Belo foi solto no Rio de Janeiro por ordens do desembargador Milton Fernandes de Souza, que aceitou um pedido de habeas corpus da defesa do cantor. Agora, o músico publicou um longo desabafo no Instagram, no qual afirma que não deve ser responsabilizado pelo show e agradece ao apoio dos fãs, amigos e família.
“Essa mensagem é um agradecimento não só pelas inúmeras mensagens de apoio no dia de ontem, mas pelo voto de confiança que recebi de milhões de brasileiros que conhecem e confiam no meu trabalho e na minha verdade há quase trinta anos. É uma trajetória que, apesar dos pesares, me permite assumir erros quando necessário e me defender quando me culpam por erros que não cometi”, começou o cantor.
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Ele voltou a afirmar que apenas os contratantes devem ser responsabilizados pelo evento: “A responsabilidade sobre os protocolos sanitários de eventos em que eu me apresento, assim como todos os artistas, é exclusiva dos contratantes. É o mesmo caso da escolha do local em que as apresentações ocorrem. Garanto a segurança do meu staff e me preocupo com a proteção do público, mas quem responde por ela, nesse caso, era da produtora que me chamou para cantar.”
E agradeceu à esposa, Graciane Baeborsa: “Nesse contexto, agradeço minha mulher por estar comigo ontem. Uma fortaleza. E aos membros da nossa família e de toda a classe artística, bem como os meus fãs, que se mobilizaram para perguntar o óbvio: “Por que só o Belo?”. Nós também não entendemos.”
Ele ainda aproveitou para desculpas ao apresentador Rodrigo Faro, com quem eu gravava em Angra dos Reis antes da operação: “Sinto muito que ele e a família tenham estado presentes nesse momento”.
E finalizou: “No mais, continuo à disposição da Justiça, agora em liberdade, e tenho fé que vamos superar juntos esse momento ruim. Em breve, estaremos todos de volta ao trabalho e vamos nos encontrar novamente nos palcos”.
Entenda o caso:
O show do músico aconteceu no pátio do colégio estadual Ciep 326 Professor César Pernetta, localizado no Parque União, no Complexo da Maré. No entanto, a apresentação aconteceu sem a autorização da Secretaria de Estado de Educação. As autoridades também investigam a invasão ao colégio.
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“Como se tal situação, por si só, não fosse absurda e suficiente para uma resposta do Estado, foi verificado junto à Seeduc que o evento ocorreu sem qualquer autorização, configurando verdadeira invasão de um prédio público para a realização de um evento privado, contrário ao interesse público e que serviu para propagar ainda mais a doença viral”, afirmou o delegado Gustavo de Mello de Castro, titular da DCOD.
Leia a nota da Assessoria de Comunicação de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro na íntegra:
“A Secretaria de Estado de Polícia Civil (SEPOL), por meio da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), prendeu o cantor Belo, nesta quarta-feira (17/02), durante a operação ‘É o que eu mereço’. A ação foi em cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça contra os responsáveis por promover a invasão e realização de um evento musical, em plena pandemia, no Ciep 326 – Professor Cesar Pernetta, localizado na comunidade Parque União, no Complexo da Maré, na última sexta-feira (12/02).
Segundo os agentes, uma produtora de eventos, por meio de seus sócios e administradores, realizou e promoveu um show musical, que durou até a manhã do sábado (13/02), em uma escola pública estadual, sem autorização da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), onde houve grande aglomeração de pessoas e risco de propagação e contaminação da Covid-19. O evento aconteceu na comunidade onde uma das maiores organizações criminosas do Rio de Janeiro atua.
Segundo a DCOD, a invasão de um estabelecimento de ensino, localizado na comunidade Parque União, uma das áreas mais conflagradas do estado, onde a maior organização criminosa do Rio de Janeiro atua, somente poderia ocorrer com a autorização do chefe criminoso da localidade, que controla a localidade há anos e figura como indiciado em diversos procedimentos policiais, sendo, inclusive, um dos bandidos mais procurados do Estado.
Além das prisões, a Justiça também decretou a suspensão das atividades da sociedade empresária e bloqueio das contas bancárias dos investigados, até que se apure os prejuízos causados pela conduta criminosa”.