Especialista em neurociência, Camila Sponton, compartilha sua opinião a respeito do caso de violência doméstica contra a apresentadora Ana Hickmann, ocorrido recentemente. Sponton ressalta que esse caso específico é apenas um reflexo de uma realidade profunda que permeia a sociedade, destacando a teia complexa da dependência emocional que aprisiona suas vítimas em um ciclo vicioso de culpa, medo, vergonha e baixa autoestima.
A terapeuta enfatiza que o abuso muitas vezes não deixa marcas visíveis, mas corrói a pessoa que é abusada, desgastando sua alma e sufocando sua capacidade de racionalização e auto preservação. A culpa desempenha um papel crucial nisso, mantendo a vítima presa à ideia de que de alguma forma merece aquele tratamento abusivo.
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A especialista ressalta que o medo é o guardião dessa prisão emocional, alimentando o ciclo de culpa, medo e vergonha. O medo de ficar sozinho, do desconhecido e do julgamento social acaba naturalizando o abuso, tornando a vítima incapaz de enxergar um futuro livre e autônomo longe dessa situação.
A terapeuta destaca ainda a vergonha como a sombra que acompanha a culpa e o medo, silenciando os gritos de socorro e mantendo a vítima invisível. Ela ressalta que a vergonha é alimentada pela percepção distorcida de que falhar em um relacionamento é um reflexo de inadequação pessoal e falta de autoestima.
Camila Sponton enfatiza a importância de humanizar a experiência daqueles que sofrem com a dependência emocional e promover a empatia em vez de julgamento. Ela ressalta a necessidade de oferecer apoio e compreensão para aqueles que temem o julgamento e carregam o peso da vergonha, procurando criar pontes e caminhos para a recuperação.
Diante desse caso de violência doméstica contra Ana Hickmann, Camila Sponton coloca em destaque a necessidade de se falar sobre a dependência emocional e oferecer suporte às vítimas, a fim de que elas possam encontrar forças para buscar ajuda e reivindicar suas vidas de volta.
Sobre Camila Sponton:
Camila Sponton é especialista em neurociência e atua como terapeuta, utilizando a abordagem da neurociência para auxiliar seus pacientes a compreender melhor seus padrões comportamentais e emocionais. Seu foco é ajudar as pessoas a desenvolverem estratégias para lidar com desafios emocionais, promovendo o bem-estar mental e a saúde emocional. A procura por um profissional capacitado para conseguir sair dessa situação , é muito importante para o processo de cura, pois não é fácil. O dependente emocional muitas vezes nem sabe que está dependente. Olhar para dentro e fazer uma auto-analise de seus valores é o primeiro passo