Roberta Miranda fala sobre sua carreira e expõe que é desprezada por cantores sertanejos .Roberta Miranda, aos 66 anos, aguardava ansiosamente uma chamada da Folha de São Paulo para uma entrevista. Ela quis conversar e dar umas gargalhadas para aliviar a pressão de antes uma ida ao dentista.
“Quem marca um tratamento de canal no Dia da Mulher? Explica? Um dia festivo, e lá vou eu sofrer”, confessou ela. Uma das pioneiras do sertanejo depois de Inezita Barroso e Irmãs Galvão, o clube de fãs de Roberta Miranda consiste principalmente em mulheres entusiasmadas com a sua atuação.
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Natural da Paraíba, listada na sua certidão de nascimento como Maria, ela escreve uma biografia “cheia de verdade”, uma história que ela diz só ter sido contada em sessões de terapia. É uma análise que se estende por 26 anos, necessária para compreender e aliviar os seus pensamentos sobre as lutas que ela diz ter experimentado desde a sua adolescência.
Entre as dificuldades que enfrentou, ela recordou uma fase particularmente difícil num ambiente hostil, que será destacada neste livro. “Quando saí de casa para correr atrás dos meus sonhos, cheguei a dormir em construções. Imagina uma menina de 14 anos, pura, tendo que lidar com homens bêbados à noite?. Precisei dar muitas porradas para me defender. Daí, você tira as suas conclusões”, disse ela sem mais detalhes
Humilhação no inicio da carreira e desprezo dos cantores sertanejos
Tendo iniciado a sua carreira no samba e sem o apoio da sua família, ela expôs ter sido muito “humilhada e pisoteada” nas fases iniciais da sua carreira. Segundo ela, esta é a principal razão pela qual hesita antes de aceitar um convite para colaborar com um artista de sucesso.
A cantora tem um certo desgosto por sertanejos e considera-se mais prestigiada entre artistas de outros gêneros musicais como a MPB. “Eles têm muito mais respeito por mim e pela minha trajetória. Me aplaudem mais, me elogiam, e isso é um fato”. O motivo de certo desdém de parte dos colegas está na ponta da língua. “Sinceramente? Acho que rola uma insegurança, um machismo de merda. E eu não estou nem aí”, disparou.
Ela lembra-se carinhosamente dos dias em que os artistas musicais costumavam comunicar e encontrar-se sem quaisquer intermediários. “Não existe uma proximidade maior por conta dos compromissos profissionais e pessoais. Entendo. Só que eu não falo com produtor ou com agente. Artista fala com artista. Se uma colega pede para eu falar com um produtor, agradeço e digo não. A linguagem do artista é entendida por outro artista”, afirmou ela.
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