Michael Jackson e seus irmãos nunca tiveram um pai tão agradável assim! Joseph Jackson não tinha o lado paterno ativo, porém, deixava explicito suas regras na casa, para que todos os filhos “tivessem uma rotina”. Uma delas era relacionada ao objeto preferido do papai: um violão antigo, dado a Joseph, que não poderia ser mexido ou retirado de seu lugar. Guardado em um local alto, Joseph até sabia tocar, mas mal pegava o item.
Com 7 anos na época, o filho Tito foi o primeiro a se encarregar de tentar a desafiadora desobediência. Toda vez que Joe saía, ele pegava o violão escondido e tentava aprender. Com o apoio da mãe, que sabia tocar, mostrava os dedilhados que aprendia aos irmãos Jackie e Jermaine, na época com 10 e 6 anos. Tudo acontecia nas escondidas, até que um dia, uma corda estourou.
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Tito levou uma surra que o fez soluçar de tanto chorar. Depois da bronca, fez questão de explicar ao pai que não havia pego para brincar, e até já sabia tocar algumas músicas. Surpreso, Joseph pediu para que mostrasse o que sabia. O garoto não somente voltou com o instrumento em mãos, mas também junto dos irmãos como vocais de apoio para ajudar nos arranjos.
Joseph não apenas notou talento nos garotos, como no dia seguinte, levou um violão vermelho novinho para Tito, afirmando que, a partir daquele momento, começariam a treinar.
Nos dois anos seguintes os irmãos mais novos, Marlon e Michael, seriam inseridos ao grupo, que se tornaria famoso mundialmente com o nome Jackson 5. Se o início foi marcado por uma surra, a história completa não foi diferente.
Pânico nos ensaios
Além de bater nos filhos quando um passo ou acorde fosse errado, a pressão sobre o trabalho era assustadora. “Eu era usado como exemplo, ele dizia ‘faça como o Michael’, então vi meus irmãos sofrerem bem mais. Eu acho que Marlon foi o que mais sofreu, pois teve muitas dificuldades no início”, disse Michael em entrevista a ITV em 2003.
Em certa ocasião, relatada pelos filhos que participavam do grupo, Joseph se vestiu em uma roupa que cobria o corpo por completo, além de usar uma máscara horrível. Entrou pela janela do quarto das crianças e simulou um sequestro, com muita violência física.
Depois de amedrontar os filhos, tirou a máscara e revelou que se tratava de uma lição, para que jamais deixassem a janela aberta ao dormir. Michael afirmou que teve vários sonhos ruins relacionados ao episódio.
Michael foi o primeiro a sair do grupo para seguir a carreira solo e também foi o primeiro a falar da maldade do pai. Em diversas entrevistas, revelou que os treinos eram observados com um cinto na mão e duravam aproximadamente oito horas por dia. Os ensaios eram tão cansativos que, há marcas de sapatos no chão da residência onde viviam até hoje.
As filhas mais novas não chegaram a participar do grupo, mas também afirmaram o comportamento. Janet Jackson que também fez bastante sucesso na indústria musical, foi abraçada rapidamente por Michael quando manifestou que tinha interesse em cantar, visto que o medo de trabalhar com o pai era grande. Janet chegou a dizer que não conseguia o chamar de pai, mas apenas de Joseph.
La Toya e a irmã Rebbie chegaram a fazer declarações ainda mais horríveis em 1991, no livro La Toya: Growing Up in the Jackson Family, chegando a relatar que sofreram abusos sexuais do pai. Mais tarde, La Toya recuou, dizendo estar enganada. Concluiu dizendo apenas que “o único sentimento que papai despertou em nós foi o ódio”.
Joseph em entrevista à CNN, em 2013, foi direto ao ponto sobre os filhos: “Fico feliz por ter sido durão. Pois olhem como eles se saíram. Eu criei crianças que todos amaram ao redor do mundo”.