Elza Soares fala mais sobre o álbum ‘Deus é Mulher’ e planos de turnê na Europa

Publicado em 12/07/2018
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Texto/Entrevista: André Leite Suzano | Edição: Matheus Henrique Menezes

A cantora e compositora Elza Soares (81) se prepara para entrar em turnê do seu mais novo disco de estúdio, “Deus é Mulher”, que discursa sobre inúmeros assuntos pertinentes em nosso pais tais como a liberdade de expressão e a liberdade religiosa,

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“Deus é Mulher” é o 33º álbum de Elza, eleita a cantora brasileira do milênio pela BBC de Londres.  O disco é composto por 11 faixas, incluindo ‘Banho’ composta por Tulipa Ruiz. Nessa nova era, a cantora aparece mais agressiva nas composições, com influências pop e até mesmo punk.

Em entrevista exclusiva para o Observatório dos Famosos, a lenda da música brasileira e vencedora de 3 prêmios Grammy, comenta sobre os planos de levar a tour de seu mais novo projeto até a Europa, a turbulência política que vivemos no Brasil e muito mais. Confira:

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◘ Elza, qual a maior diferença entra o álbum ‘A Mulher do Fim do Mundo’ e o recém nascido ‘Deus é Mulher’? 

A Mulher do Fim do Mundo era denso e muito dark, ali abordávamos o caos do mundo, neste momento o Deus é Mulher, é mais solar, mais aberto, sem deixar de ser denso também, tem uma mensagem de renascimento, de esperança, este último trabalho está muito forte!

 

◘ Em ‘Deus é Mulher’ você critica a utopia que é o estado laico no nosso país na faixa ‘Exu Nas Escolas’, certo? Como surgiu a vontade de falar sobre isso? Sua música é ou já foi inspirada por religiões afro-brasileiras?

Quando selecionei esta musica, “Exu nas escolas” para o repertório deste disco, não tinha duvida que eu queria mesmo era defender a cultura Afro nas escolas, criticar a nossa situação enquanto país laico, colocar mesmo o dedo na ferida. Esse é um tema recorrente na minha vida, estou sempre questionando para acordar quem está dormindo.

 

◘ Você emergiu no mundo da música com o jazz e o samba, mas neste álbum as suas músicas e sua voz ecoam de forma mais agressiva, existe uma certa aura punk nas produções e composições das faixas. Por que isso ocorreu? Isto é reflexo do que nós vivemos atualmente e do que você acredita ser necessário transmitir, hoje?

O momento que estamos vivendo hoje, nos exige olhos abertos todo o tempo, está duro, difícil, mas vai passar porque já vivemos momentos piores, é hora de gritarmos. Nos posicionar, lutar sem parar, talvez por isto neste meu último trabalho você percebeu que estou mais atenta e agressiva no ‘Deus é Mulher’.

 

◘ Você acredita que mais do que nunca o artista no Brasil precisa usar de sua arte como um brado de resistência? Cantar sem temer numa foi tão preciso?

Completamente! Não podemos aceitar tudo isso de cabeça baixa, temos que nos unir e seguir sempre em frente, já disse, vamos ensinar o medo a ter medo de nós!

 

◘ A turnê do ‘Deus é Mulher’ estreou neste mês e se estenderá até quando? Vocês passarão pelo Brasil inteiro? Quais são os planos de divulgação desse novo álbum?

Os meu empresários, Juliano Almeida e Pedro Loureiro trabalham muito, dia e noite, não está fácil para ninguém, estreamos lindamente, foram  noites lindas em SP, agora vamos estrear no dia 28 de Agosto no teatro “Oi Casagrande no Rio de Janeiro” e partimos em turnê inclusive na Europa!

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