Nos últimos dias, a plataforma GloboPlay se viu no centro de uma polêmica ao admitir o uso de inteligência artificial para dublar o documentário “Rio-Paris: A Tragédia do Voo 447”. A decisão tem sido alvo de fortes críticas, especialmente entre os profissionais do setor audiovisual.
A controvérsia começou quando a plataforma de streaming incluiu um aviso para os espectadores do documentário: “A versão em português das entrevistas concedidas em língua estrangeira para este documentário foi feita a partir da voz dos próprios entrevistados, com uso de Inteligência Artificial, respeitando-se todos os direitos e leis aplicáveis. O conteúdo das dublagens é fiel às entrevistas originais. Os entrevistados que não aceitaram a dublagem foram legendados”, explicava a mensagem.
Rapidamente, o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (Sated-RJ) se pronunciou sobre o caso. A coluna teve acesso exclusivo à nota da entidade, que condena a decisão da empresa de optar pelo recurso tecnológico em vez de utilizar profissionais humanos.
“Essa escolha, motivada exclusivamente por questões econômicas, representa um desrespeito inaceitável aos profissionais de dublagem, que se dedicam a essa arte com talento e sensibilidade”, declara o órgão, através do comunicado assinado pelo presidente Hugo Gross.