A medicina de família e comunidade (MFC) surgiu no Brasil na década de 1970 como parte central da atenção primária (APS), projetada para fornecer serviços de saúde acessíveis e contínuos que respondam de perto às necessidades das pessoas. Hoje, mais de 50 anos depois, essa especialidade ainda é uma raridade. Isso porque o Brasil tem 2,9 mil médicos de família e comunidade, o número representa apenas 0,35% do total de profissionais especializados nas mais diversas áreas, segundo o Índice de Educação Médica desenvolvido pela Associação de Apoiadores Independentes de Educadores de Ensino Superior (AMIES) em colaboração com o portal Melhores Escolas Médicas.
Para a Dra. Rafaella Reggiani, Médica de Família da Sami Saúde, a Medicina de Família e Comunidade (MFC) enfrenta resistência significativa pela população, devido à falta de conhecimento sobre a Atenção Primária à Saúde (APS) e à resolutividade que o médico de família pode ter. “Na prática, o desconhecimento do papel estratégico da Medicina da Família na coordenação do cuidado e na prevenção de doenças leva a uma visão limitada sobre sua importância. As pessoas têm frequentemente o impulso de ir direto ao especialista, sem considerar o valor de um acompanhamento com o médico de família, associando a atenção primária à baixa complexidade e resolutividade, ignorando o impacto a longo prazo de um cuidado contínuo e preventivo mais eficaz e humano”, destaca.
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“Sem essa especialidade em ação na proporção de grande escala, o sistema de saúde brasileiro vai continuar enfrentando sérios problemas: falta de organização, serviços caros e falta de atendimento à maioria da população. Esses fatores tornam o setor de saúde insustentável, causando grandes prejuízos. A prova disso é que, de acordo com pesquisas realizadas pelas principais organizações de mídia do mundo, os cuidados de saúde familiar e comunitária respondem às necessidades assistenciais em pelo menos 90% dos casos e potencializam o uso dos recursos com um alto sentido humano”.
Por isso, a profissional reforça que reeducar essa visão é primordial, pois a Medicina de Família e Comunidade (MFC) é um pilar para um sistema de saúde sustentável, especialmente em um país como o Brasil, que enfrenta colapsos recorrentes em seus serviços de saúde. “A Medicina da Família, sem dúvidas, tem o potencial de atuar na prevenção de doenças e na coordenação de cuidados, reduzindo a sobrecarga em hospitais e serviços de alta complexidade. É um erro estratégico não valorizar uma área que pode organizar e melhorar o fluxo de pacientes”, finaliza Rafaella.
Sobre a Sami
Fundada em 2018, a Sami nasceu para democratizar o acesso à saúde de qualidade e vem revolucionando o setor. Por meio de um modelo que alia tecnologia à saúde coordenada via time de saúde, cria uma conexão sólida entre membros, médicos, hospitais e laboratórios. Com planos empresariais voltados para MEI’s e empresas de qualquer porte, a healthtech possui uma rede credenciada de referência, com hospitais como Beneficência Portuguesa e Santa Virgínia, além de parceiros como Gympass e Zenklub, para garantir a saúde física e mental dos membros. Tendo entre seus investidores os fundos DN Capital (UK), Redpoint eventures, Canary, Valor Capital Group, Mundi ventures e monashees, em 2020 recebeu o maior investimento Série A em saúde da história da América Latina. Com extensão desse round e, agora em 2023, com mais R$ 90 milhões em Série B, superou R$290 milhões captados.