçadas entre ela e Marília.
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Ana e Marília Mendonça são duas cantoras sertanejas completamente diferentes. A dona do hit “Pipoco” é, de certa forma, mais tradicional do que Marília. Ana é uma espécie de versão feminina dos cantores sertanejos em sua maioria masculinos. Na maioria de suas canções, os temas são festas, namoro, flertes e coisas do tipo, algo que se vê com frequência no sertanejo masculino.
Outra diferença notável entre elas é que Ana Castela compõe bem menos do que Marília. A maior parte das canções gravadas por Ana vem de outros autores, o que não é um problema, mas reforça ainda mais as diferenças entre as duas artistas.
Ana, em suas músicas, realiza uma interessante mistura de ritmos em algumas faixas. Ela é claramente uma cantora sertaneja, mas também incorpora elementos do funk e do pop nas suas músicas, ritmos que ela adora.
Marília Mendonça, por outro lado, seguiu um caminho um pouco diferente, que foi justamente o que a tornou uma grande novidade no gênero musical. Excelente compositora, Marília teve várias de suas canções gravadas por duplas famosas antes mesmo de se tornar conhecida.
Sua habilidade de criar letras impressionou toda a indústria musical, especialmente porque Marília seguiu por um caminho novo, colocando a mulher em primeiro plano, algo que foi considerado bastante inovador.
Marília, que faleceu aos 26 anos, posicionava as mulheres como protagonistas em muitas de suas composições, mostrava como elas pensavam e como se sentiam em relação aos homens e ao mundo. A cantora deu às mulheres uma voz que nunca havia sido ouvida antes no sertanejo, e foi esse estilo de composição que a destacou entre seus pares.
Apesar de Marília também falar de namoro, de levar foras de namorado e ter um lado romântico bem forte, ela foi além. Saiu do lugar comum e se notabilizou por isso, daí a imensa falta que faz à música sertaneja moderna brasileira.
Marília era única no gênero. Ana Castela também é uma novidade na música sertaneja, principalmente por usar outros ritmos em suas canções, o que é muito bem-vindo, mas há de fato uma grande distância entre ela e Mendonça. E isso não é bom, nem ruim. É apenas diferente.
Recentemente, Ana Castela alcançou o auge e se tornou a sertaneja mais ouvida do Brasil, ultrapassando ninguém menos do que Marília Mendonça, a eterna rainha do sertanejo. Além do sucesso na música, a cantora de 19 anos também se destaca quando o assunto é moda. Bota, fivela e chapéu Karandá, como diz a própria letra de “Pipoco”, hit de Ana Castela, estão entre os acessórios preferidos dela.
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