Dr. José Machado fala sobre hérnia de disco: problema que afeta 8 em 10 pessoas no mundo

Publicado em 05/09/2024 20:26
Publicidade

Carregando...

Não foi possível carregar anúncio

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), oito em cada dez pessoas no mundo sofrem de hérnia de disco. E isso não está ligado apenas aos mais velhos, como muitos pensam: o quadro também pode atingir pessoas jovens. De acordo com Dr. José Machado, ortopedista especializado em coluna, a hérnia de disco afeta milhões de pessoas, muitas vezes resultando em dor intensa e comprometimento significativo da qualidade de vida. “Essa doença ocorre quando o disco intervertebral, situado entre as vértebras da coluna, sofre uma ruptura, permitindo que parte de seu conteúdo gelatinoso seja deslocado, comprimindo os nervos adjacentes. Na coluna lombar, as regiões L4, L5 e S1 são as mais frequentemente afetadas, causando dor que irradia pelas pernas até os tornozelos”, explica.
Recentemente, o ator Leandro Luna postou em suas redes sociais que fez uma infiltração para tratar duas hérnias de disco na lombar (L4, L5, S1), com irradiação pela face lateral de ambas as pernas até os tornozelos. Muitos seguidores se manifestaram dizendo que passam pela mesma situação e, por isso, o especialista é muito procurado por conta do mesmo quadro referente à condição.
O médico ressalta que o tratamento da hérnia de disco depende da gravidade dos sintomas e da resposta do paciente às terapias conservadoras. “A maioria dos casos pode ser tratada com sucesso por meio de métodos não cirúrgicos, como fisioterapia, exercícios específicos, medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, além de mudanças no estilo de vida”.
Dentre as causas, grande parte acontece por conta de obesidade, sedentarismo, exercícios exaustivos sem período de descanso e também traumas na coluna vertebral. Assim como aconteceu com o ator, que sofreu uma intervenção cirúrgica, o especialista informa que esse tipo de procedimento só é indicado quando o paciente não responde adequadamente ao tratamento conservador ou quando surgem complicações graves. “Dentre elas estão a dor severa e incapacitante, que é aquele tipo de dor persistente, que interfere significativamente na vida diária e não é aliviada por outras terapias. Há também o déficit neurológico progressivo, quando há fraqueza muscular, perda de reflexos ou perda de controle dos esfíncteres. E, por fim, a síndrome da cauda equina, que é uma condição grave que envolve a compressão dos nervos na base da coluna vertebral, podendo levar à paralisia e perda de controle urinário ou intestinal”.
Quando falamos em tratamento cirúrgico, várias opções estão disponíveis, e uma avaliação cuidadosa e personalizada deve ser realizada para cada paciente. Entre as opções menos invasivas, destacam-se os bloqueios epidurais e as infiltrações. “São procedimentos minimamente invasivos que podem ser usados tanto como alternativa quanto como complemento ao tratamento cirúrgico. Esses procedimentos envolvem a injeção de corticosteroides e anestésicos diretamente no espaço epidural da coluna vertebral, ao redor das raízes nervosas comprimidas, com o objetivo de reduzir a inflamação e aliviar a dor”, ressalta.
De acordo com Dr. José, um estudo publicado no Pain Medicine Journal investigou a eficácia dos bloqueios epidurais em pacientes com hérnia de disco que não responderam ao tratamento conservador. “Os resultados mostraram que os bloqueios epidurais proporcionaram alívio significativo da dor em curto e médio prazo, reduzindo a necessidade de cirurgia em muitos casos. Outro estudo, publicado no Spine Journal, comparou a eficácia da infiltração epidural com a de outras terapias não cirúrgicas. A pesquisa concluiu que a infiltração epidural é uma opção eficaz para o manejo da dor, especialmente em pacientes com contraindicações à cirurgia ou que desejam evitar intervenções mais invasivas”.
A hérnia de disco é uma condição séria que requer atenção cuidadosa e um tratamento adequado para evitar complicações maiores. “Embora muitos casos possam ser gerenciados com terapias conservadoras, a intervenção cirúrgica se torna uma opção viável e necessária quando a dor e os déficits neurológicos comprometem severamente a vida do paciente. Bloqueios epidurais e infiltrações oferecem alternativas eficazes, validadas por estudos científicos, para o alívio da dor, permitindo que muitos pacientes adiem ou até evitem a necessidade de cirurgia. O acompanhamento médico e a consideração de evidências científicas são fundamentais para determinar a melhor abordagem para cada caso”, finaliza.

Publicidade

Carregando...

Não foi possível carregar anúncio