Se até um certo tempo atrás a música sertaneja era definida pelos acordes afiados e vozes potentes que encantavam multidões e vendiam milhões de discos, hoje a situação está bem diferente. Ao que parece, para ser um sertanejo autêntico, a ostentação deve ser seu sobrenome e a riqueza a sua maior aliada.
Em uma matéria recente, o jornal Extra mostra que o jatinho milionário ganhado por Zé Felipe sequer está registrado em seu nome – o que comumente acontece com presentes. No entanto, a detentora legal da aeronave é Virgínia Fonseca, que a registrou em uma de suas empresas. Isso gerou uma discussão muito forte na internet sobre o que é uma jogada de marketing ou não nesta história toda.
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Para sermos sinceros, o marketing é aliado imprescindível de qualquer cantor(a) sertanejo(a) da atualidade, bem como o que é transmitido em suas redes sociais. Em suma, a ostentação toma conta da vida dos principais artistas do país: mansões gigantescas, fazendas com milhares de cabeças de gado, carros esportivos milionários, jatinhos caríssimos, roupas de grife e muito mais tomam conta de stories, publicações e sites.
Isso, na verdade, faz um bem danado para o ego e para os bolsos dos sertanejos. Quanto mais ele é falado, mais ele chega a outras pessoas, e consequentemente é mais consumido, o que reverte em bons lucros. Esse ciclo vicioso é super comum na vida de qualquer pessoa pública, e muitos sertanejos usam isso para atrair o público. Mas será que tudo que vemos na internet é real?
Já diria Manoel Poladian, o rei do show business brasileiro, ao Movimento Country: “os sertanejos blefam muito”.
Como exemplo, podemos citar a suposta compra de uma ilha milionária do Gusttavo Lima em Angra dos Reis, que surgiu justamente no período de maior inflamação das polêmicas de sua separação de Andressa Suita, e outras notícias que renderam milhões de cliques na internet, como a venda da agenda de shows por R$ 100 milhões e a compra de qualquer carro que tenha ultrapassado a casa dos milhões.
Apesar das ostentações desmedidas nas redes sociais, os noticiários muitas vezes mostram outra coisa e criam um clima de controvérsia no meio de tanto dinheiro. Dessa forma, nos deixa o questionamento sobre até que ponto o que os sertanejos fazem questão de mostrar sua vida real.
A internet se transformou em um lugar dos sonhos, onde todos aparentam estar por cima o tempo todo. Mas nem sempre é assim, já que a vida naturalmente é construída de dores, batalhas e muitos momentos ruins, bem como problemas dos mais variados tipos possíveis.
O equilíbrio entre a ostentação, dívidas e processos dos sertanejos
Ainda mais comum do que a ostentação nas redes sociais é termos notícias de sertanejos envolvidos em polêmicas judiciais, processos por plágio e até dívidas milionárias, como exemplo o acordo entre alguns artistas e Bolsonaro, que perdoaria suas dívidas à receita federal se fosse eleito, conforme publicado pelo Movimento Country na última semana.
Não nos escapa também variados processos envolvendo as condições de saúde e pagamentos justos para seus funcionários, de acordo com o que determinam as leis trabalhistas, nem como royalties e direitos sobre determinados compositores de suas obras.
Aí fica um questionamento: o abismo entre a ostentação e pagamento de dívidas não existe? Qual a diferença entre se ostentar um jatinho milionário e deixar funcionários trabalharem de forma exploratória e, muitas vezes, sem o mínimo senso de justiça? E qual seria a razão para não pagar os direitos de um compositor de uma obra bombada em sua voz que o renderá lucros ainda maiores?
Tudo bem, assumimos que essas são perguntas sem respostas, mas que nos dão direito a uma reflexão imprescindível: nem tudo o que você vê nas redes sociais é real, e sim um recorte daquilo que querem que seja mostrado. Se atente a isso.
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