Por causa da polêmica sobre tradicionais marchinhas de Carnaval que alguns consideram ofensivas e podem ser excluídas do momento festivo deste ano, Aguinaldo Silva resolveu falar sobre o assunto e publicou um texto nesta quarta-feira (15) no site pessoal.
Intitulado Queimem a Cabeleira do Zezé, o novelista afirma na nota que a música Olha a Cabeleira do Zezé não pode ser interpretada, mas que “receber subvenções e patrocínio pra botar os blocos na rua” pode.
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“Vocês acham que haveria tantos blocos desfilando nas ruas se isso não fosse um bom negócio? Minha sugestão é que os blocos de Carnaval se transformem num desfile em que casais bem pensantes exibam, com justo orgulho eugênico, seus carrinhos de bebês. Seria um desfile triste, porém, pelo menos, honesto. Ninguém estaria faturando às custas de ninguém. E quanto aos veados esquerdistas que vão abominar este meu texto, ah…, que se mudem todos para Cuba, que lá é o paraíso da liberdade”, disparou o famoso.
O escritor também disse sentir que a famosa alegria brasileira parece ter diminuído e que com a onda do politicamente correto, daqui a pouco os homens não poderão se fantasiar de mulheres “e fingir que são, com licença da má palavra, ‘veados’, porque isto também será considerado ofensivo”.
“Desculpem, mas não há alegria nacional que resista a este patrulhamento, nem mesmo nos quatro dias de Carnaval quando tudo é possível. Se não pudemos nos vestir de mulheres (e exagerar na caricatura) nem entoar com o deboche necessário a marchinha ‘Cabeleira do Zezé’, melhor abolir de vez o assim chamado ‘tríduo momesco’ e transformar a passagem dos blocos carnavalescos num mero passeio de casais saudáveis e bem pensantes a empurrar, com todo o necessário orgulho, seus carrinhos de (verdadeiros) bebês”, concluiu Silva.