Ex-morador do Morro dos Macacos, na zona norte do Rio, Rodrigo Sant’Anna, 36, diz que sente saudade das relações humanas que vivenciava na comunidade.
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“Lá, as pessoas estão com os sentimentos à flor da pele. A realidade às vezes é tão cruel que acho que essas pessoas são muito mais honestas e sinceras. É isso o que eu curto, na verdade. É o que eu sinto mais saudade da vida no subúrbio e na comunidade”, disse o ator, em entrevista ao Observatório dos Famosos.
Sant’Anna está no ar atualmente como a catadora de latinhas Graça, na série “Tô de Graça”, do Multishow. Na atração, a protagonista sustenta seus filhos e o marido desempregado, vivendo histórias de humor e conflitos familiares. O último episódio vai ao ar na próxima segunda (4), às 22h. A trama completa está disponível no Multishow Play.
“Na verdade, os conflitos das famílias sempre resultam no mesmo lugar. Claro que a diferença de grana acho que ambienta esses conflitos de outra forma. O conflito do rico acontece com mármore carrara de fundo, e o do pobre com tijolo descascado”, diz.
Entre os temas abordados na série, está o consumismo da classe C. Em um dos episódios, a protagonista diz a um dos filhos que ele não está bem de saúde, mas comprou um celular novo. Ao que ele responde: “É porque foco nas minhas prioridades”.
O ator, no entanto, lembra que o consumo desenfreado é característica de todas as classes sociais.
“Parece que as prioridades humanas atualmente estão sempre relacionadas a alguma coisa material. Celulares, carros novos… Resguardadas as devidas proporções de quantidade de grana que essa pessoa tem. Tenho a sensação que o bem estar está sempre associado a alguma coisa muito cara. Para aquela realidade da graça um celular era algo muito caro. Enfim, acho que divaguei.”
Graça faz parte do grande rol de personagens do subúrbio interpretados por Sant’Anna. E o ator garante que ela não é mais do mesmo.
“Acho que o nosso povo é tão vasto que tem muita diferença. Não é pelo fato de fazer alguns personagens populares que eles estão no mesmo lugar. São vários tipos. Tem desde Valéria [Vasques], Edmilson, Jefinho, Carol Paixão… Enfim, tem muita gente diferente”, afirma