Sem papas na língua, o cantor, escritor e apresentador, Lobão esteve no programa Pânico, da rádio Jovem Pan nesta quinta-feira (6), falando abertamente sobre drogas, cultura e o atual momento da música brasileira.
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Para ele, o Brasil não avança política e socialmente, pois as letras de músicas de maior sucesso evidenciam o “malandro” e o rebolado. “Eu me recuso a ouvir Anitta e Wesley Safadão. Não tenho curiosidade e meu cérebro não é penico, isso é poluente”, disparou Lobão.
Lançando o livro “Guia politicamente incorreto dos anos 80”, o escritor conta que há tempos vêm pensando em regravar algumas músicas dos anos 80, como por exemplo, “Lanterna dos Afogados”, da banda Os Paralamas do Sucesso. Apesar de ter tido grandes desavenças com Herbert Vianna, Lobão se diz um admirador do vocalista do Paralamas e confessa que usou o livro para pedir perdão a ele.
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“Suspeitar que ele estava me copiando, causou rusgas e todo o meio musical tomou o partido. A maioria ficou ao lado dele e eu fiquei como o drogado e paranoico. Admiro a capacidade de sobrevivência dele e reconheço os discos dos Paralamas, que fiquei emocionado quando ouvi. Por isso, peço misericórdia a ele, caso eu esteja errado”, desabafou.
Durante a entrevista, Lobão relembrou os principais acontecimentos da música brasileira e criticou o gosto dos brasileiros, por valorizarem pouco suas raízes admirarem mais o “rebolado” do que o conteúdo. “Era proibitivo fazer uma coisa meio brasileira, porque a plateia ficava puta, querendo rock”, disse Lobão. Já nos anos 90, grupos como Planet Hemp, Raimundos e Charlie Brown fizeram mais sucesso entre os jovens, mas para ele eram bandas inferiores intelectualmente.