Viúvo de Daniella Perez, Raul Gazolla lamenta liberdade dada ao goleiro Bruno: “É assassino e ponto final”

Raul Gazolla conversou com nossa reportagem e contou detalhes de seu personagem em ‘A Força do Querer’.

O ator lamentou a soltura do goleiro Bruno, argumentando que o Brasil é um país sem justiça.

Confira o papo:

Personagem e convite

“A Gloria me convidou para fazer a novela. Depois ela ficou muito surpresa de saber que eu era faixa preta de Jiu-jítsu, já que meu personagem é um treinador de MMA, que cuida da carreira de Jeiza (Paolla Oliveira). Depois do convite que ela soube que eu era faixa preta de Jiu-jítsu e campeão mundial na categoria Sênior. É uma coisa que eu não divulgo. Já que eu não sou um lutador profissional, mas eu faço porque eu tenho paixão por esse esporte, o personagem caiu como uma luva. Acabei juntando o útil ao agradável. Ela escreveu um personagem que tem tudo a ver com a minha característica pessoal. Estou adorando dar vida ao Allan.”

Shape enxuto

“Na verdade, eu já estava com uma ideia de fazer uma preparação física para o resto da minha vida. Porque todo mundo faz plano para o futuro. E eu já estou no meu futuro. Na idade que eu estou, eu já estou no meu futuro. Eu quero que meu futuro daqui pra frente seja 10 anos, 20 anos, 30 anos… Eu acho difícil eu viver mais 50. Quero que seja extremamente saudável. Eu fiz uma dieta Ravenna, que é de um argentino. Eles são especialistas em emagrecer pessoas obesas. Não só pela dieta. Já que não é diferente de muitas que nós conhecemos. Mas pelo trabalho terapêutico que é feito com as pessoas que têm o peso acima do sobrepeso. Todo mundo tem capacidade para emagrecer. O que falta às vezes é a força do querer. Não tenha dúvida disso. Eu perdi 10 quilos de massa geral; e depois que ganhei 3 quilos de massa magra. Eu estou fazendo um trabalho físico muito intenso. Eu comecei a fazer CrossFit. Era um esporte que eu não conhecia. É novo para mim, mas estou amando. Não como carboidrato, e nem farinha. Só como o carboidrato das frutas.”

Personalidade do personagem

“Ele é um cara muito carinhoso, muito atencioso. Ele é um pai para os atletas que treinam com ele. A minha relação com a personagem da Paolla Oliveira é algo de pai e filho. Não tenha dúvida disso. Ate segunda ordem, ele não tem família. Ele a trata como uma filha querida.”

Retorno à parceira com Gloria Perez

“Eu fui um cara de muita sorte. Essa é a terceira novela que eu faço da Gloria. Fiz ‘O Clone’, fiz ‘América’, e agora estou nessa. É um prazer enorme estar nessa equipe. Eu sou fã do trabalho da Gloria. Nós temos uma relação pessoal muito legal. Que não tem nada a ver com a profissional. Então, quando ela me convida para fazer um trabalho, é uma gratificação enorme para mim. Porque estou trabalhando na novela de alguém que eu sou fã; como profissional, e sou muito amigo. A gente tem uma relação por conta da Dani (Daniella Perez, filha de Gloria, que foi brutalmente assassinada por Guilherme de Pádua e por sua então esposa Paula Nogueira Thomaz. Na época do crime, Dani era casada com Raul Gazolla), por conta da nossa amizade anterior, e pra mim é emocionante (nesse momento o ator chora).”

Daniella Perez

“(a pergunta é a seguinte: se ele sente a vibração dela até hoje. A energia em si) Brother, eu não sei o que dizer sobre isso. Porque a gente sempre conversa um pouco sobre esse assunto, e quando a gente fala sobre esse episódio parece que foi ontem. Sabe? É diferente de você perder uma pessoa por um acidente, ou por uma doença. Quando você perde uma pessoa por uma violência pessoal, por um desequilíbrio emocional de pessoas que realmente não precisavam estar aqui nesse planeta. A recuperação é diferente. É mais complicada. Então, eu não penso na presença da Dani, até porque eu acho espiritualmente que ela precisa descansar. Eu não fico trazendo ela pra esse mundo. O que eu peço sempre em minhas rezas que ela esteja muito bem no lugar que ela está.”

A dor maior foi a impunidade, né?

“O pior é saber que o Brasil não pune os seus criminosos como devia, né? Pessoas que cometem crimes estão soltas ai. Não vou falar da Dani que é um caso obvio. Mas vamos falar do goleiro Bruno, que está sendo contratado para jogar novamente. Gente, pelo amor de Deus! As pessoas precisam ter um pouco de discernimento. Um criminoso não é um ex-criminoso. Você pode ter ex tudo. Uma vez que ele é assassino, ele vai ser sempre assassino. Ele não pode ser ex-assassino, a vitima dele não retorna. Então, o Bruno e outros assassinos, eles vão ser assassinos pra sempre. Ele não é goleiro. Ele é ex-goleiro. Como os assassinos da Dani. O assassino quer ser chamado de ator, ele já foi ator. Você está ofendendo a classe artística toda dizendo que aquele cara é ator. Ele foi ator, e não conseguiu ser ator porque ele se especializou em crimes. O cara é um assassino e ponto final. É melhor ele ir para a igreja que ele está mesmo, para ver se alguém aceita ele. Só assim você vai ser aceito.”

Eterno galã

“Esse rotulo não me incomoda. Eu tenho 61 anos, se eu me considerasse um galã, eu era um idiota. Eu já deixei de ser idiota há muito tempo. Às vezes alguém me considera um pouco idiota. Mas eu deixo isso para lá. Eu tento me manter saudável. Mas as marcas do tempo fazem parte da vida. Vocês não sabem quanto tempo eu levei para deixar o meu cabelo assim (branco). Levei 61 anos, mais ou menos isso. Nunca pensei em fazer plástica. Não vou tirar o que a vida me colocou. Sou muito vaidoso. As pessoas do mundo todo são vaidosas. Mas os atores são muito mais. Ser vaidoso não quer dizer você ser narcisista. É isso.”

Parceria com Paolla Oliveira

“A Paolla Oliveira é uma profissional sem igual. Eu estou tão impressionado com ela. Ela se dedica, ela é séria, ela é focada. O que é mais incrível, como ela é carinhosa. Ela é uma moça gentil, educada. Enfim.”

Entrevista realizada pelo jornalista André Romano