Estreia do programa de Geraldo Luís lembra os bons tempos da TV aberta
‘Geral do Povo’ regatou os melhores momentos da televisão brasileira, nas décadas de 90 e 2000
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Neste domingo (14) os fãs de TV puderam recordar o passado e os áureos tempos dos programas de auditório que fizeram história com a estreia do programa ‘Geral do Povo’, na Rede TV!, apresentado por Geraldo Luís, sob a poderosa batuta da diretora Marlene Mattos, que está de volta à frente de um programa de TV.
Com 3h25min no ar, Geraldo e Marlene proporcionaram aos amantes de TV, e sobretudo aos fãs dos programas de auditório – cada vez mais escassos nas grades das emissoras – , momentos de pura nostalgia ao homenagear quadros e programas que fizeram história e permeiam ainda hoje a mente do público brasileiro.
Sem constrangimento nenhum e superdesenvolto, Geraldo trouxe ao ar lembranças de programas e apresentadores que marcaram época e deixaram saudades, como Chacrinha e Gugu Liberato. Foi bonito de ver o túnel por onde passaram grandes nomes da música brasileira no programa do Chacrinha, o apresentador mais popular que esse país já teve, que lançou diversas personalidades para a música e a TV.
Também foi gostoso de relembrar um dos quadros mais icônicos, a banheira do Gugu, criado por Augusto Liberato, e que se tornou sucesso de audiência aos domingos, nos anos 1990, revelando verdadeiras musas, que se tornaram personalidades da televisão e do carnaval.
Rodeado de expectativas e contrapontos, o programa de Geraldo e Marlene formou uma dupla que promete resgatar os domingos da família brasileira, que sentava à frente de um monitor para passar horas a fio, assistindo a programação e a guerra de audiência, muitas vezes protagonizadas por Faustão e Gugu durante muitos anos.
Sabemos que em tempos nos quais a internet domina a interação do público, deixando a TV de lado, principalmente pelos mais jovens, quem tentar acertar no regresso ao passado da TV enfrentará dificuldades com os números de audiência, que já não são mais os mesmos – e nem os programas das maiores emissoras de TV, que gozam de uma verba bem expressiva para conseguir colocar a produção no ar.
Contudo, esperamos que o público do sofá, que há tempos não tinha um programa voltado para a família na telinha, possa dar o apoio necessário que uma produção como esta precisa para se manter viva dentro do mundo capitalista da mídia brasileira.
Em sua estreia, a produção passou por alguns problemas, que certamente serão ajustados. A atração foi longa e cheia de quadros, personagens e elenco. Além disso houve duas quedas de energia elétrica, que deixou o palco às escuras, obrigando a produção a recorrer ao break. No entanto , a soma da estreia do dominical do contador de história da TV Brasileira, certamente foi positiva.
Se a emissora tiver um pouquinho de paciência e trabalhar com o objetivo de construir a audiência domingo a domingo, trabalhando para trazer bons convidados e produzir reportagens que prendam e emocionem o público, como foi a entrevista com a família de Arlindo Cruz, cantor e compositor acamado há sete anos, resta ainda um pouquinho de esperança de que ainda será possível produzir conteúdos para a família brasileira na TV, sob o olhar atento de Marlene Mattos, que já foi responsável por um dos maiores fenômenos televisivos que o público brasileiro já teve conhecimento. Quem não se lembra dos programas comandados por Xuxa Meneghel?
A volta de Geraldo Luís à televisão, depois de ter sido desligado da Record TV, marcou também a volta de Marlene Mattos, que conversou com a coluna e avaliou sua parceria com o apresentador.
“O que eu posso te dizer é que eu gosto muito de uma frase da Cecília Meirelles que diz: ‘Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira’. Com quase 74 anos voltei à frente de um programa me sentindo inteira, estou bem contente com a minha parceria com o Geraldo Luís, o melhor contador de histórias desse país”, disse Marlene.
Com exclusividade, Geraldo Luís fala sobre a estreia a ‘Coluna do Sodré’
“Eu avalio de uma forma muito positiva. Muita, muita, muitas atrações no palco, ao vivo, permite você ser aquilo que é dentro da ousadia, da criatividade. Fiquei muito feliz, tudo foi encaixado e maravilhoso. Teve musical, banda ao vivo… As bailarinas do cenário ficaram a coisa mais nostálgica e atual, né? Eu fiquei muito feliz, muito emocionado porque eu lutei muito, eu gritei muito para que alguém me enxergasse e me enxergue aos domingos. Para a gente fazer aquilo que a televisão aberta precisa e hoje está quase em extinção. A maioria das pessoas tem vergonha de fazer TV aberta e tem medo de apostar. Com a Marlene Mattos, essa veterana experiente, ontem eu vi a força. Marlene no palco, a vibração dela. Auditório maravilhoso, aquela trilha que nós escrevemos junto com o maestro Valdir.
Aquele programa sempre vai ser uma grande homenagem à TV aberta, que é uma grande dama do entretenimento. Na verdade, estou muito feliz e realizado, fiquei muito à vontade. Tudo pode acontecer e vai acontecer, mas hoje a internet é que pauta a televisão.
Aos domingos, durante cinco anos, nós pautamos a internet. Mas uma vez a gente já começou pautando a internet. Vai ter as histórias do Geraldo, entrevista do Geraldo, é um nascimento para todos nós. É o renascimento na verdade para todos nós, né? É uma felicidade assim… Imensa, é uma emoção! Falei para a Marlene Marlene: ‘viu a magia que tomou conta ontem de um programa de 3h20?’ Porto Alegre nos deu uma grande audiência, Salvador deu uma grande audiência e, assim, a reconstrução. Mas é a construção de algo novo na televisão, interessante, que as pessoas vão poder ver uma loucura que não existe mais. A homenagem que nós fizemos à banheira (do Gugu), um quadro de homenagem que nós fizemos. No próximo domingo será um outro homenageado, um outro apresentador, um outro quadro e vários quadros que marcaram a televisão, o telespectador saudosista. Saudade é maravilhosa. A gente quer voltar também com os musicais, nós vamos voltar, estou muito, muito feliz.” Concluiu.