A prevenção ao suicídio exige ações simples mas profundamente eficazes, segundo o professor Elson Asevedo. Durante o podcast Bipp, o Dr. Prof. Elson Asevedo, explicou a importância do “Safety Planning Intervention” ou um plano de segurança, uma abordagem simples e eficaz no manejo de crises suicidas.
“O carro-chefe da intervenção breve para a crise suicida é o plano de segurança. Ele funciona como um guia para ajudar a pessoa a atravessar o momento mais crítico, que geralmente dura entre 40 minutos e uma hora e meia”, disse Asevedo.
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Essa intervenção, originada em Nova York, consiste em um protocolo estruturado que auxilia o indivíduo a identificar os sinais iniciais de uma crise e desenvolver estratégias para enfrentá-la. O impacto é significativo: “Uma única conversa com um profissional de saúde reduziu pela metade os eventos relacionados ao suicídio nos seis meses seguintes”, afirmou Asevedo, destacando a simplicidade e eficácia do método.
Segundo o professor, o processo começa com a identificação dos sinais precoces que antecedem uma crise, que podem variar de pessoa para pessoa. Ele enfatizou a – importância da personalização: “Quem escreve o plano é o próprio indivíduo. Não existe um modelo pré-pronto.”
O plano também inclui estratégias de enfrentamento interno, como ouvir música, orar, ou até realizar atividades físicas. Se essas medidas não forem suficientes, o próximo passo envolve interações sociais simples, como conversar com alguém de confiança ou mesmo com conhecidos em ambientes cotidianos, como na padaria.
Nos casos mais intensos, o plano prevê apoio de terceiros e, se necessário, a busca por ajuda profissional. “É fundamental ter os contatos escritos e definidos no plano, porque, no momento da crise, o cérebro não consegue organizar informações”, explicou.
Asevedo destacou que o plano de segurança não apenas ajuda a lidar com a crise imediatamente, mas também promove um senso de autoeficácia no indivíduo. “A
Pessoa percebe que consegue suportar aquele momento difícil porque foi ela mesmo que construiu o plano. Isso é transformador.”
Para o Dr. Luiz Dieckmann, o impacto dessa abordagem vai além da crise imediata, promovendo no indivíduo a confiança em sua capacidade de superar momentos difíceis. “Isso não apenas ajuda a salvar vidas, mas também constrói uma boa base para recuperação e o fortalecimento emocional.“
Como estratégias como plano de segurança, profissionais de saúde, familiares e a própria pessoa em risco podem atuar de maneira prática e eficaz. Como ressaltou Asevedo, “não se trata de soluções tecnológicas sofisticadas, mas de ferramentas acessíveis que fazem sentido para quem está em sofrimento”.