Girls Like You mostra que o bom rock não morreu apenas mudou

Publicado em 07/07/2018
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Há seis décadas uma discussão vem sendo assunto de especialistas e curiosos do mundo da música: o rock morreu?

Nas 52 semanas do ano de 2017, apenas 6 álbuns de rock alcançaram o topo da Billboard 200, parada que lista os duzentos discos mais vendidos dos EUA.

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Perdendo espaço para o hip-hop, pop e música eletrônica, o rock tem flertado cada vez mais com outros gêneros ganhando uma sobrevida ao se reinventar.

Um dos principais símbolos recentes desta reinvenção do rock, a banda Maroon 5, recentemente lançou como terceiro single do “Red Pill Blues”, a canção “Girls Like You”.

Trazendo um acorde de violão como principal marca, a música de melodia despretensiosa marca um retorno da banda ao som mais orgânico e com menos uso de sintetizadores.

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“Girls Like You” é um resgate daqueles genuínos rocks instrumentais dos dois primeiros álbuns da banda: “Songs About Jane” e “It Won’t Before So Long”.

Um soft rock de melodia pegajosa produzido por ninguém menos que o hitmaker canadense Cirkut responsável pelos hits “Roar” de Katy Perry, “Where Have You Been” de Rihanna e “Wrecking Ball” de Miley Cyrus.

Ao lado do Maroon 5, o canadense foi o nome por trás de um dos maiores sucessos da banda, a canção “Sugar” cujo clipe é um dos dez vídeos mais vistos da história do Youtube e já passa de 2,6 milhões de views.

Talvez pelo grande sucesso, o Maroon 5 tenha reunido a trinca novamente ao chamar David Dobkin para dirigir o antológico clipe de “Girls Like You”.

Some-se a isto a parceria com Cardi B, a rapper hype do momento, e tenhamos o melhor single de Maroon 5 em anos.

Enquanto Adam Levine canta em bobos versos que “precisa de uma garota como você” é Cardi B quem dá um toque de cinismo ao romantismo da letra ao afirmar que prefere andar de Porche a utopia de um cavaleiro montado num cavalo branco.

“Eu não quero um cavalo branco e uma carruagem / Gosto mais de Porsches brancos e quilates” canta a rapper.

Pelo bem sucedido desempenho da canção nas paradas (se mantendo já há algumas semanas no top 10 da Billboard) talvez seja possível parafrasear o cientista Lavoisier ao dizer que no rock “nada se perde, tudo se transforma”.

O bom soft rock portanto não morreu, apenas se transformou.

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