O TikTok se tornou muito mais do que uma plataforma de vídeos fofinhos de gatos, dancinhas e challenges. Essa pujante e ousada rede social, que é a cara da dita Geração Z, está mudando a forma como consumimos músicas e se posicionando como um novo caminho para gravadoras e artistas emplacarem suas canções, sejam novas ou antigas, alcançando um público amplo, variado e globalizado.
Esse colunista que vos fala tem ficado bastante surpreso com a adesão de veteranos da MPB, que figuram no Panteão da música nacional, praticamente ícones e ídolos de várias gerações de brasileiros, aderindo à plataforma e estão fazendo um grande sucesso com os criadores de conteúdo do TikTok, como Marisa Monte, Gilberto Gil, Alceu Valença, Caetano Veloso, Lulu Santos, Nando Reis, Djavan, entre muitos outros. Mas qual a razão???
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Obviamente custa-me muito imaginar a Marisa Monte fazendo dancinhas ao som de Kevin O Cris, em ‘Tipo Gin’, trending que foi levantado pelo pessoal da Nice House Brasil. Naturalmente, não é sobre ver o pessoal da Tropicália nem os Novos Baianos requebrando pra valer (sorry, não vai rolar), mas sim das imensas possibilidades criativas que o TikTok possibilita. Não teve dancinha, mas vejam: Marisa Monte, que não lançava um álbum novo há dez anos, realizou o lançamento de seu novo single “A Língua dos Animais” junto com uma campanha incrível que incentivou a adoção, assim como Djavan, que para comemorar os 25 anos do legendário disco ‘Malásia’ (que é um dos meus top 10 da vida), realizou sua entrada no aplicativo em grande estilo.
O grande mérito do TikTok, além de ter a música como uma parte fundamental do seu DNA criativo, combinando áudio e vídeo para formar momentos únicos e especiais, é aproximar ainda mais o artista do público, além de possibilitar a artistas de outros carnavais, se conectarem com a ainda incompreendida, ou não compreendida em sua totalidade, Geração Z.
Já Gilberto Gil chegou ao TikTok reforçando o lançamento de sua nova canção “Refloresta” com uma parceria com o Instituto Terra, onde a cada vídeo criado com a música no app, o TikTok plantou uma árvore em áreas degradadas do vale do Rio Doce. Ótima iniciativa.
Alceu Valença é outro exemplo de artista brasileiro que entrou no aplicativo. Alceu chegou trazendo um novo álbum com versões de músicas clássicas de sua carreira, gravado em plena pandemia, em formato de voz e violão.
Hoje em dia, muitos artistas, produtores e gravadoras têm incluído o TikTok em suas estratégias de divulgação. Na plataforma, os usuários se inspiram em músicas e danças para suas criações, criando tendências e gerando viralização. Assim, cada vez mais músicas abraçadas por essa enorme comunidade de criadores de conteúdo se tornam hits musicais no país.
Mas… por que o TikTok???
Mas será que a então surpreendente entrada dos deuses do Olimpo da MPB no TikTok deve-se somente à contratação de novos estagiários e pessoas ‘não cringe‘ pelas assessorias de imprensa e publicidade desses artistas? Acho que sou capaz de apostar dez dólares canadenses com você, querido(a) leitor(a), que não se trata disso, ou somente disso (risos).
E por que a bola da vez não seria investir em outras redes mais consagradas no Ocidente, como o Facebook/Instagram/Praticamente tudo que tem por aí/Olho que tudo vê e apostar na gigante chinesa, que é o TikTok? Entre muitos motivos, destaco que a dinâmica do TikTok é simples. A plataforma disponibiliza tudo que o usuário precisa para, sem grandes dificuldades, realizar a gravação de vídeos curtos de até três minutos e com um poder de viralização orgânico incrível, devido à enorme base global de usuários do aplicativo (e a um algoritmo muito menos restritivo que o do Instagram, por exemplo), sendo capaz de entregar conteúdo a muito mais usuários. Por isso, músicas que começam no TikTok hoje aparecem no topo das listas de streaming e até retornam para as rádios e paradas de sucesso, sendo lançamentos ou não. O TikTok é criador de tendências.
Então, seja você um artista veterano ou novato, desprezar o poder dessa rede social é, no mínimo, um erro estratégico enorme.