Linn da Quebrada, também conhecida como Lina, é uma artista completa e isso nós não podemos negar! Desse modo, enquanto estava confinada no hotel, por conta da Covid-19, a cantora e atriz, compôs uma música poderosa. Além disso, ela afirmou que aceitou o convite principalmente porque a primeira mulher trans do BBB, foi há onze anos, Ariadna.
“Eu não tibubeei, eu sabia que tinha que aceitar. Faz 11 anos desde que Ariadna entrou, ela foi a única pessoa trans até agora, e saiu na primeira semana. Nesse tempo, muita coisa mudou e eu senti que agora era possível participar“, explicou.
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Leia um trecho da música:
“É um mistério e uma fúria aqui ardendo em minhas veias, arrebenta os meus poros, arrepia os meus pêlos. Delatando em minha carne a movida do desejo a angústia e desespero que me em continente, que carcoma os colares, as coleras, colarinhos. Os calores, as soleras, que alivia em detenção às suas coleras e, se possível, depressão. E, assim, em passos lentos, circulando pensamentos, refazendo antigas rotas, ao abrir e bater portas, ao entrar e ao sair, ao prender e ao fugir. Entre brasas e brasis, mais uma vez que aqui se faz e aqui se fez, mais uma canção. Doida ou doída, o que muda é o acento, é o canto em que se senta, que se sente, entre a doida e a doída”.
Linn da Quebrada detona Pedro Bial após fala transfóbica: ‘Absurdo’
Linn da Quebrada usou o Twitter para criticar a entrevista que Pedro Bial realizou com o ex-jogador de futebol Ronaldo, durante um dos episódios de ‘Conversa com Bial’, que foi ar na última quinta-feira (20).
No programa, o jornalista relembrou o episódio polêmico de quando Ronaldo teria se envolvido com três travestis, que trabalhavam como prostitutas, em 2008. Bial se referiu às mulheres usando o pronome masculino, quando o correto é o feminino.
“É um absurdo. Mesmo depois de ter entrevistado a mim e ter acesso a tanta informação, ainda assim, o Bial se permitir erros tão irresponsáveis e cruéis com nossos corpos. Uma transfobia que corrobora com todo processo de marginalização ligado às nossas identidades. Inadmissível”, escreveu a cantora no microblog.
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Em seguida, Linn da Quebrada compartilhou um longo texto da pedagoga e assessora parlamentar Ana Flor. A publicação diz:
“O Pedro Bial é visto como um intelectual por muitas pessoas. Estamos em 2021, e esse mesmo Pedro Bial está tratando as travestis no masculino, em seu programa de TV, numa entrevista com o Ronaldo. É cansativo ter que repetir que toda travesti deve ser tratada no feminino”.
“Não consigo gostar do Ronaldo. Principalmente quando percebo que ele parece manipular, para ficar evidência, o fato de já ter saído com algumas travestis. É terrível! Ele fala como se fosse o fim da vida dele. Pura transfobia. Chega a doer os ouvidos. Desde 2008 Ronaldo sustenta, de alguma maneira, essa narrativa transfóbica. Eu tinha 13 anos, e o Ronaldo contava essa história. Hoje, estou com 24, e Ronaldo segue contando a mesma história e contribuindo para um processo de marginalização das travestis”, continua a pedagoga.
“A imprensa brasileira adora reiterar essa história. É muito fácil falar das travestis nesse sentido. Replicar, de diferentes formas, esse lugar de margem. Nossa, tenho uma repulsa dessa história e do conto que ela se tornou no Brasil. Eu tenho certeza que muitas pessoas que me seguem também cresceram sabendo dessa história do Ronaldo, né? Que ele saiu com as travestis, e conta até hoje como se fosse o castigo eterno da vida dele. Um suco de transfobia com sobremesa de exibicionismo”, finaliza Ana.