A briga entre Tiago Leifert e Ícaro Silva não está nem perto de acabar. Diversos famosos estão tomando lado, como é o caso de Babu. “Eu ia concordando com Tiago até que ele falou da questão de pagar salário, que aí não é maneiro, o programa não é dele”.
“Acho que o Ícaro tem o direito de falar o que pensa. Acho também que estão polemizando dentro de coisas isoladas. Ele estava respondendo um hater, de repente pode ter sido um pouco ácido na resposta para o cara”, disse Babu, em uma entrevista para o podcast “BarbaCast”.
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“Ele não chamou o Tiago Leifert de medíocre, ele não me chamou de medíocre, ele estava respondendo um hater”.
“A primeira vez que li [o post de Ícaro], me senti ofendido, eu achei que o Tiago Leifert teria mandando bem na resposta, mas quando vejo o conteúdo da resposta dele, acho que se equivoca. Acho que se equivoca dentro do conteúdo, porque ele é Leifert né, não é Tiago Marinho. Então, no conteúdo dele tem uma questão que eu acho que se excede também. Acho que os dois excederam. Me senti ofendido no sentido dele [Ícaro] falar ‘programa medíocre, big b*sta’. Pensei, caraca! Foi a grande transformação da minha vida”.
“Mas entendo que o ‘Big Brother’ não pagou o salário do Ícaro, quem paga o salário dele é quem o contrata pelo imenso talento que ele tem, então a grande virada da vida do Ícaro é o esforço dele, de ator negro, de corpo negro, não é o Tiago Leifert e nem o ‘Big Brother’ que pagam o salário dele“, frisou Babu.
Além disso, Babu seguiu falando que quase concordou com Tiago, no entanto, teve algo que não o deixou fazer isso.
“Eu ia concordando com Tiago até que ele falou da questão de pagar salário, que aí não é maneiro, o programa não é dele, é do Boninho, da Globo, não entendi essa fala. Achei que foram farpas trocadas dos dois lados. Mas me solidarizo com o Ícaro, porque entendo. Sou um homem preto tentando romper barreiras. Consigo entender e respeitar ele não querer fazer parte do entretenimento da forma como ele é feito. Na contra resposta dele, tem toda uma analogia antropológica que tem lá suas razões”.
Porém, reforça: “Não gostei da forma como ele tratou um produto de onde eu saí. Eu também tenho uma história. Há profissionais que estão ali desenvolvendo aquilo. Eles têm que ser respeitados e eu tenho que respeitar a opinião alheia”.
“O ‘BBB’ é o programa de maior sucesso da TV brasileira, mas tem gente que não gosta. Vamos opinar sem agredir. Discordo do Ícaro quando ele falou ‘big b*sta’ e discordo do Tiago Leifert quando ele diz que pagou o salário do Ícaro. Simples assim. E não deixo de desejar o bem dos dois”, finalizou Babu.
MPB: Babu e Marcello Melo Jr participam de disco de João Gurgel, filho de Sérgio Ricardo
Sérgio Ricardo nos deixou em 2020, aos 88 anos, mas a sua obra musical, que já atravessa seis décadas, segue como uma análise atual sobre o Brasil. Para mantê-la ecoando entre as novas gerações, o seu filho, o multiartista João Gurgel, lança “Conversação de Paz”, primeiro álbum solo da carreira, com canções do pai. A novidade já está disponível em todas as plataformas digitais. O clipe da faixa-título segue disponível no Youtube.
– Comecei a pensar no projeto em 2017, quando tocava no Bar Semente, na Lapa, mas foi em 2019, quando fizemos o DVD “Cinema na Música”, que surgiu uma vontade imensa de criar meu próprio álbum para levar a obra do meu pai a um público mais jovem. A minha motivação maior pra isso é poder devolver ao público o que era uma cultura popular. O meu pai influenciou muita gente e quero que continue sendo essa influência, essa figura tão marcante pra nossa cultura. Um gigante – conta.
Gravado pelo selo Tuhumusic, o álbum conta com releituras de sete canções emblemáticas do ícone da MPB. “Conversação de Paz” (do clássico LP “Arrebentação”, de 1971, que completa, portanto, 50 anos), “Emília” (1977), “Cacumbú” (1975), “Bate Palma” (2019), “Folha de Papel” (1963), “Bichos da Noite” (parceria com Joaquim Cardoso, de 1967) e “Lá vem Pedra” (1979) ganham novas roupagens com elementos do jazz, do pop, do soul, do funk e do rock, mas sem perder a brasilidade.
A produção musical e audiovisual, direção e arranjo são do próprio João. A produção fonográfica é do alemão Micah El Tuhu (amigo e parceiro de longa data de Sérgio), que também assina a masterização e, com Fellipe Mesquita e Gabriel Tavares, a mixagem. É acompanhado no estúdio pelos vocais da família, com Marina Lutfi, Adriana Lutfi e Luiza Lutfi, além das participações de Babu Santana, Emília Lins, Fellipe Mesquita e Marcello Melo Jr., e da banda formada por Marcos Schainberg (guitarra), Antônio Dalbó (teclado), Giordano Bruno (baixo), Neto Nbeatz (bateria), Jr. Ramos (percussão), Alexandre Caldi, Bororó Felipe, Cristiano Saramago, Diego Zangado, Edson Oliveira, Fernando Jovem, Juan Varela, Kuteer Vollmer, Luiz Felipe Caetano, Rodrigo Galha, Samir Aranha, Thiago Garcia e Victor Lemos.
Herança multifacetada
Músico, cantor, compositor, professor, ator, artista plástico, poeta, entre outros talentos e ofícios, João é um artista multimídia, assim como o pai, que iniciou e participou de diversos movimentos culturais, da Bossa Nova à Canção de Protesto, dos Festivais de Música Brasileira ao Cinema Novo, como músico, compositor, cantor, cineasta e ator. Com 16 anos de carreira profissional e mais de 20 anos de estudos, herdou também a inquietude, a sensibilidade e o tom questionador, enquanto artista e ativista engajado em movimentos políticos e sociais.
–“O meu pai me influenciou desde pequeno com seus exemplos de expressão artística plural e de luta. Ele me ensinou a desenhar, a cantar, a tocar violão, piano, enfim, praticamente tudo o que faço. Até mesmo como ator ele me ajudou muito, em especial, no filme que fizemos, “Bandeira de Retalhos” – revela o artista de 31 anos, que faz parte do grupo Nós do Morro, escola e cia de teatro, na comunidade do Vidigal, onde fez seus primeiros trabalhos nas artes cênicas com apenas 10 anos de idade.
Resistência e solidariedade
Precursor da música de protesto e símbolo de resistência contra a ditadura, Sérgio Ricardo sempre foi uma motivação para que João desse sequência ao seu legado na luta da arte política. Chegaram, inclusive, a se apresentar juntos na Comissão Nacional da Verdade, que investigou violações dos direitos humanos durante a ditadura militar. Atualmente, participa de atos e movimentos, como o coletivo político cultural Politilaje. Diante do momento conturbado vivido no Brasil e no mundo, na sua avaliação, há muito a se refletir com o novo trabalho.
–O álbum que estamos lançando é muito político e questiona várias coisas que continuam fora do lugar, desde que o mundo é mundo – analisa. O lançamento de “Conversação de Paz” virá acompanhado por uma programação de lives solidárias com o objetivo de arrecadar verba para montar cestas básicas aos moradores da comunidade do Vidigal.