No mundo acelerado e implacável da mídia social, o cantor sertanejo Felipe Araújo, famoso pelo hit “Atrasadinha”, tem uma reflexão importante a fazer. Convidado do podcast Bulldog Show na última quinta-feira (11), ele se abre sobre o atual cenário de cancelamento digital e a dificuldade de se expressar livremente.
“Hoje o mundo está tão estranho, você não pode dar opinião. Se você der uma opinião, as pessoas vão te criticar, ninguém está aberto a ouvir uma opinião diferente, parece que só pode ter a mesma opinião que todo mundo, se você tiver uma opinião um pouquinho diferente você já é a pior pessoa do mundo. É complicado, a gente tem que se policiar demais”, desabafa Felipe, destacando a pressão social para a conformidade que se tornou uma característica marcante da era digital.
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Além de suas observações sobre a cultura de cancelamento, Felipe também discutiu os desafios de conciliar sua vida pessoal com a carreira. “A parte mais difícil que eu tenho é realizar todos os meus sonhos e fazer tudo o que eu mais sonhei pra minha vida, tudo o que eu amo, que é cantar e tocar e cantar pro Brasil inteiro e ter as músicas tocando no coração das pessoas. A parte mais difícil é ficar longe da minha família”, confessou.
A carreira de Felipe Araújo alcançou notoriedade em 2015, após a trágica morte do seu irmão, Cristiano Araújo. Embora tenha composto algumas músicas gravadas por Cristiano, Felipe estava mais nos bastidores da indústria da música quando a tragédia ocorreu.
Dois meses após a morte de Cristiano, Felipe gravou seu primeiro DVD em Goiânia. Com o apoio de artistas como Jorge e Mateus, Henrique e Juliano, e Simone e Simaria, o evento foi um marco importante na carreira de Felipe. No entanto, a produção do DVD, liderada pelo pai João Reis, foi criticada por nós no passado pelo que parecia ser um “oportunismo” de capitalizar sobre a tragédia familiar.
No entanto, uma nova controvérsia surgiu recentemente no podcast Kalilla Cast, apresentado por Roberto Kalilla e a locutora Patrícia. No episódio da semana passada, o apresentador de TV João Oliveira alegou que Felipe Araújo proíbe que pessoas falem do seu irmão durante as entrevistas. “Eu fiquei muito triste, ele tem que entender que ele é Felipe Araújo por causa de Cristiano. Se não fosse o Cristiano ir embora exatamente ninguém ia saber quem era ele”, criticou Oliveira.
Segundo o apresentador, Felipe evita comparações com o trabalho de seu irmão e não gosta de discutir o legado de Cristiano nas entrevistas. _”Tem coisas na vida que a gente tem que ter gratidão, mas depois que Cristiano partiu rapidamente foram gravar um DVD lá, os caras estavam tão emocionados ainda que, a partir do Cristiano, Henrique e Juliano, Jorge e Mateus que eram dos outros escritórios, foram todo mundo cantar com ele. Falta hoje isso: ele entender que ele é o irmão do Cristiano Araújo”_, Oliveira argumentou.
Felipe Araújo, no entanto, parece estar em uma busca contínua para afirmar sua própria identidade artística, além de ser o irmão de Cristiano Araújo. As alegações de Oliveira refletem uma tensão comum entre a necessidade de homenagear um legado e o desejo de forjar seu próprio caminho.
No final das contas, o cantor Felipe Araújo parece estar navegando em mares tempestuosos, tanto no mundo digital quanto no mundo real. Ele está lidando com a pressão de viver sob a sombra de uma tragédia familiar, enquanto enfrenta os desafios de se expressar livremente na era do cancelamento digital. Mesmo assim, ele continua a produzir música que ressoa com o coração das pessoas, provando que ele é mais do que apenas o irmão de Cristiano Araújo. Ele é Felipe Araújo – um artista talentoso e uma voz única no cenário musical brasileiro.
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